Dólar renova máxima desde agosto e juros futuros disparam com aversão a emergentes

Receio com desaceleração global, pessimismo da Pimco com emergentes e possível contaminação da Argentina nas economias vizinhas afeta percepção dos investidores

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O dólar iniciam em forte arrancada frente ao real nesta sexta-feira (24), ainda tendo como pano de fundo um receio com a desaceleração global, principalmente após o dado negativo do PMI (Índice Gerente de Compras, na sigla em inglês) da China, divulgado ontem. O mercado de juros futuros da BM&FBovespa também mostra forte aceleração nesta data. 

Além disso, reflete um artigo publicado pela Pimco, a maior detentora de títulos de dívidas de emergentes no mundo. Michael A. Gomez, responsável pela equipe da gestora do portfólio de emergentes, disse que embora existam ativos atrativos no Brasil, a instauração da “ordem” no mercado financeiro local é incerta a menos que políticas efetivas sejam restauradas. “O Brasil precisa ancorar a política econômica sob uma rigorosa e crível meta de superávit primário, em vez de executar o mix atual de política fiscal expansionista, empréstimos públicos subsidiados e política monetária cada vez mais apertada”, escreveu Gomez. O relatório foi publicado no momento em que Dilma Rousseff está em Davos com a complicada missão de cativar investidores estrangeiros a trazerem seu capital para o País.

Às 9h47 (horário de Brasília), o dólar comercial registrava alta de 1,09%, sendo cotado a R$ 2,428 na compra e R$ 2,429 na venda. O movimento segue a valorização da véspera, quando a moeda registrou alta de 1,27%. Essa é a quarta sessão consecutiva que o dólar avança frente ao real. Com esse desempenho, a moeda renova sua máxima desde 22 agosto de 2013. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

No mercado de juros futuros, os contratos DI com vencimento em janeiro entre 2016 e 2019 registravam ganhos superiores a 1,5%. Na série deste mês, o de maior liquidez, com vencimento em 2017, apresentava alta de 1,74%. 

No caso do mercado de juros, o aumento dos prêmios deve-se também a depreciação aguda do peso argentino em relação ao dólar. O dólar oficial, que estreou o dia a pouco mais de 7 pesos, já depois da alta que surpreendeu o mercado na quarta-feira, chegou a 8,50. Há 12 anos não se tinha notícia de uma desvalorização cambial dessa magnitude. Só este mês, o dólar oficial valorizou 22,7%.  

Em meio ao agravamento dos problemas na Argentina, alguns participantes do mercado estão se perguntando sobre os riscos pontenciais de a situação prejudicar os países vizinhos. O Brasil é o país mais exposto aos problemas da Argentina no que diz respeito a fluxos comerciais. 

Continua depois da publicidade