Reunião do Copom e divulgação do PIB serão destaques na próxima semana

Agenda doméstica será destaque nos próximos dias; Selic deve ser elevada em 0,5 ponto percentual e PIB deve registrar fraco desemepnho no segundo trimestre

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Se nesta semana os investidores ficaram de olho nos EUA, aguardando a publicação da Ata do Fomc, os próximos dias serão pautados com as expectativas para dois grandes eventos no Brasil: a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre.

O início da próxima semana não terá grandes destaques, marcado apenas por indicadores semanais, como o IPC (Índices de Preços ao Consumidor) de São Paulo, balança comercial e Boletim Focus. Na quarta-feira (28) chama atenção o fim da reunião do BC, que irá anunciar a nova taxa básica de juros do País, atualmente em 8,5% ao ano. Fato este que já tem tido bastante influência no mercado, principalmente no setor imobiliário, que sente mais as alterações nas taxas.

Para o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, este será o principal evento na agenda da próxima semana. “Mais do que a nova Selic, o destaque fica para o comunicado, que pode indicar alguma mudança na política do governo, principalmente após as recentes intervenções e medidas anunciadas pelo BC em relação ao mercado cambial”, explica. Para esta reunião, a corretora projeta uma alta de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, passando a 9% ao ano.

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Com a recente melhora no cenário externo, junto com a proximidade da redução do programa de estímulos nos EUA, tem levado os investidores a sair de seus investimentos por aqui e aplicar em títulos do governo norte-americano – considerados o investimento mais seguro que existe. Isso tem levado o dólar a passar por um forte rali, o que fez o mercado precificar uma alta no juros também – indicado em uma recente disparada das taxas de juros futuros.

Apesar da expectativa de manutenção na atual política de elevação dos juros, Perfeito espera que o governo reduza esse movimento e termine o ano com a Selic a 9,25% ao ano. Por outro lado, Wellington Ramos, analista da Austin Rating, projeta que essa política mais forte deve continuar até o final do ano, levando a taxa de juros para 10% ao ano.

PIB também é destaque
Na sexta-feira (30), também chama atenção a divulgação do PIB do País. Para Ramos, a expectativa é que o Brasil apresente um crescimento de 0,8% no segundo trimestre. “O resultado deve refletir o cenário de recuperação lenta na atividade industrial e a baixa confiança do consumidor”, explica o analista, que ainda afirma que os protestos de junho tiveram efeito no resultado.

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Na noite da última quinta-feira (22), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ao G1, que o governo irá reduzir sua projeção para o PIB para 2013 e 2014. Ele disse que no relatório a ser divulgado no próximo mês, o governo irá revisar sua projeção para o crescimento do país para 2,5% este ano e para 4% em 2014.

Discursos no EUA
Após um semana bastante agitada, com a minuta da última reunião do Fed – que apresentou uma nova ferramenta para ajudar nos efeitos com a redução do QE3 -, a semana nos EUA ficará mais tranquila em relação à agenda macroeconômica. Entre os eventos que podem agitar o mercado, estão os discursos de líderes da autoridade monetária.

Espalhados durante a semana, as falas de presidentes do Fed tem tido bastante influência no mercado, principalmente com o atual momento de dúvidas sobre quando ocorrerá a redução do programa de estímulos do governo. “A cada novo discurso, o mercado tenta prever o movimento do governo, mas eu acredito que o anúncio da redução não deve ocorrer agora em setembro”, afirma Ramos.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.