Itaú e Bradesco sobem 3%; Cesp avança 5% com dividendos; veja destaques

Anhanguera cai mais de 1% com riscos sobre a fusão com a Kroton; TIM lidera perdas do Ibovespa após Credit Suisse cortar o preço-alvo para a companhia

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Dando continuidade ao movimento altista, 20 das 72 ações do Ibovespa encerraram esta segunda-feira (24) com alta de mais de 2%, enquanto apenas 6 papéis recuaram mais de 1%. Com um dia de noticiário agitado para as empresas, destaques positivos para os bancos Itaú Unibanco (ITUB4), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC3; BBDC4), além da Petrobras (PETR3; PETR4), todos subindo mais de 2,5%.

As ações ordinárias da petrolífera subiram 3,26%, a R$ 13,94, enquanto as preferenciais avançaram 2,71%, para R$ 14,40. Segundo a XP Investimentos, apesar da forte alta de hoje, a companhia segue pressionada, com fatores como a possível criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), além dos pagamentos de propinas e associações (PDVSA) que nunca deveriam ter ocorrido.

Vale destacar, porém, que alguns analistas já apontavam na última semana que as notícias das investigações com a Petrobras poderiam de alguma forma ajudar os papéis, que se apoiariam em uma esperança de ver o cenário da companhia mudado, o que já seria positivo dado o atual estado da petrolífera.

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Bancos sobem com elevação de recomendação
Já os ativos dos bancos, registraram forte valorização apoiados nas elevações de recomendação feitas pelo Credit Suisse. As ações ordinárias e preferenciais do Bradesco registraram alta de 3,74% e 2,80%, respectivamente, a R$ 30,50 e R$ 29,04. Enquanto isso, os papéis do Itaú avançaram 2,90%, para R$ 32,27, as units do Santander subiram 2,81%, cotadas a R$ 12,06.

O Credit Suisse elevou a recomendação das ações preferenciais do Bradesco, de neutro para outperform (desempenho acima da média), e listou como seus papéis preferidos no setor. Além disso, os analistas do banco também reiteraram a recomendação outperform das ações do Itaú e das units do Santander.

Com dividendo “gordo”, Cesp sobe 5%
Mesmo após registrar uma provisão de R$ 1,8 bilhões referente à Usina de Três Irmãos, o que levou a uma prejuízo de R$ 990,5 milhões no quatro trimestre, a Cesp (CESP6) viu suas ações subirem 4,99%, a R$ 25,88. Apesar dos eventos não-recorrentes, o Itaú BBA viu o resultado como positivo. Descontada a provisão, a corretora afirmou que tanto o Ebitda quanto o lucro líquido da companhia ficaram acima do esperado pelos analistas.

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 Eles destacam ainda como surpresa positiva a proposta de pagar R$ 2,60 por ação em dividendos, maior que a esperada e afirmam que isso deve ser positivo para as ações na Bolsa no curto prazo. A Cesp propôs distribuir cerca de R$ 1,04 bilhão em dividendos, dos quais R$ 196 milhões já foram pagos como juros sobre o capital próprio.

Enquanto isso, a analista do UBS Lilyanna Yang destacou que a empresa “tem se beneficiados preços de energia no curto prazo, que estão mais altos e por mais tempo”, além de ter apresentado despesas operacionais levemente menores. O UBS manteve a recomendação “neutra” para a ação, elevando seu preço-alvo de R$ 22,00 para R$ 25,00.

Cemig vira e fecha em alta após resultados
Enquanto isso, a Cemig (CMIG4), que também divulgou resultado na última sexta-feira, viu neste pregão seus papéis registrarem leve alta de 0,22%, a R$ 13,93 – após recuarem 1,94na mínima do dia. A companhia teve queda de 27,3% no lucro líquido de 2013, a R$ 3,1 bilhões, mas registrou aumento na geração de caixa diante de receitas maiores e redução de custos operacionais. 

Segundo a Planner, o resultado foi relativamente em linha com o esperado pelo mercado e não trouxe grandes surpresas. Para os analistas da XP Investimentos, o principal risco referente à empresa ainda segue sendo os desdobramentos do atual cenário adverso que o setor passa e seus possíveis impactos no segmento de distribuição e geração de energia.

Com resultado e dividendos, Cetip sobe 2,5%
As ações da Cetip (CTIP3) deram continuidade em sua alta e atingiram sua quarta valorização seguida neste pregão, acumulando ganhos de mais de 9%. Nesta sessão, os papéis fecharam com alta de 2,57%, a R$ 26,38, maior valor desde setembro de 2012. Na última semana a companhia reportou um lucro de R$ 503,3 milhões no quarto trimestre, alta de 19,3% em relação aos 12 meses anteriores.

Porém, o que mais chamou atenção dos analistas foi o anúncio de dividendos, no valor de R$ 270,6 milhões, o que representa 75% do lucro líquido. Considerando o total de ações da Cetip na Bolsa (260.513.831 papéis), o valor a ser distribuído aos acionistas será de R$ 1,03872 por ação. Para os analistas Alexandre Spada, Regina Longo Sanchez e Thiago Bovolenta Batista, do Itaú BBA, o balanço foi muito bom e destacam ainda que, além dos dividendos, o grande destaque do período ficou com forte crescimento da receita, 19% em termos anuais, a taxa mais rápida desde o terceiro trimestre de 2011.

