Petrobras, Rossi e BB batem mínimas de até 10 anos; mais 13 ações “voltam no tempo”

Com risco de acabar "pagando a conta" da ajuda do governo para o setor elétrico, petrolífera e banco têm sofrido ainda mais na Bolsa

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar da leve alta do Ibovespa nesta segunda-feira (17), que no início do pregão ameaçou um repique mais forte, nem todas as ações da Bolsa tiveram o que comemorar. Pior para Petrobras (PETR3; PETR4), Banco do Brasil (BBAS3) e para algumas imobiliárias do índice, que renovaram suas mínimas de quase 10 anos no mercado.

O cenário para a petrolífera estatal continua bastante negativo, com os papéis atingindo sua terceira sessão de queda. Os ativos ordinários da companhia recuaram 0,66%, cotados a R$ 12,02, renovando assim sua mínima de 20 de julho de 2005, enquanto os ativos preferenciais caíram 1,64%, para R$ 12,57, atingindo assim seu pior fechamento desde 29 de novembro de 2005.

Vale destacar a ata da reunião do conselho fiscal divulgada na tarde de sexta-feira, com os membros recomendando que a companhia reduza sua alavancagem, temendo que a deterioração nas contas possa colocar o rating – No ano passado, o Bank of America Merrill Lynch elaborou um estudo mostrando que a companhia é a mais endividada do mundo. Além disso, a LCA Consultores estima novo revés para a Petrobras, uma vez que pode ser usada pelo governo para “compensar” os estímulos concedidos às elétricas no pacote de medidas anunciado na última quinta-feira. Além disso a petrolífera também é apontada como uma das companhias que devem acabar “pagando a conta” pela ajuda ao setor elétrico.

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Mesmo cenário do Banco do Brasil, que ao recuar 0,74% e atingir R$ 18,70 neste pregão, atingiu seu menor fechamento desde 8 de julho do ano passado. Segundo a XP Investimentos, o banco é o mais exposto ao plano do governo sobre o setor elétrico e pode financiar os R$ 8 bilhões da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Para os analistas da corretora, o melhor seria buscar proteção contra as ações do BB. “O banco já sofreu muito, e agora corre o risco de financiar o setor elétrico. Ou seja, a perspectiva não é nada animadora”, disseram.

Imobiliárias também nas mínimas
Já no setor imobiliário, o dia foi marcado pela forte queda da MRV Engenharia (MRVE3, R$ 6,95, -5,44%), que atingiu assim seu pior fechamento desde 7 de agosto de 2013. A companhia já havia registrado forte queda na última sessão após divulgar seu balanço do ano passado, fazendo com que os ativos da empresa recuassem 17,2% em apenas dois pregões.

Dentro do setor, destaque ainda para Rossi (RSID3, R$ 1,41, -3,42%) – que atingiu seu pior fechamento desde 3 de agosto de 2004 -, PDG Realty (PDGR3, R$ 1,27, -3,79%) – menor fechamento da sua história. As construtoras são conhecidas por possuírem um “beta” maior, ou seja, respondem com maior volatilidade às variações do Ibovespa. Com um cenário negativo na Bolsa, a tendência é que elas acabem mais penalizadas.

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Veja outras ações que renovaram mínima:

Ação Variação nesta sessão Cotação Menor valor desde
Marisa ON -0,31% R$ 13,06 23/02/2010
Mills ON -0,49% R$ 24,49 12/06/2012
TIM ON -0,45% R$ 11,18 03/12/2013
Helbor ON -0,79% R$ 6,30 24/07/2012
Even ON -0,45% R$ 6,68 07/08/2012
Cosan ON -0,61% R$ 32,80 29/08/2012
MMX Mineração ON -3,31% R$ 2,34 Histórico
Ferbasa PN -2,41% R$ 11,36 12/08/2013
Minerva ON -2,04% R$ 9,60 31/10/2013
BR Insurance ON -1,73% R$ 14,74 36/11/2011
Paranapanema ON -2,03% R$ 2,89 14/10/2012

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.