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SÃO PAULO – No começo do último mês do ano, o Ibovespa voltou a cair forte ao registrar variação negativa de 2,36%, a 51.244 pontos, nesta segunda-feira (2). Pesaram para o dia de baixa do índice a queda das ações da Petrobras (PETR3; R$ 16,42, -10,37%; PETR4, R$ 17,36, -9,21%), que despencara, após o anúncio do reajuste nos preços dos combustíveis e de uma nova metodologia de preços não revelada ao mercado, feito na última sexta-feira (29). O volume financeiro negociado na Bovespa foi de R$ 7,48 bilhões.
O dia foi de queda na principais bolsas internacionais, com os três grandes índices norte-americanos também caminhando para um fechamento negativo entre 0,04% e 0,3%, mas mais ameno que o visto no Ibovespa. Enquanto isso, na Europa, as bolsas recuaram em meio aos números divergentes sobre a atividade industrial na região e à decepção do investidor com relação à ThyssenKrupp, que fracassou em encontrar um comprador para a fábrica no Brasil, e por varejistas britânicas.
Já na bolsa brasileira, ganhou forte impacto nesta sessão o anúncio de reajuste de preços em 4% para a gasolina e de 8% para o diesel, feito pela Petrobras após o pregão da última sexta-feira. No entanto, o que mais chamou atenção dos investidores foi o fato da empresa, apesar de afirmar a adoção de uma nova política de preços que, não revelar detalhes da nova metodologia aprovada. A falta de transparência da estatal causou mal estar no mercado.
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O Credit Suisse foi um dos mais agressivos, reduzindo a recomendação para os ativos da companhia de outperform (desempenho acima da média do mercado) para underperform (desempenho abaixo da média do mercado) e reduziu o preço-alvo em 44%. Vale ressaltar a empresa ainda conta com a assinatura do Primeiro Contrato de Partilha do Pré-Sal, em que a petrolífera terá que desembolsar R$ 6 bilhões.
Ainda sobre a petrolífera, destaque para as falas de Mantega durante a manhã, que não comentou a forte queda das ações, mas destacou que o impacto do reajuste nas bombas será de 2% a 2,5% e que a inflação está controlada. Ele destacou ainda que o PIB do terceiro trimestre deve crescer 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além da Petrobras, as ações da Vale (VALE3, R$ 35,41, -1,28%; VALE5, R$ 32,64, -0,46%) – segunda companhia com maior participação na composição do Ibovespa – também fecharam o dia no negativo, apesar de bem menores em relação à abertura, na sequência do Vale Investor Day, em Nova York, onde a companhia divulgou as suas perspectivas para o próximo ano. A mineradora revisou sua produção estimada de minério de ferro para 312 milhões de toneladas e, aprovou um orçamento para investimentos para 2014, incluindo dispêndios de US$ 9,3 bilhões para a execução de projetos e US$ 4,5 bilhões dedicados à manutenção das operações existentes, bem como US$ 900 milhões para pesquisa e desenvolvimento.
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Ainda na ponta de baixo, também contribuíram para o dia negativo o desempenho dos papéis do setor imobiliário, impactados pela alta dos contratos de DI e a leve alta do dólar, que subiu 0,75% e fechando cotado a R$ 2,3550 na venda. Com isso, as ações de Rossi (RSID3, R$ 2,06, -4,63%) e Brookfield (BISA3, R$ 1,07, -3,15%) lideraram as perdas no setor. Também vale destacar o baixa das ações da B2W (BTOW3, R$ 13,27, -5,55%) em meio à possibilidade da empresa deixar de fazer parte do Ibovespa, com a primeira prévia da nova composição do índice.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
PETR3 | PETROBRAS ON | 16,42 | -10,37 | -14,81 | 595,74M |
PETR4 | PETROBRAS PN | 17,36 | -9,21 | -7,62 | 1,38B |
LLXL3 | LLX LOG ON | 0,90 | -9,09 | -55,32 | 3,91M |
BTOW3 | B2W DIGITAL ON | 13,27 | -5,55 | -21,94 | 6,35M |
RSID3 | ROSSI RESID ON | 2,06 | -4,63 | -54,73 | 23,58M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Ibovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
KLBN4 | KLABIN S/A PN ES | 12,35 | +2,07 | -0,48 | 40,78M |
ELPL4 | ELETROPAULO PN N2 | 9,56 | +1,06 | -43,07 | 13,77M |
BRKM5 | BRASKEM PNA | 21,00 | +0,96 | +64,06 | 32,49M |
RENT3 | LOCALIZA ON | 34,00 | +0,62 | -0,70 | 49,94M |
SUZB5 | SUZANO PAPEL PNA | 8,54 | +0,47 | +24,06 | 42,50M |
Já na ponta de cima, apenas 2 ações sobem mais de 1%: Klabin (KLBN4, R$ 2,35, +2,07%) e Eletropaulo (ELPL4, R$ 9,56, +1,06%). Já a CSN (CSNA3, R$ 11,96, +0,42%), que viu seus papéis chegarem a subir 2,69%, amenizou os ganhos nesta sessão. No noticiário da companhia, destaque para a conclusão da venda de usina de laminação em Calvert, Alabama, para um consórcio formado entre ArcelorMittal e Nippon Steel & Sumimoto Metal por US$ 1,55 bilhão. O acordo deixou a deficitária Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) com a ThyssenKrupp, que indicou que ficará com a produtora de aço instalada no Rio de Janeiro, por enquanto. A CSN era uma das candidatas a adquirir a CSA e gerou temores no mercado sobre o aumento de sua alavancagem.
