Impacto da Copa do Mundo na economia brasileira será praticamente nulo, diz Moody’s

Agência faz relatório para mostrar os efeitos do evento na economia nacional e indica as companhias mais afetadas

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em junho acontecerá a Copa do Mundo de futebol, que ocorre pela segunda vez no Brasil e que está a pelo menos 7 anos sendo preparada. Com a esperança de deixar um grande legado para o País, os impactos positivos do evento podem não ser tão grandes quanto o esperado, é o que diz a agência de rating Moody’s.

Para a agência, a Copa deve elevar a visibilidade do Brasil diante do mundo, mas os benefícios não serão muitos nem para as companhias, nem para as cidades-sede, e nem para o governo brasileiro. Segundo os cálculos da Moody’s, o impacto na economia deve ser de R$ 25,2 bilhões. Apesar de parecer alto, o valor não é quase nada se comparado com o PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 4,838 trilhões do País no ano passado. Ou seja, o impacto da Copa do Mundo no Brasil será de 0,5% do PIB.

Segundo o estudo da Moody’s, os setores de alimentos e bebidas, hospedagem, locação de carros, telecomunicações e publicidade serão os mais beneficiados pelo evento, que deve receber 3,6 milhões de turistas durante um mês. Por outro lado, eles afirmam que os problemas de mobilidade e os dias perdidos de trabalho por causa dos jogos devem reduzir os ganhos nesses setores.

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Entre as empresas patrocinadoras oficiais, a agência destaca que o impacto positivo não será grande o suficiente para fazer alguma diferença nos resultados anuais dessas companhias. Entre as citadas no relatório estão a Coca-Cola, Adidas, além das brasileiras Oi (OIBR4), Magazine Luiza (MGLU3) e Itaú Unibanco (ITUB4). Porém, como essas empresas já são patrocinadoras de eventos esportivos no Brasil, a agência diz não ser possível calcular exatamente este impacto.

Enquanto isso, o setor de bebidas é apontado como o mais favorecido, com destaque para a Ambev (ABEV3), a BRF (BRFS3) e a Marfrig (MRFG3), que devem ter impactos positivos por serem patrocinadoras da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o que deve ajudar para uma maior visibilidade das marcas.

Favorecida pelo fluxo de turistas, a Moody’s aponta a Localiza (RENT3) como uma das mais beneficiadas pela Copa, já que muitos visitantes devem preferir alugar um carro para se deslocarem por conta própria do que por táxis, principalmente aqueles turistas que forem visitar mais de uma cidade. Por outro lado, para a Gol (GOLL4) a agência diz que o impacto deve ser misto, com a companhia registrando ganhos de tráfego, mas podendo ver sua rentabilidade prejudicada.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.