Perdas e ganhos bilionários: veja os melhores e piores setores da Bolsa no 4° tri

Segundo o BB Investimentos, os banco foram novamente o grande destaque da temporada; lucro maiores bancos privados - Itaú, Bradesco e Santander - alcançou R$ 33,8 bilhões no ano

Paula Barra

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SÃO PAULO – Os bancos foram novamente o grande destaque da temporada de balanços corporativos do Brasil do quarto trimestre, que teve seu fim oficial na semana passada. O ritmo de crédito voltou a apresentar aceleração no último trimestre de 2013 e as carteiras dos três grandes bancos – Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC3; BBDC4) e Santander (SANB11) – somadas, atingiram R$ 962,8 bilhões, crescimento de 10,8% na comparação anual, contra avanço de 7,1% verificado em 2012, segundo levantamento feito pelo BB Investimentos

No acumulado do ano, o lucro líquido dessas três instituições alcançou R$ 33,8 bilhões, crescimento de 7,3% na comparação anual, beneficiado principalmente pelo avanço do Itaú, que encerrou 2013 com lucro líquido gerencial de R$ 15,8 bilhões – maior da sua história – e compensou a queda verificada no Santander. Já nos demais bancos, que incluem bancos médios e de nicho, os resultados foram mistos, com destaque para BTG Pactual (BBTG11), que voltou a apresentar resultado positivo após um ano desafiador, comentou o BB Investimentos. 

Apesar do bom resultado no trimestre, quando olha-se para o ano como um todo, o setor perdeu R$ 222 milhões na comparação com 2012, segundo cálculos da Economatica, que leva em consideração os 25 bancos listados na Bovespa. O lucro do setor bancário em 2013 ficou em R$ 45,52 bilhões, contra R$ 45,7 bilhões no ano anterior. O responsável por esse recuo foi o Santander, que fechou 2013 com lucro de R$ 3,82 bilhões, frente a R$ 5,44 bilhões registrados em 2012. 

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Na ponta oposta, aparece o setor de petróleo e gás, com destaque para o resultado anual da Petrobras, ficou levemente abaixo das expectativas dos analistas do BB, que era de R$ 24 bilhões de lucro líquido contra R$ 23,6 bilhões reportados.

Maiores lucros e prejuízos de 2013
Apesar de ficar abaixo do projetado, o lucro da Petrobras foi o maior de 2013, segundo cálculos da Economatica, seguido pelo do Itaú Unibanco (R$ 16,424 bilhões), Bradesco (R$ 12,011 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 10,438 bilhões). 

Entre os maiores prejuízos do ano, a OGX Petróleo (OGXP3) liderou as perdas, com R$ 17,435 bilhões em 2013 – o maior entre as companhias de capital aberto da América Latina e Estados Unidos em 2013 e o maior da Bolsa brasileira desde 1986, segundo a Economatica. 

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Na sequência, figuram a Eletrobras (ELET3; ELET6), HRT Petróleo (HRTP3), MMX Mineração (MMXM3) e Eneva (ENEV3), que registraram prejuízos de R$ 6,287 bilhões, R$ 2,238 bilhões, R$ 2,057 bilhões e R$ 942 milhões, respectivamente, em 2013. 

Maiores lucros de 2013 Maiores perdas de 2013
Empresa Ticker Lucro (em milhões – R$) Empresa Ticker Prejuízo (em milhões – R$)
Petrobras PETR4 R$ 23.570 OGX Petróleo OGXP3 R$ 17.435
Itaú Unibanco ITUB4 R$ 16.424 Eletrobras  ELET6 R$ 6.287
Bradesco BBDC4 R$ 12.011 HRT HRTP3 R$ 2.238
Banco do Brasil BBAS3 R$ 10.438 MMX Mineração MMXM3 R$ 2.057
Ambev AMBV3 R$ 9.535 Eneva ENEV3 R$ 942
Telefônica Brasil VIVT4 R$ 3.716 Marfrig MRFG3 R$ 914
Cemig CMIG4 R$ 3.104 Gol GOLL4 R$ 797
Cielo  CIEL3 R$ 2.674 Fibria FIBR3 R$ 706
BTG Pactual BBTG11 R$ 2.478 Biosev BSEV3 R$ 450
BB Seguridade BBSE3 R$ 2.474 Itautec ITEC3 R$ 388
Fonte: Economatica

Setor a setor
No consolidado de 2013, o lucro das 313 empresas de capital aberto brasileiras foi de R$ 126,49 bilhões, contra R$ 130,95 bilhões em 2012, o que representa uma queda de R$ 4,46 milhões ou 3,4% entre os anos, de acordo com a Economatica. 