No radar corporativo, destaque ainda para a primeira prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre iniciado em janeiro de 2014, divulgada pela bolsa pouco antes da abertura do pregão. Dentre as novidades, está a entrada da BB Seguridade (BBSE3), Even (EVEN3) e Ecorodovias (ECOR3), com saída de papéis como B2W (BTOW3), V-Agro (VAGR3, R$ 3,40, -0,58%) e ações ON da Oi (OIBR3, R$ 3,71, -4,13%).
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Ibovespa, foram:
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Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN | 17,36 | -9,21 | 1,38B | 628,38M | 86.526 |
PETR3 | PETROBRAS ON | 16,42 | -10,37 | 595,74M | 202,40M | 50.227 |
VALE5 | VALE PNA | 32,64 | -0,46 | 446,58M | 607,69M | 24.335 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCO PN ED | 32,22 | -2,20 | 408,82M | 322,63M | 23.207 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 30,34 | -2,13 | 367,87M | 244,15M | 14.283 |
BBAS3 | BRASIL ON ED | 24,91 | -3,15 | 178,46M | 238,58M | 16.122 |
VALE3 | VALE ON | 35,41 | -1,28 | 169,80M | 181,27M | 12.896 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 17,51 | -0,28 | 165,13M | 107,12M | 16.202 |
GGBR4 | GERDAU PN | 18,08 | +0,44 | 132,67M | 115,01M | 15.331 |
ITSA4 | ITAUSA PN ED | 9,10 | -1,99 | 117,13M | 115,40M | 16.329 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
Indicadores no Brasil e EUA
Já no campo econômico, chamou atenção o relatório Focus, que apontou para queda do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) este ano, que recuou pela terceira vez seguida, com leve baixa de 5,82% para 5,81% enquanto, para 2014, a expectativa foi mantida em 5,92%. Enquanto isso, a projeção para a Selic é de 10,5% para o fim de 2014.
Além disso, destaque para o PMI (Índice dos Gerentes de Compras) do setor industrial do Brasil, que recuou para 49,7 em novembro, depois de atingir 50,2 em outubro, quando conseguiu alcançar a marca de 50 pela primeira vez em quatro meses.
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Destaque ainda para os dados dos EUA que serão divulgados ainda nessa semana, como os de empregos na sexta-feira, permanecendo em foco, com o Federal Reserve, banco central norte-americano, disposto a reduzir seu estímulo assim que considerar que a economia está forte o suficiente. Nesta segunda-feira, o PMI dos EUA foi positivo, com o crescimento da indústria atingindo máxima de 10 meses em novembro. Enquanto isso, o ISM da indústria subiu para 57,3, ante previsão de 55,2.
PMIs também na Europa e Ásia
Já as bolsas mundiais tiveram um dia de cautela, em meio à divulgação de diversos indicadores econômicos tanto na Ásia quanto na Europa. A atividade industrial da China manteve o ímpeto de crescimento em novembro, impulsionada por novas encomendas resilientes, embora o ritmo de expansão tenha desacelerado levemente ante outubro, mostrou o PMI do HSBC em conjunto com o Markit. O PMI do HSBC veio depois de pesquisa oficial divulgada no fim de semana que mostrou que o crescimento industrial da China manteve máxima em 18 meses no mês passado devido à firme demanda doméstica e externa.
Enquanto isso, na Europa, as bolsas recuaram em meio aos números divergentes sobre a atividade industrial na região e à decepção do investidor com relação à ThyssenKrupp, que fracassou em encontrar um comprador para a fábrica no Brasil, e por varejistas britânicas. O início do dia foi positivo com a divulgação dos dados industriais chineses, mas os índices logo passaram a ceder com a divulgação dos números da atividade manufatureira na Espanha. O PMI espanhol do setor industrial caiu para 48,6 no mês, de 50,9 em outubro, de acordo com dados do Markit.
A França também desanimou, com o índice industrial recuando para 48,4 em novembro, a leitura mais baixa em cinco meses, mas veio acima da projeção dos analistas, de 47,8. Na Alemanha, o PMI do setor industrial registrou os maiores níveis desde junho de 2011. O índice na zona do euro acelerou para 51,5 e, na Alemanha, subiu para 52,7. Em destaque também, ficou o PMI do Reino Unido, que subiu para 58,4 em novembro, ante 56,5 em outubro, bem acima do esperado pelos analistas, de 56.