Em meio a fusões, ALL dispara 7% e Anhanguera cai 5%; veja mais 10 destaques

Antiga LLX, Prumo acumula ganhos de 55% em 3 semanas após anunciar acordo no Porto de Açu; Oi volta a cair forte, assim como imobiliárias

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar da terceira queda seguida do Ibovespa, o dia não foi negativo para todos na Bolsa. Com um noticiário agitado, 6 ações que fazem parte do índice fecharam esta quinta-feira (10) com alta de mais de 2%, com destaque para a ALL (ALLL3) e Cosan (CSAN3), que subiram após os rumores de que a fusão entre ALL e Rumo – empresa de logística da Cosan – está próxima de acontecer. Além disso, chamaram atenção a Prumo (PRML3), antiga LLX, que já atinge valorização de 55% em 3 semanas, e a Souza Cruz (CRUZ3), que subiu 6,71%, a R$ 22,10, com rumores de mercado sobre recompra de ações.

Enquanto isso, na ponta negativa, chamou atenção o movimento das ações da Anhanguera (AEDU3), que desabaram 5,69%, para R$ 13,10, após a notícia de que o MPF (Ministério Público Federal) recomendou a venda da unidade de graduação de EAD (Ensino à Distância) e a transferência dos ativos nos mercados de graduação que são identificados como problemáticos como forma de conseguir a aprovação para a fusão com a Kroton (KROT3, R$ 46,58, -0,47%)

Segundo o comunicado, a recomendação do MPF não é vinculante ao Tribunal do Cade, que tem até meio de junho para emitir seu parecer sobre a fusão da empresa com a Kroton. A solução do MPF foi vista pela a Anhanguera como conservadora para os problemas concorrenciais identificados. Não foi informado qual unidade a empresa deveria se desfazer. Mais cedo, uma matéria do Valor apontava que o Cade havia recomendado a venda da Uniasselvi – o menor ativo dentre os três da companhia, que incluem ainda Unopar e Uniderp.

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ALL e Cosan
Liderando os ganhos do Ibovespa, as ações da ALL registraram valorização de 7,16%, a R$ 8,08, depois de rumores de que a fusão da empresa com a Rumo, braço de logística da Cosan, estaria no caminho de ser aprovada. Os papéis da Cosan subiram 2,98%, a R$ 36,97.

O futuro da ALL e Rumo será selado em reunião do conselho de administração marcado para a próxima terça-feira, 15 de abril. Segundo apurou o Valor, o clima entre os acionistas da ALL está mais tranquilo. Tudo caminha para que os fundos de pensão, Previ e Funcef, e mais a gestora de recursos BRZ, também concordem com a transação. Juntos, eles somam 30% do bloco de controle da ALL. Os demais 70%, Wilson de Lara, Ricardo Arduini e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), já estavam de acordo com a operação.

Prumo
As ações da Prumo (PRML3), ex-LLX, seguem em rali na Bolsa. Apenas nesta sessão, os papéis subiram 4,35%, cotados a R$ 1,20, o que levou a valorização acumulada para 55% desde o dia 18 de março. O movimento de hoje ocorreu após a empresa anunciar que assinou um contrato com a Edison Chouest para aluguel de uma área de 255,2 km² no canal do Terminal 2 do Porto do Açu por 15 anos – período que pode ser renovado por até 15 anos adicionais.

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Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa de logística afirmou que o acordo contribuirá para a construção de uma base de apoio offshore para atrair uma ampla cadeia de produtos e serviços marítimos para a indústria de exploração de petróleo a se instalar no Porto do Açu. 

Conforme informou a Agência Estado, a empresa americana irá investir R$ 950 milhões para criar a base de apoio do Porto do Açu – no maior contrato já assinado pela companhia. O negócio pode servir como porta de entrada para a Petrobras (PETR3PETR4) no Açu, já que o grupo presta serviços para a estatal.

Sabesp
Também entre os maiores ganhos desta sessão, as ações da Sabesp (SBSP3) ganharam força durante a tarde em meio à expectativa com a revisão tarifária da companhia. Os papéis da empresa subiram 2,50%, a R$ 20,90.  Nesta quinta-feira, a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) irá publicar nota oficial sobre a revisão tarifária da Sabesp. Atualmente, a revisão está em 4,66%.

A empresa não pleiteou junto ao órgão uma porcentagem definida, mas pediu a reconsideração de alguns pontos, como o cálculo para a base de ativos e para definição do valor máximo inicial (P0). Segundo a XP, apesar da notícia do reajuste, o risco de racionamento de água continua pressionando as ações da companhia.

