Sem realização: “nova LLX” e mais 8 ações não seguiram a nova queda da Bolsa

Primeiro dia da Prumo com novo ticker rendeu ganhos de 7,5%; Pão de Açúcar e Cosan também subiram; do lado negativo, BR Insurance soma perdas de 45% em 4 dias

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após subir 1,7% durante a manhã, o Ibovespa cedeu durante a tarde e terminou em queda pelo segundo pregão consecutivo, com algumas ações do índice tendo um movimento rispidamente negativo – 10 dos 72 papéis que fazem parte do índice caíram mais de 2%. Contudo, assim como na véspera, muitas ações ignoraram o movimento de realização do benchmark da Bolsa e seguiram o movimento positivo visto nas últimas semanas.

Entre os papéis que perderam força com o declínio do Ibovespa, destaque para duas gigantes Petrobras (PETR3; R$ 14,90, -1,00%; PETR4, R$ 15,44, +0,26%) – que chegou a subir mais de 2% no intraday – e Vale (VALE3, R$ 32,48, -1,31%; VALE5, R$ 27,48, -0,24%), que subiu 1,6% na máxima do dia. Juntas, as duas empresas representam quase 23% da carteira teórica do índice. Importante destacar que a petrolífera ainda tem em seu radar a pesquisa eleitoral Datafolha, a ser divulgada neste sábado, e pode abrir com forte movimento na próxima sessão. 

Com os piores desempenhos do dia, as ações da Energias do Brasil (ENBR3, R$ 10,03, -3,46%), Bradesco (BBDC3, R$ 33,12, -3,19%) e CCR (CCRO3, R$ 16,96, -3,09%) as únicas com queda de mais de 3%. Destaque ainda para a Gol (GOLL4, R$ 12,23, -1,37%), que vinha de uma sequência de três altas e chegou a subir quase 5% nesta sexta-feira – mesmo com a queda de hoje, a companhia aérea encerrou a semana com ganhos de 9,88%, a terceira maior dentro do Ibovespa.

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OS DESTAQUES POSITIVOS:

Prumo
Dentro do Ibovespa, o principal destaque de alta ficou com a Prumo Logística (PRML3), a antiga LLX, que subiu 7,55%, fechando a R$ 1,14. Esta sexta-feira marcou o primeiro dia que ela foi negociada com o novo código na Bolsa, abandonando de vez a natureza “X” da empresa que até ano passado era controlada pelo Grupo EBX, de Eike Batista – até ontem, o ticker da Prumo na Bovespa era “LLXL3”.

Pão de Açúcar
Outra companhia que faz parte do índice e que driblou o desempenho negativo desta sexta-feira foi o Pão de Açúcar (PCAR4), que viu suas ações subirem 2,60%, cotadas a R$ 104,89. Vale destacar o forte volume movimentado pelos papéis, marcando R$ 163,4 milhões – praticamente o dobro da média diária dos últimos 21 pregões. O desempenho reflete a reavaliação dos analistas do Deutsche Bank, que elevaram a recomendação das as ações da companhia de manutenção para compra.

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Segundo os analistas, 3 fatores levaram a revisão: o P/L (Preço sobre o Lucro) estimado este ano passando para 17,6 vezes, garantindo um desconto em relação aos seus pares nos mercados emergentes de 15%; a revisão de processos internos e objetivos corporativos que buscam uma base de custo mais baixo, o que deve assegurar um retorno maior; e a revisão do preço-alvo para R$ 140,00, o que configura o potencial de valorização de 30% sobre os preços atuais.

Cosan
A Cosan (CSAN3) foi outra que conseguiu superar o dia negativo da Bolsa, fechando com alta de 1,54%, atingindo os R$ 36,88. Assim como o Pão de Açúcar, a Cosan teve um giro financeiro duas vezes maior que o normal, somando R$ 93,5 milhões nesta sexta. A Rumo, empresa de logística da companhia, pediu na véspera registro de companhia aberta junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O pedido ocorreu após a empresa ter feito proposta em fevereiro para incorporar a ALL (ALLL3). Pela proposta, a Rumo deverá abrir capital após a aprovação do negócio, para que os acionistas da ALL recebam ações da empresa em substituição às que detêm na ALL.

Na última terça-feira, a Cosan anunciou que concordou em estender o prazo para que os acionistas controladores da ALL se manifestem sobre a proposta vinculante de união com a Rumo. O novo prazo para resposta dos controladores da ALL é 15 de abril, dez dias depois da data original de 5 de abril. Segundo a Cosan, os demais termos da proposta de união de Rumo e ALL – que foi anunciada em 24 de fevereiro – permanecem inalterados.

