8 ações do Ibovespa reagiram forte aos resultados, veja o que os analistas disseram

Após último dia de resultados, imobiliárias ficam em pontas opostas do índice, enquanto CPFL cai 4% e JBS recua 3%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após o fim da temporada de resultados, ocorrido na última quarta, diversas ações respondem aos números apresentados no pregão desta quinta-feira (15). Tanto a ponta positiva quanto a negativa ficaram com empresas do Grupo EBX, com a LLX Logística (LLXL3, R$ 1,67, +10,60%) e a OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,63, -7,35%), após as duas apresentarem seus balanços e serem afetadas pelo noticiário corporativo.

Porém, ajudando a manter o Ibovespa no positivo pela 7ª sessão consecutiva, o destaque da sessão ficou com a Petrobras (PETR3; PETR4), que foi afetada por duas possíveis novidades favoráveis à empresa – uma sobre o pré-sal e outra sobre um possível reajuste no preço dos combusítveis.

Os ativos ordinários – que possuem 2,44% de participação no índice – fecharam com alta de 5,89%, cotados a R$ 17,07, enquanto os preferenciais – que têm a 2ª maior participação do benchmark, com 7,40% – subiram 5,19%, para R$ 17,83.

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Imobiliárias ficam em pontas opostas no Ibovespa
O último dia de divulgação de balanços foi bastante movimentado para o setor imobiliário. Entre as companhias que apresentaram seus números e fecharam no positivo estão a MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,83, +6,97%) e a Rossi (RSID3, R$ 3,03, +5,57%), enquanto a Brookfield (BISA3, R$ 1,82, -3,19%) e a Cyrela (CYRE3, R$ 16,23, -3,45%) terminaram o pregão entre as maiores quedas do Ibovespa.

No caso da Rossi, o Credit Suisse aponta como fatores positivos uma recuperação na geração de caixa, com consolidação dos lançamentos nos principais mercados, leve consumo de caixa e uma leve melhora na margem líquida. Enquanto para a MRV, a equipe do banco afirmou que o resultado foi significativamente abaixo das estimativas, entendendo que as margens da empresa devem se recuperar gradualmente. Mesmo tendo divulgado seus resultados anteriormente, vale destacar também os papéis da PDG Realty (PDGR3), que fecharam com alta de 0,96%, a R$ 2,11.

Já para a Brookfield, o resultado foi considerado negativo pelo Credit, com a companhia ainda incorrendo em custos de construção. A empresa viu seu prejuízo líquido cair 55,3% no segundo trimestre, para R$ 160,5 milhões. Já a receita líquida da companhia subiu 26%, somando R$ 694 milhões.

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Mesmo ficando entre as maiores perdas da sessão, a Planner Corretora afirmou que os resultados da Cyrela foram bons, conforme o esperado. Enquanto isso, o Credit Suisse destaca a boa posição de geração de caixa, vista como sustentável pelos analistas do banco suíço.

CPFL cai 4% com números fracos
Outra ação que sofreu nesta sessão foi a da CPFL (CPFE3), que perdeu apenas para a OGX entre as maiores quedas e recuou 4,14%, cotada a R$ 20,85. A companhia registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 134 milhões no trimestre, revertendo os ganhos de R$ 246 milhões observados no mesmo período do ano passado.

A XP Investimentos destaca que os resultados da CPFL assustaram pela fraqueza. Uma série de itens ruins afetaram o balanço: o primeiro trimestre que a empresa reportou efeitos do terceiro ciclo sobre suas distribuidoras, a redução das vendas bilaterais que afetaram a comercializadora. O cenário hidrológico desfavorável que levou a maiores custos com compra de energia, ainda que isso retorne para empresa através dos repasses da CDE e as mudanças regulatórias foram outros pontos negativos do balanço.

