Após desistência de blocos, OGX cai 15% e OSX recua 20% com injeção de capital

Noticiário da petrolífera puxa MMX e LLX para baixo no Ibovespa; MPX sobe 9% após confirmar que não irá desistir de negócios em blocos devolvidos pela OGX

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Se esta terça-feira (27) foi negativa para toda a bolsa, com temores sobre uma possível ação dos EUA contra a Síria, as empresas do Grupo EBX, de Eike Batista, puxadas por um agitado noticiário corporativo, tiveram ainda mais motivos para se desvalorizar. Neste pregão, a OGX Petróleo (OGXP3) encerrou com a maior queda do índice, aos R$ 0,69, recuo de 14,81%.

Nessa manhã, a petrolífera comunicou ao mercado que, tendo em vista o novo plano de negócios da companhia, resultante da decisão de suspender o desenvolvimento dos campos Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, decidiu reavaliar a estratégia de exposição a novos riscos exploratórios. Nesse processo, a diretoria executiva concluiu não ser recomendável, no momento atual, assumir risco exploratório de novas áreas, em relação as quais não tenha logrado formar consórcios com outras empresas, através do que seria possível mitigar o risco exploratório.

Com isso, em reunião realizada na véspera, tomou a decisão de desistir da aquisição de nove blocos que arrematou na 11ª rodada de licitações promovida pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) em maio. A companhia desistiu da aquisição dos blocos BAR-M-213, BAR-M-251, BAR-M-389, CE-M-663, FZA-M-184, PN-T-113, PN-T-114, PN-T-153 e PN-T-168, ganhos pela OGX sem consórcio com outras empresas, pelo que deverá arcar com o pagamento de uma penalidade no valor estimado de R$ 3,42 milhões.

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A OGX declarou, por sua vez, que irá prosseguir com o pagamento do bônus de assinatura e da celebração dos contratos de concessão relativos aos Blocos CE-M-603, CE-M-661, POT-M-762 e POT-M-475, ganhos pela companhia através de consórcios formados com ExxonMobil, Total E&P e Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP3).

Por outro lado, o Deutsche Bank afirmou em relatório que a OGX irá economizar R$ 280 milhões com essa desistência. “Achamos difícil de acreditar que a administração da empresa não tinha conhecimento desses riscos. Avaliamos que a atual falta de liquidez e a percepção de que será difícil adquirir os blocos no curto prazo foram as razões por trás do anúncio”, avaliou o banco. Ainda em relação aos blocos obtidos no leilão, a assessoria da ANP informou que as empresas que ficaram em segundo lugar terão a opção de adquiri-los. Com isso, a BP, Ouro Preto, Maersk e Petra poderão ficar com blocos desistidos pela OGX.

MPX não desiste de negócio e ações disparam
A lista de devoluções da OGX inclui quatro blocos na Bacia do Parnaíba com participações negociadas com a MPX Energia (MPXE3) em maio, com fatia de 50% para empresa de geração de energia. A petrolífera informou que como o acordo estava condicionado à assinatura do contrato de concessão, o negócio seria desfeito, o que levou a MPX a recuar forte durante a tarde. Porém, a assessoria da MPX afirmou que a decisão da OGX não afeta os planos de negócios da empresa, visto que ainda existem muitas áreas a serem exploradas pela companhia na Bacia do Parnaíba.

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Além disso, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) isentou a companhia da obrigação de seus CCEARs (Contratos de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado) em relação a usina termelétrica Porto do Pecém II. A obrigatoriedade foi adiada de 1º de julho de 2013 até a data em que a subestação Pecém II, da Chesf/TDG começar a operar. Com isso, os papéis da geradora a ganhar força na última hora de pregão – chegando a subir mais de 10% em apenas meia hora, invertendo sinal e encerrando com alta de 8,92%, a R$ 5,13.

OSX cai a despeito de “desconto” e injeção de capital
Outra empresa de Eike que chamou a atenção foi a OSX Brasil (OSXB3), cujas ações caíram 20,80%, aos R$ 0,99. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a companhia teria concordado em pagar cerca de R$ 300 milhões à construtora espanhola Acciona, um desconto da dívida que a empresa cobrava da OSX, de R$ 500 milhões.

A pendência era o maior nó das empresas com os fornecedores. O pagamento, segundo a publicação, será feito em 36 parcelas que começarão a partir de 2014, sendo que a dívida será quitada em 2017. Vale lembrar que a OSX informou na última sexta-feira em comunicado ter chegado a um acordo com a Acciona, credor que havia dito ter tomado um calote da companhia – e ameaçado pedir falência da empresa de companhia.

Além disso, Eike anunciou nesta manhã que vai vender US$ 50 milhões em ações da companhia como forma de se adequar às regras do novo mercado. A companhia também deverá exercer a put (opção de venda) em R$ 50 milhões – garantindo a reversão de todos recursos para a empresa.

Essas notícias afetaram as outras empresas do grupo que estiveram fora do radar nesta sessão, como a MMX Mineração (MMXM3) que teve perdas de 5,09%, para R$ 2,05, e LLX Logística (LLXL3) que recuou 4,65% nesta sessão, aos R$ 1,64. Por fim, a CCX Carvão (CCXC3) caiu 3,55%, aos R$ 1,36.