Cetip
Já as ações da Cetip (CTIP3), subiram 0,97%, para R$ 28,18, após analistas do BTG Pactual afirmarem na véspera que observaram um possível cenário de mais ganhos para a empresa com um aumento dos preços do Sircof (Sistema de Registro de Operações Financeiras). “De acordo com alguns anúncios recebidos, o preço do Sircof de 2014 seria de R$97.93 (alta anual de 32%). Assumimos em nossos modelos um aumento de preços do Sircof em linha com inflação, mas se considerarmos esse aumento de 32%, nossos números poderiam subir 5%”, afirmaram em relatório. Com isso, eles acreditam que é possível a empresa mostrar surpresas positivas no resultado do primeiro trimestre deste ano.

MMX
Fora do índice, as ações da MMX Mineração (MMXM3) seguem em alta, atingindo sua quinta valorização seguida, acumulando no período valorização de 21,51%. Somente nesta sessão, os papéis registraram ganhos de 1,67%, cotados a R$ 3,05. O movimento positivo reflete a primeira prévia do Ibovespa – divulgada na terça-feira -, que assim como já era esperado pelo mercado, mostrou a volta das ações da MMX ao índice. Com isso, fundos atrelados ao Ibovespa, que têm como objetivo acompanhar o índice, terão que encarteirar os papéis da companhia para continuar acompanhando o benchmark, gerando uma pressão compradora sobre os papéis.

B2W: no radar do Soros
Enquanto isso, a B2W (BTOW3, R$ 28,78, +2,79%) viu seus papéis subirem pelo terceiro dia seguido. As ações da companhia, que já sobem forte desde o início do ano, quando o Tiger Global Management – fundo de investimentos focado em tecnologia – se comprometeu a realizar um aumento de capital na empresa mediante o pagamento de R$ 25 por ação. Após saltar de R$ 15,50 para R$ 22,00 na época do anúncio, os ativos já saltaram mais 30%. No ano, a companhia registra ganhos de 88,47%.

Na véspera, segundo informações do blog “Mercados” da Veja, um analista que trabalha para o megainvestidor George Soros visitou a companhia de varejo online e outros concorrentes de e-commerce no mês passado. De acordo com especialistas citados na matéria, a companhia tem realmente chamado atenção de novos investidores, principalmente após o Tiger mostrar seu interesse. Apesar do cenário complicado da companhia, que não consegue registrar lucro, grandes investidores tem mostrado grande interesse pela empresa.

Vale lembrar que ontem a empresa informou o mercado que o presidente da companhia, Antônio José Lemos Ramos, não se candidatará à reeleição, cujo mandato expirará em 6 de maio deste ano. Além disso, em comunicado enviado nesta manhã, a companhia informou que o fundo Fidelity Investiment vendeu ações da companhia e reduziu sua participação para 3,52% na empresa. Segundo dados da BM&FBovespa, em 26 de fevereiro o fundo possuia 5,05% de participação.

Sabesp
Chengado à sua sétima alta consecutiva, as ações da Sabesp (SBSP3) fecharam o dia com valorização de 0,68%, a R$ 22,12, acumulando ganhos de 13% no período. Apesar das recentes valorizações, a companhia segue pressionada pelo cenário de falta de chuvas em São Paulo, que estão levando o Sistema Cantareira para seus piores índices históricos. Na quarta-feira o GTAC (Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão) divulgou um estudo indicando que o Sistema deve entrar em “colapso” – não ter mais reservas – no final do mês de julho, logo após o final da Copa do Mundo.

Paranapanema
Após disparar quase 9% na véspera, as ações da Paranapanema (PMAM3) continuam chamando atenção. Apenas neste pregão os papéis avançaram 1,78%, a R$ 4,00, mais uma vez com um forte volume, dessa vez chegando a R$ 944 milhões. Com o desempenho de hoje, os ativos da companhia já atingem um rali de três semanas, com ganhos de aproximadamente 42%.

Le Lis Blanc
Com alta de 5,59%, a R$ 6,80, as ações da Le Lis Blanc (LLIS3) chegaram ao seu quinto pregão consecutivo de valorização, renovando seu maior patamar desde outubro do ano passado e encerrando a semana com alta de 13,71%. O volume também surpreendeu, chegando a R$ 2,87 milhões, ante média de R$ 842 mil.

BR Insurance: queda de 45% na semana
Mesmo fora do Ibovespa, a BR Insurance (BRIN3) não pode passar em branco no noticiário desta sexta, já que as ações da companhia tiveram um novo colapso na Bolsa, marcando queda de 21,72%, a R$ 8,90, com as vendas na Bovespa lideradas por bancos estrangeiros – Morgan Stanley (saldo negativo de 510 mil ações), Merrill Lynch (-251,1 mil) e Credit Suisse (-137,5 mil). Somando as quedas desde 1º de abril – dia pós-divulgação do resultado do 4º trimestre de 2013 -, os papéis da companhia despencam cerca de 45,71%.

No quarto trimestre, a empresa viu seu lucro líquido contábil atingir R$ 13,9 milhões, uma queda de 58,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O recuo tem como base a elevação das despesas administrativas, provisão para perdas em recebíveis, assim como pelo crescimento de cancelamentos de apólices.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.