Ainda dentro do setor, também apresentaram seus números a Cesp (CESP6, R$ 21,26, -1,12%), que mesmo com queda teve seu resultado analisados como positivo pela XP Investimentos, fortemente influenciado por um resultado financeiro significativamente melhor. Além disso, a Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 33,02, -4,10%) viu seu lucro líquido cair 76,4%, ficando em R$ 47,4 milhões no segundo trimestre, abaixo da expectativa dos analistas, num resultado que reflete a redução da receita pela renovação das concessões oficializada no final do ano passado.

Mesmo com resultado bom, B2W tem queda de 7,3%
Mesmo com resultados vistos com bons olhos pelos analistas do BB Investimentos, Thiago Gramari e Maria Paula Cantusio, tanto a B2W (BTOW3) quanto a Lojas Americanas (LAME4) viram seus ativos viram seus ativos recuarem nesta quinta, com quedas de 7,30% e 0,31%, respectivamente, cotados a R$ 13,72 e R$ 15,84. A equipe do BB destacaram que o avanço das vendas e melhorias continuam aparecendo no resultado.

“Como no trimestre anterior, a B2W registra forte alta de 24,0% em relação aos esforços da companhia em melhorar os níveis de serviço, gerando maior satisfação dos clientes e diminuindo os índices de reclamação, que garantiram essa recuperação nas vendas da companhia. Assim, vemos como positivo o resultado da B2W que conseguiu melhorar os resultados operacionais, aumentando os investimentos em logística, tecnologia e inovação, o que já começa a ser percebido nos resultados da companhia. Contudo, seguimos acompanhando a evolução com despesas operacionais que registraram avanço significativo no milhões no segundo trimestre”, apontaram os analistas.

JBS tem dia volátil e fecha com queda de 3%
Outro destaque da sessão ficou para a JBS (JBSS3) que, após chegar a subir quase 4% no início da sessão, virou para queda e fechou a R$ 7,25, com desvalorização de 3,07%. A companhia divulgou na véspera um lucro líquido de R$ 330 milhões, o dobro realizado no mesmo período de 2012.

O destaque fica para o forte incremento do resultado operacional medido pelo Ebitda acompanhado de consequente aumento de margem ebitda, compensando a fraca margem operacional do primeiro trimestre, destaca a Planner.

Saraiva cai 5,6% com resultado abaixo do esperado
Conforme destaca a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado da Saraiva (SLED4) se mostrou aquém do esperado pelo mercado no trimestre. Com isso, os papéis da companhia fecharam esta quinta com queda de 5,66%, cotados a R$ 28,19.

“Ressaltamos, porém, que a análise deve ser feita em bases semestrais para melhor comparar e mitigar os efeitos sazonais”, afirmam os analistas. A equipe afirmou também que as manifestações populares em junho acabaram prejudicando as vendas da companhia. Os analistas seguem confiantes no case da empresa, avaliando que ocorreram, desde abril deste ano, modificações na estrutura organizacional do Grupo, que acreditamos que irão maturar e gerar efeitos positivos daqui para frente.

Bic Banco sobe 8,7% com inadimplência domada
O Bic Banco (BICB4) viu seus ativos dispararem 8,70%, cotados a R$ 3,75 após ter sua inadimplência domada, como destacaram os analistas do BB Investimentos, Nataniel Cezimbra e Carlos Daltozo.

“Consideramos neutro o resultado apresentado pelo BicBanco, pois apesar da carteira de crédito ainda estar passando por ajustes e a rentabilidade continuar em queda, o banco já conseguiu domar a inadimplência e agora depende do cenário macroeconômico mais favorável para acelerar sua retomada”. Os analistas destacam que um melhor resultado pode vir no próximo trimestre com a melhora dos ativos que atualmente não são rentáveis, mas a carteira ainda deverá apresentar ajustes.

Outros papéis também têm forte oscilação
Outras ações que registram queda nesta sessão após os resultados foram as de Lojas Renner (LREN3, R$ 63,00, -1,55%), Valid (VLID3, R$ 30,99, -5,66%), GP Investments (GPIV11, R$ 3,90, -1,76%), Ideias Net (IDNT3, R$ 1,40, -4,11%) e Iguatemi (IGTA3, R$ 23,00, -2,83%).

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.