Ibovespa precisa de “mais dinheiro” para retomar rali, afirmam analistas

Estrategista só vê chances da bolsa subir com novo ingresso de capital; já grafista afirma que a indefinição atual deixa o Ibovespa no "pior dos mundos" para se operar

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa registrou alta no primeiro pregão do quarto trimestre do ano. Após cinco quedas consecutivas, o índice brasileiro de ações fechou a última terça-feira (1) com alta de 1,61%, a 53.179 pontos. O “suspiro” do benchmark, entretanto, é visto com cautela pelos analistas de mercado.

O índice não está mostrando segurança suficiente para uma continuidade do movimento altista, avalia Hamilton Alves, estrategista-chefe do Banco do Brasil. “A bolsa precisa registrar uma entrada mais forte de dinheiro para que um cenário mais positivo seja traçado para o Ibovespa. Até lá, não vejo motivo para acreditar em altas mais robustas do índice”, aponta.

De 3 de julho (início do rali do Ibovespa) até a metade de setembro, o índice saltou de 45.044 pontos 55.702 pontos, marcando valorização próxima de 23,5%. Nesse período, o saldo de posições dos investidores estrangeiros em contratos de Ibovespa Futuro passou de 101.526 negativo para 55.140 contratos positivo. De lá para cá, entretanto, os “gringos” vêm reduzindo drasticamente suas posições, embora permaneçam no positivo. Segundo dados atualizados pela BM&FBovespa, em 1 de setembro, os não-residentes estavam com uma posição comprada de 14.682 contratos, sinalizando que a entrada de recursos na bolsa tem perdido a força.

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O Ibovespa atingiu o patamar de 55.600 pontos em 18 de setembro – o mais alto desde 29 de maio -, mas não conseguiu ultrapassá-lo e acumula queda de 4,6% desde então. “É preciso a entrada de dinheiro novo para puxar a bolsa, assim como ocorreu de julho até a terceira semana de setembro. Mas não vejo muito espaço para subir até o fim do ano”, apontou Alves.

E o que a análise gráfica diz?
Segundo Márcio Noronha, analista técnico com mais de 40 anos de história na Bovespa e atualmente faz parte da equipe da Timing Investimentos, essa primeira semana de outubro é crítica para o índice: “podemos tanto ver a confirmação de um movimento altista como caminhar para uma forte correção”, afirma. Ele destaca as blue chips da Bovespa, que já mostraram altas robustas no último rali e agora não demonstra muita força para novas arrancadas.

Para o grafista, o mercado está no “pior dos mundos”. A bolsa está indefinida, dificultando ainda mais montar posições. A visão é de incerteza. “A tendência primária está de baixa e a secundária de alta. Isso é ruim, pois uma hora a subida se esgota e o mercado tende a voltar para baixa”, disse.

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O ideal seria que o índice segurasse até a mínima atingida em 30 de setembro (em 52.290 pontos) para voltar a subir até 55.900 pontos. Mas, se ele não conseguir se manter acima desse patamar, é esperado quedas mais bruscas para cerca de 49.000 pontos, disse Noronha.