Entre alta de Vale e queda do mundo “X”, Ibovespa fecha praticamente estável

Falas do Fed voltaram a trazer forte volatilidade nesta tarde; B2W dispara mais de 7% e mundo "X" lideram quedas

Paula Barra

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SÃO PAULO – As falas de dirigente do Federal Reserve voltaram a trazer forte volatilidade nesta quarta-feira (7) com os participantes do mercado buscando pistas sobre quando a autoridade monetária dos Estados Unidos começará a reduzir os estímulos. O Ibovespa, que chegou a cair 0,54%, a 47.164 pontos na mínima do dia, fechou em alta de 0,05%, a 47.446 pontos. Essa foi a primeira alta depois de três quedas consecutivas. O giro financeiro foi de R$ 5,987 bilhões. 

Ajudaram a puxar o desempenho positivo do benchmark as ações da Vale (VALE3; VALE5), que ganharam força em dia de resultado do segundo trimestre, programado para ser divulgado nesta noite. Os papéis ordinários da mineradora subiram 2,20%, a R$ 32,00, e os preferenciais, avançaram 2,68%, a R$ 32,12. Juntos, eles que correspondem a 11,25% da carteira teórica do índice. A expectativa de quatro casas de análise é que o balanço da Vale deve trazer os efeitos positivos do maior volume de vendas de minério de ferro e reduções de custos. 

Os discursos dos presidentes regionais do Fed têm sido acompanhando com bastante atenção pelo mercado. Dessa vez, a presidente do Fed de Cleveland, Sandra Pianalto, disse que o mercado de trabalho norte-americano está mais forte do que ela esperava, mas poderou que também há um longo caminho para a recuperação total do emprego nos Estados Unidos. 

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Esse é o terceiro membro do Fed que fala sobre a possibilidade de retirada de estímulos nessa semana, fortalecendo a expectativa de que a autoridade vá retirar o dinheiro dos estímulos nas próximas reuniões. Charles Plosser, do Fed da Filadélfia, também iria falar sobre o assunto hoje, mas cancelou seu discurso. Plosser é famoso por ter se oposto ao programa desde o começo – e também deveria sinalizar que o Fed teria de retirar seus estímulos. 

No noticiário local, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho marcou inflação de 0,03% – a menor desde julho de 2010 -, indicando desaceleração ao resultado de junho (+0,26%). No entanto, é válido ressaltar que os economistas esperavam um resultado levemente melhor, trabalhando com projeções entre deflação de 0,03% e estabilidade. No acumulado em 12 meses, o IPCA marca avanço de 6,27% nos preços, abaixo do teto da meta do governo para 2013, de 6,5%. Ainda por aqui, o S&P avaliou que a relação dívida/PIB do país voltou a subir e pode colocar em risco o rating brasileiro, segundo notícia do Valor Econômico. Na véspera, o economista-chefe do Barclays afirmou que o rating do Brasil será rebaixado em 2014.

Resultados e blue chips
Com a temporada de resultados corporativos ganhando forças, o mercado repercute o balanço de 10 companhias. Dentre elas, destaque para CSN (CSNA3, R$ 6,80, +4,94%), que viu suas ações figurarem entre as maiores altas do Ibovespa após reportar um lucro líquido de R$ 494,46 milhões entre abril e junho – no mesmo período do ano passado, a siderúrgica teve um prejuízo de R$ 1 bilhão, fruto de um ajuste contábil. As receitas cresceram 14% na mesma base comparativa, para R$ 4,0 bilhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 1,0 bilhão – praticamente estável. No embalo da CSN, a Usiminas (USIM3, R$ 8,67, +2,0%; USIM5, R$ 8,74, +1,51%) e Gerdau (GGBR4, R$ 15,16, +2,36%) também avançam na Bovespa.

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Outra empresa que faz parte do índice e que soltou seu balanço do 2º tri foi a Cielo (CIEL3, R$, 54,80, -1,26%). A administradora de cartões registrou lucro líquido de R$ 623,3 milhões, um crescimento de 13,6% em relação ao 2º quarto de 2012. A receita cresceu bem mais: alta de 28,9%, atingindo R$ 1,60 bilhão. Com isso, a companhia teve uma margem líquida, de 38,8%. O Ebitda atingiu R$ 859,1 milhões, uma alta de 22%, levando a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) para 53,5%.

Na ponta positiva do índice, apareceram as ações da B2W (BTOW3, +7,14%, R$ 12,16), MRV Engenharia (MRVE3, +3,52%, R$ 6,76) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, +3,41%, R$ 19,13).

Por outro lado, as empresas do Grupo EBX, de Eike Batista, figuraram entre as maiores baixas: OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,56, -6,90%) MMX Mineração (MMXM3, R$ 1,62, -6,36%), e LLX Logística (LLXL3, R$ 0,88, -3,30%). Em reportagem publicada nesta quarta-feira, o jornal britânico Financial Times cita que o império de Eike Batista está “implodindo”. A publicação traz os esforços, até agora sem retorno, do ex-bilionário para a construção do Superporto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro, assim como a visão de que a OGX Petróleo está à beira da falência depois de declarar, em julho, que seus poços produtores fracassaram e podem ser desligados.

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As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 12,16 +7,14 -28,47 10,73M
 MRVE3 MRV ON 6,76 +3,52 -41,37 29,53M
 GOAU4 GERDAU MET PN 19,13 +3,41 -16,28 27,10M
 CSNA3 SID NACIONAL ON 6,70 +3,40 -41,15 95,13M
 CMIG4 CEMIG PN 20,69 +3,19 +9,43 66,97M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 OGXP3 OGX PETROLEO ON ATZ 0,54 -6,90 -87,67 82,68M
 MMXM3 MMX MINER ON 1,62 -6,36 -63,60 18,30M
 PDGR3 PDG REALT ON 1,66 -3,49 -49,85 44,00M
 LLXL3 LLX LOG ON 0,88 -3,30 -63,33 5,16M
 BISA3 BROOKFIELD ON 1,53 -3,16 -55,26 13,36M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

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 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 29,06 +2,50 745,42M 474,93M 31.478 
 PETR4 PETROBRAS PN 16,25 -0,18 286,96M 384,41M 15.167 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN EDJ 28,42 -0,18 265,76M 291,00M 20.957 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 11,62 +0,52 206,78M 119,92M 23.307 
 ITSA4 ITAUSA PN EJ 8,21 -0,11 191,19M 118,83M 23.476 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)