Ações têm fortes oscilações após resultados; analistas comentam 12 deles

Rossi e MRV registram alta, enquanto CPFL Energia e Eletrobras têm queda

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A agitada temporada de resultados movimenta a Bovespa nesta sessão. Após a divulgação dos números, 21 empresas veem seus papéis registrarem fortes oscilações, tanto indicando alta quanto baixa.

Dentro do Ibovespa, as ações que se destacam na ponta positiva são a Rossi Residencial (RSID3, R$ 2,97, +3,84%), seguidas por outra companhia do setor, a MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,55, +3,48%), segundo cotação das 13h42 (horário de Brasília). Fora do índice, o destaque fica com o Bic Banco (BICB4, R$ 3,59, +4,06%) e a Kleper Weber (KEPL3, R$ 20,65, +3,25%).

Os destaques de queda, por sua vez, são bem mais numerosas. Outras duas imobiliárias que pertencem ao benchmark da bolsa registram queda: a Cyrela (CYRE3, R$ 16,23, -3,45%) e a Brookfield (BISA3, R$ 1,82, -3,19%). Do setor elétrico, o destaque fica com a Eletrobras (ELET3, R$ 4,88, -2,59%; ELET6, R$ 8,98, -1,75%), que registra queda após a companhia registrar baixa de 88% no lucro líquido. Também do setor, CPFL Energia (CPFE3, R$ 20,88, -4%), Cesp (CESP6, R$ 21,14, -1,67%) e Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 33,62, -2,35%) não reagem bem aos números. Lojas Americanas (LAME4, R$ 15,60, -1,83%) e B2W Digital (BTOW3, R$ 14,00, -5,41%) também registram baixa. 

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Outras ações que registram queda nesta sessão após os resultados são os papéis de Lojas Renner (LREN3, R$ 62,90, -1,70%), Valid (VLID3, R$ 31,00, -5,63%), Saraiva (SLED4, R$ 28,20, -5,62%), GP Investments (GPIV11, R$ 3,91, -1,51%), Ideias Net (IDNT3, R$ 1,41, -3,42%) e Iguatemi (IGTA3, R$ 23,03, -2,70%). Veja o que os analistas comentaram sobre os resultados de dez companhias. 

JBS
Outro destaque da sessão fica para a JBS (JBSS3) que, após chegar a subir quase 4% no início da sessão, virou para queda e opera a R$ 7,43, com queda de 0,67%. A companhia divulgou na véspera um lucro líquido de R$ 330 milhões, o dobro realizado no mesmo período de 2012.

destaque fica para o forte incremento do resultado operacional medido pelo Ebitda acompanhado de consequente aumento de margem ebitda, compensando a fraca margem operacional do primeiro trimestre, destaca a Planner.

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Rossi
Conforme aponta o Credit Suisse, a Rossi teve uma recuperação na geração de caixa, entre os destaques eram fortes vendas de estoque. A consolidação dos lançamentos nos principais mercados, leve consumo de caixa e uma leve melhora na margem líquida também são fatores positivos. 

Cyrela
Mesmo com a queda, conforme aponta a Planner Corretora, os resultados da Cyrela foram bons, conforme o esperado. Enquanto isso, o Credit Suisse destaca a boa posição de geração de caixa, vista como sustentável pelos analistas do banco suíço. 

CPFL
A XP Investimentos destaca que os resultados da CPFL assustaram pela fraqueza. Uma série de itens ruins afetaram o balanço: o primeiro trimestre que a empresa reportou efeitos do terceiro ciclo sobre suas distribuidoras, a redução das vendas bilaterais que afetaram a comercializadora. O cenário hidrológico desfavorável que levou a maiores custos com compra de energia, ainda que isso retorne para empresa através dos repasses da CDE e as mudanças regulatórias foram outros pontos negativos do balanço.

Lojas Americanas e B2W
Apesar da queda das ações nesta data, a Lojas Americanas e a B2W foram vistas com bons olhos pelos analistas do BB Investimentos, Thiago Gramari e Maria Paula Cantusio, que destacam que o avanço das vendas e melhorias continuam aparecendo no resultado. 

“Como no trimestre anterior, a B2W registra forte alta de 24,0% em relação aos esforços da companhia em melhorar os níveis de serviço, gerando maior satisfação dos clientes e diminuindo os índices de reclamação garantiram essa recuperação nas vendas da companhia. Assim, vemos como positivo o resultado da B2W que conseguiu reverter melhorando resultados operacionais e aumentando investimentos em logística, tecnologia e inovação, o que já começa a ser percebido nos resultados da companhia. Contudo, seguimos acompanhando a evolução com despesas operacionais que registraram avanço significativo no milhões no segundo trimestre”, apontam os analistas.

Saraiva
Conforme destaca a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado da Saraiva se mostrou aquém do esperado pelo mercado no trimestre. “Mas ressaltamos que a análise deve ser feita em bases semestrais para melhor comparar e mitigar os efeitos sazonais”. A equipe ressalta que as manifestações populares em junho acabaram prejudicando as vendas da companhia. 

Os analistas seguem confiantes no case da empresa, avaliando que ocorreram, desde abril deste ano, modificações na estrutura organizacional do Grupo, que acreditamos que irão maturar e gerar efeitos positivos daqui para frente.

Brookfield
O resultado foi considerado negativo para a Brookfield, segundo o Credit Suisse, com a companhia ainda incorrendo em custos de construção. A empresa viu seu prejuízo líquido cair 55,3% no segundo trimestre, para R$ 160,5 milhões. Já a receita líquida da companhia subiu 26%, somando R$ 694 milhões.

Renner
O resultado da Lojas Renner não foi visto com bons olhos pelo mercado. Conforme aponta a XP Investimentos, o destaque negativo fica para as vendas nas mesmas lojas, que desaceleraram para 3,7%, bem abaixo da inflação no período. 

“Obviamente que os protestos atrapalharam, porém, o setor de varejo de vestuário já apresentava números mais fracos desde meados de maio, com Dia das Mães mais fraco, demonstrando todo o nosso receio e confirmando a expectativa negativa com o setor de varejo e, principalmente, de vestuário, devido ao alto endividamento da população, alta de juros, comprometimento da renda, além de menor disponibilidade de crédito oferecida pelos bancos privados. O cenário macro desafiador ainda persiste”, avalia a XP.

Cesp
Apesar da queda, a XP Investimentos avalia que os resultados da companhia foram positivos, mas fortemente influenciado por um resultado financeiro significativamente melhor.

“Acreditamos que o cenário de longo prazo para companhia seja um tanto quanto imprevisível dado seu nível de descontratação de energia a partir de 2014, como reflexo da não aceitação da renovação automática de suas principais concessões”, avalia a equipe de analistas.

Iguatemi
Conforme aponta o Credit Suisse, não há muitas novidades para a Iguatemi, com os resultados vindo em linha com o esperado e a receita vindo um pouco acima das expectativas do mercado. Enquanto as vendas tiveram um crescimento modesto, o NOI registrou crescimento. 

Bic Banco
O Bic Banco teve uma inadimplência domada, destacaram os analistas do BB Investimentos, Nataniel Cezimbra e Carlos Daltozo. “Consideramos neutro o resultado apresentado pelo BicBanco, pois apesar da carteira de crédito ainda estar passando por ajustes e a rentabilidade continuar em queda, o banco já conseguiu domar a inadimplência e agora depende do cenário macroeconômico mais favorável para acelerar sua retomada”. 

Os analistas destacam que um melhor resultado pode vir no próximo trimestre com a melhora dos ativos que atualmente não são rentáveis, mas a carteira ainda deverá apresentar ajustes. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.