Com arrancada da Petrobras, Ibovespa fecha em alta de 1,23% e supera os 52.000

Ações ON da petrolífera subiram 4%; Sabesp liderou os ganhos do índice, com alta de 10,6%

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após operar em queda durante toda a manhã, o Ibovespa inverteu sinal no início da tarde puxado pela disparada das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e fechou em alta de 1,23%, a 52.351 pontos, após ter atingido ganho máximo no dia de 1,51% (52.498 pontos) e perda de 0,89% (a 51.255 pontos). O giro financeiro foi de R$ 9,039 bilhões, bem acima da média diária dos últimos 21 pregões, de R$ 7,993 bilhões.

O índice foi impulsionado principalmente pelo forte desempenho das ações da Petrobras, cujas ordinárias registraram valorização de 3,28%, a R$ 16,69, e preferenciais avançaram 4,09%, a R$ 17,54. Juntos, esses ativos representam cerca de 10% da carteira teórica do Ibovespa.

Operadores não encontraram até o momento justificativa para o movimento, comentando apenas a descoberta de indícios de petróleo em um poço em terra no campo Canto do Amaro, em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Em notificação da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natura e Biocombustíveis), a empresa informa a presença de indícios de hidrocarbonetos, mas ainda não constitui em uma acumulação comercial. 

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Sabesp lidera ganhos do Ibovespa; siderúrgicas recuam forte
Na ponta positiva, chamou atenção também as ações da Sabesp (SBSP3, +10,63%, R$ 21,75), que lideraram os ganhos do índice nesta sessão, em meio à fala do secretário de energia do estado de São Paulo, José Aníbal, garantindo que o reajuste tarifário da companhia será feito com base na inflação. 

Na sequência, apareceram os papéis da Gol (GOLL4), que subiram 7,75%, a R$ 9,45, e os da Tim (TIMP3, +4,49%, R$ 10,01) e Gafisa (GFSA3, +4,38%, R$ 3,10). No caso da Gol – segunda maior alta do Ibovespa -, refletiu nos papéis a notícia de uma reunião de ministros, nesta tarde, que iria discutir um plano de ajuda para as companhias aéreas que poderia chegar a R$ 2 bilhões, de acordo com o Valor Econômico.

Ganhou destaque também nesta sessão os papéis da OGX Petróleo (OGXP3), que fecharam estáveis, aos R$ 0,41, mas chegaram a atingir na mínima do dia queda de 9,76%, a R$ 0,37. As ações da companhia vêm sendo pressionadas desde ontem por uma enxurrada de ações que foram disponibilizadas para aluguelIsso porque como os fundos passivos tiveram que comprar um grande volume de ações da petroleira esta semana por conta do ajuste com a nova carteira do Ibovespa, esses papéis só entraram em suas custódias na véspera (D+3) – ou seja, quem quisesse, poderia oferecer o papel para empréstimo. 

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Junto com a OGX, destaque negativo também para as siderúrgicas, com: Metalúrgica Gerdau (GOAU4, -2,95%, R$ 21,08), Gerdau (GGBR4, -2,35%, R$ 17,00) e Usiminas (USIM3, -2,03%, R$ 10,11; USIM5, -1,54%, R$ 10,20). Enquanto a CSN (CSNA3) conseguiu fechar com alta de 0,88%, a R$ 9,16. Segundo o site Metal Miner, após um aumento consistente dos preços do aço nos Estados Unidos durante o mês de agosto, deve haver agora uma correção no curto prazo, tendo em vista alguns “solavancos” na demanda por construção e no setor automotivo.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SBSP3 SABESP ON 21,75 +10,63 -23,02 74,27M
 GOLL4 GOL PN N2 9,45 +7,75 -26,74 32,83M
 TIMP3 TIM PART S/A ON 10,01 +4,49 +26,75 89,00M
 GFSA3 GAFISA ON 3,10 +4,38 -34,18 26,70M
 DTEX3 DURATEX ON 12,75 +4,34 -6,05 12,13M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 GOAU4 GERDAU MET PN 21,08 -2,95 -7,23 29,64M
 PDGR3 PDG REALT ON 2,30 -2,54 -30,51 108,91M
 GGBR4 GERDAU PN 17,00 -2,36 -4,50 222,32M
 USIM3 USIMINAS ON 10,11 -2,03 -26,04 4,67M
 USIM5 USIMINAS PNA 10,20 -1,54 -20,31 89,24M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 17,54 +4,10 829,74M 608,97M 41.840 
 VALE5 VALE PNA 32,32 +0,56 622,54M 825,93M 33.128 
 PETR3 PETROBRAS ON 16,69 +3,28 343,29M 167,26M 22.324 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 29,39 +1,07 266,35M 338,19M 18.331 
 GGBR4 GERDAU PN 17,00 -2,36 222,32M 161,34M 20.788 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Ata do Copom
Já entre as referências econômicos, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta manhã, não trouxe grandes novidades, mas indica que o Banco Central alterou sua percepção sobre a política fiscal, até então vista como expansionista. Nesta ata, o comitê parece trabalhar com a hipótese de política fiscal neutra para 2014, ou seja, sem grandes ajustes na Selic no próximo ano.

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Ainda no front nacional, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, participam da reunião do G20 na Rússia, que deve abordar principalmente a questão Síria e os possíveis efeitos da retirada do Quantitative Easing 3 – programa bilionário de compra de títulos dos EUA – nos países emergentes. 

EUA: indicadores e Síria no radar
Nos EUA, os dados econômicos se mostraram bastante distintos. Enquanto o setor privado criou 176 mil novos postos de trabalho em agosto, ante expectativa de 180 mil, o Initial Claims registrou 323 mil novas solicitações de auxílio-desemprego, ante projeções de 333 mil. Ainda por lá, a produtividade da indústria subiu 2,3% no segundo trimeste, mais do que o esperado e os custos de produção mantiveram-se estáveis, enquanto o indicador de encomendas à indústria registrou a maior queda em quatro meses. 

Os dados de emprego, junto com a inflação, são os indicadores mais analisados pelo Federal Reserve para mensurar o crescimento econômico do país, e podem interferir no início da retirada do Quantitative Easing 3 – programa bilionário de compra de títulos.

Ainda por lá, os temores acerca de uma intervenção militar Síria ganham forças. Na véspera o Senado norte-americano aprovou a ofensiva, após o governo dos EUA garantir que tem provas do uso de arma química contra rebeldes pelo governo de Bashar Assad.

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O porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, declarou que os EUA deveriam aguardar que o relatório dos inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas) fosse divulgado antes de darem início a qualquer ataque militar, destacando que as provas dos EUA contra o país “são insuficientes”. 

Já na Europa, os principais índices registram alta, com o BoE (Bank of England) e o BCE (Banco Central Europeu) mantendo suas taxas de juros nas mínimas recordes de 0,5% ao ano e também deixando programas de compra de títulos inalterados. Na Alemanha, as encomendas à indústria caíram em 2,7% em julho, mas ainda indica tendência de alta, com a média de dois meses mostrando alta de 3,3%.