Vivo e TIM caem com corte de preço-alvo
Após o Credit Suisse cortar seu preço-alvo para a TIM (TIMP3, -2,07%, R$ 11,37) e da Vivo (VIVT4, -0,37%, R$ 45,77), as ações das duas companhias fecharam em queda na Bolsa. No caso da TIM, o banco passou o preço de R$ 10 para R$ 9,50, enquanto da Vivo saiu de R$ 51 para R$ 48. A recomendação foi mantida em neutra para as duas empresas, ou seja, sem grandes convicções para comprar os papéis agora, explicam os analistas. Além disso, eles comentaram que as reduções vieram em cima de sinais mais claros de maturação do mercado ao mesmo tempo que o capex (investimentos em bens de capital) deve aumentar para o 4G e melhores serviços.

Deutsche eleva preço-alvo e Lojas Americanas sobe 2%
A Lojas Americanas (LAME4) viu suas ações subirem 2,10%, para R$ 15,57, após o Deutsche Bank elevar seu preço alvo e sua recomendação para a companhia. O banco informou que, após o aporte bilionário ocorrido na B2W – que levou o próprio Deutsche a elevar seu preço-alvo para os papéis da companhia de R$ 3,00 para R$ 15,00 – decidiu elevar em 16% sua projeção de preço para os papéis LAME4, para R$ 18,00. Além disso, eles elevaram a recomendação para as ações de venda para manutenção.

Anhanguera cai com risco sobre fusão com a Kroton
Enquanto isso, os problemas com a fusão entre a Kroton (KROT3) e Anhanguera (AEDU3) continuam afetando as companhias na Bolsa. Nesta sessão, os ativos da Anhanguera registraram perdas de 1,13%, a R$ 12,29. Já os papéis da Kroton conseguiram ficar no positivo, avançando 0,41%, para R$ 48,49.

Segundo coluna Radar, da Veja, a fusão entre as duas companhias do setor de educação estaria por um fio. Isto porque o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) quer que as companhias vendam uma das três unidades de ensino à distância para a união – uma conta que não fecharia para a Kroton. Em relatório, a XP Investimentos comentou que isso é sem dúvida um ponto negativo e novas informações devem ser acompanhadas de perto. 

Oi perde forças, mas fecha com alta de 1%
Durante a manhã, a notícia de que bancos se unirão para levantar capital para a Oi (OIBR4) animaram as ações da operadora de telefonia, levando os papéis preferenciais a subirem 5,08%, a R$ 3,72. Mas os ativos perderam força durante a tarde e fecharam com alta de “apenas” 1,13%, cotadas a R$ 3,58. 

Segundo informações da Dow Jones Newswires, um grupo de cinco bancos estaria liderando os planos da Oi para levantar bilhões de dólares em capital, garantindo que comprarão mais de 50% das ações que serão oferecidas.

Outros destaques:

Saraiva
As ações da Saraiva (SLED4) dão continuidade à forte queda de 15,70% da sexta-feira, e recuaram 4,13% neste pregão, atingindo os R$ 16,00, renovando seu menor patamar desde maio de 2009. O desempenho dessas sessões reflete o balanço do 4º trimestre de 2013 divulgado na quinta-feira pela rede de livrarias. Embora a receita líquida tenha crescido 20% em relação ao 4º trimestre do ano anterior, para R$ 736,2 milhões, o lucro líquido ficou em R$ 12,0 milhões, número 74% menor do que aquele visto nos 3 últimos meses de 2012

Bic Banco
Uma ação a despertar os olhares dos investidores desde o anúncio de OPA (oferta pública de aquisição) no ano passado tem sido a do Bic Banco (BICB4). Mesmo com a companhia anunciando sua venda ao CBB (Chinese Construction Bank) em meados de outubro – o que culminaria em um fechamento de capital na ordem de R$ 8,90 por ação até o segundo semestre de 2014 -, os papéis BICB4 não passaram da máxima de R$ 8,20 desde então, registrando movimento de queda acumulada de 15% até a semana passada, quando iniciou um movimento de correção. Para o analista Gilberto Tonello, do GBM, o pessimismo do mercado poderia se relacionar com a possibilidade do Banco Central não aprovar o negócio.

No entanto, desde a semana passada, o Bic Banco tem vivido um momento de recuperação na bolsa, com suas ações registrando alta de 2,65%, precificadas em R$ 7,75 nesta sessão, atingindo a sétima alta seguida, com ganhos acumulados de 10% – valor ainda abaixo do estipulado na OPA.

Lupatech
Ainda fora do Ibovespa destaque para o movimento atípico da Lupatech (LUPA3), que subiu 8,77%, a R$ 0,62, após chegar a disparar 17,54% mais cedo. O volume movimentado pelos papéis já supera em 5 vezes a média dos últimos 21 dias e atingem R$ 493 mil. A companhia segue no aguardo de novidades sobre seu plano de recuperação judicial. No início do mês, a assembleia marcada para avaliar o plano não ocorreu por falta de quórum e ainda não ocorreu uma nova reunião.

Profarma
Fora do Ibovespa, as ações da Profarma (PFRM3) dispararam 9,44%, cotadas a R$ 19,37, depois que a distribuidora de medicamentos anunciou uma associação estratégica com a norte-americana AmerisourceBergen Corporation, envolvendo um aumento de capital de até R$ 335,6 milhões. 

Com a operação, a AmerisourceBergen pode chegar a ter 19,9% das ações da Profarma após a subscrição de novos papéis ao preço de R$ 22,50 cada, prêmio de 27,1% sobre o fechamento da ação na sexta-feira, quando encerrou o pregão cotada a R$ 17,70.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.