Além disso, durante a manhã a presidente Sabesp, Dilma Pena, disse que as projeções da empresa apontam segurança no abastecimento de água, sem necessidade de rodízio, até o final do ano, “considerando o pior cenário de chuvas e a utilização da reserva técnica” da água das represas do Sistema Cantareira.

CSN e Usiminas
Após despencarem mais de 5% na véspera por conta do julgamento do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), as ações da Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) conseguiram encerrar esta sessão no positivo, com altas de 1,22% e 0,11%, respectivamente, a R$ 9,10 e R$ 9,12.

O órgão afirmou na véspera que a CSN terá que se desfazer de suas ações da Usiminas para que se mantenha como acionista da companhia. Atualmente, a CSN é a maior acionista individual da empresa, com 17,43% do seu capital. A fatia foi adquirida por meio de compra de ações na Bovespa entre 2011 e 2012. O Cade manteve sob sigilo o percentual que precisará ser vendido e o prazo para que a operação aconteça. As duas companhias são as duas maiores produtoras de aços planos do País.

Segundo a Planner Investimentos, ainda que a CSN não precise necessariamente vender tais ações a mercado, podendo buscar um sócio estratégico ou investidor interessado, a pressão sobre as duas companhias deve se manter. Eles ressaltam ainda que a companhia não deve vender de forma “pulverizada” as ações que possui na Bolsa.

Brasil Pharma
Fora do Ibovespa, destaque ainda para as ações da Brasil Pharma (BPHA3), que dispararam 7,95%, a R$ 3,80, após o conselho de administração da empresa aprovar em reunião feita na quarta-feira uma proposta para aumento do limite do capital autorizado em até 375 milhões de ações, para permitir um aumento de capital, segundo comunicado na noite da véspera. 

O assunto será deliberado por acionistas em assembleia geral extraordinária marcada para 25 de abril. Caso seja aprovado, disse a empresa, uma reunião do Conselho realizada na mesma data deverá autorizar um aumento do capital social de R$ 400 milhões, com a emissão de 106.666.667 novas ações ordinárias, ao preço de R$ 3,75 cada. Na véspera, o papel fechou a sessão cotado a R$ 3,52.

Oi
Do lado negativo, voltaram a chamar atenção as ações da Oi (OIBR4), que recuaram 7,27%, cotadas a R$ 3,06. A empresa iniciou hoje sua oferta de ações, na qual serão ofertadas 5,75 bilhões de ações, numa operação que consiste em parte importante do acordo de fusão com a Portugal Telecom. As ações da oferta brasileira serão colocadas no país pelos coordenadores em regime de garantia firme.

Fazem parte do grupo bancos como o BTG Pactual, coordenador líder da operação, além de Bank of America Merrill Lynch, Credit Suisse, entre outros. O período de reserva da oferta se encerra no dia 24 deste mês. No documento, a Oi informou que o preço por ação preferencial será fixado em 28 de abril, com a negociação dos papéis em bolsa marcada para 30 de abril.

Imobiliárias
O setor imobiliário voltou a cair forte nesta quinta-feira. Após o resultado da inflação na véspera surpreender negativamente, especialistas já começam a apontar para uma manutenção no ciclo de alta da Selic, o que seria negativo para o setor, já que o crédito ao consumidor ficaria mais difícil, podendo prejudicar a receita em vendas dessas empresas.

Com desvalorizações de mais de 1%, destaque para a Rossi (RSID3), MRV Engenharia (MRVE3) e a PDG Realty (PDGR3), que caíram 5,23%, 2,50% e 2,50%, respectivamente, cotadas a R$ 1,63, R$ 7,40 e R$ 1,56.

Direcional
Os papéis da Direcional (DIRR3) fecharam em sua máxima do dia, com alta de 0,86%, a R$ 10,59 – durante o dia as ações chegaram a cair 1,43% -, após dados preliminares do primeiro trimestre de 2014. Os lançamentos da empresa ficaram em R$ 722 milhões, alta de 84% na comparação anual. As vendas fecharam o período em R$ 881 milhões, crescimento de 66% na mesma base de comparação. 

O Credit Suisse viu com bons olhos os números da empresa, com destaque para a 1ª faixa do programa do governo “Minha Casa, Minha Vida”, e segue acreditando que a companhia deve fechar com um número razoável de contratos neste segmento durante o primeiro semestre deste ano, mas provavelmente terá volatilidade no segundo semestre.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.