O setor de maior crescimento nominal no ano foi o de construção, representando por 19 empresas. As construtoras passaram de prejuízo de R$ 556 milhões em 2012 para lucro de R$ 3,61 bilhões em 2013.

No quarto trimestre, o resultado das construtoras também foi positivo, segundo o BB, dando uma clara sinalização de que 2014, apesar dos desafios de uma agenda mais apertada para lançamentos e vendas, será um ano de balanços mais equilibrados, com níveis de rentabilidade retomando os patamares históricos. O BB chamou atenção para os balanços da Cyrela (CYRE3) e Eztec (EZTC3). Ambas apresentaram consistentes resultados no quarto trimestre, mas o que chamou mais atenção foi a estratégia de compra de terrenos mais agressivas por parte dessas incorporadoras nas praças onde atuam, reflexo de uma situação financeira mais sólida que a dos pares e cujo movimento pode ser entendido como de liderança estratégica para o novo ciclo de investimentos no setor, comentaram os analistas. 

Por outro lado, o setor mais afetado foi o de mineração, que fechou 2013 com prejuízo de R$ 1,912 bilhões, contra lucro de R$ 8,987 bilhões em 2012, queda de R$ 10,899 bilhões. A Vale (VALE3; VALE5), principal empresa do setor na Bovespa, teve lucro de R$ 115 milhões em 2013, contra ganhos de R$ 9,73 bilhões um ano antes. 

No trimestre, o BB comentou que o  resultado operacional da Vale foi sólido e, para o início deste ano, a mineradora deve se beneficiar pelos fortes volumes de importação de minério de ferro da China, mas que podem ser parcialmente compensados por um preço médio praticado – em dólar – menor. 

Já na comparação ano a ano, quem mais perdeu foi o setor elétrico, que viu seu lucro sair de R$ 7,01 bilhões em 2012 para R$ 5,469 bilhões em 2013, queda de R$ 1,91 bilhões. 

Confira a análise do BB para cada setor no 4° trimestre:

Setor Análise* Comentário
Bancos Positivo Melhora na qualidade da carteira de crédito e queda nas despesas de provisões para devedores duvidosos
Financeiro Positivo Resultados consistentes, com destaque para Cielo (CIEL3) e Smiles (SMLE3); o lado negativo ficou por conta da Multiplus (MPLU3), com nova queda na quantidade total de pontos emitidos
Siderúrgicas Misto Segmento de aços planos foi influenciado pela fraca demanda no mercado interno, enquanto o de longos ainda permanece aquecido
Mineração Positivo Vale apresentou um sólido resultado operacional, não só na linha de bulk materials, como também na de metais básicos
Papel e celulose Positivo A recuperação na Europa e a crescente demanda na Ásia contribuíram positivamente para o resultado das companhias que, somado à estabilidade de preços que foram influenciados positivamente pela desvalorização cambial, resultaram na melhora de margens e geração de caixa. 
Frigoríficos Positivo Resultados influenciados positivamente pelo efeito cambial nas receitas líquidas, mas adversamente no aumento das despesas financeiras das companhias.
Petróleo e Gás Levemente fraco O destaque foi o resultado anual da Petrobras, levemente abaixo das expectativas; o principal impacto positivo do resultado decorreu do menor volume de importações de derivados, principalmente pela elevação da capacidade de refino interno e do impacto dos reajustes de preços ao longo do ano
Construtoras Positivos De forma geral, houve clara sinalização de que 2014, apesar dos desafios de uma agenda mais apertada para lançamentos e vendas, será um ano de balanços mais equilibrados, com níveis de rentabilidade retomando os patamares históricos
Industrial Desafiador Trimestre desafiador, característica que marcou todo o ano de 2013
Concessões Positivo Bom trimestre, com o tráfego de veículos equivalentes surpreendendo positivamente
*Análise e comentários retirados de relatório do BB Investimentos