Expectativa ruim? Multiplus e Smiles caem mais de 15% às vésperas do resultado

Analistas esperam resultados fracos para as duas companhias de programa de fidelidade listadas na Bovespa; saída de CEO da Multiplus aumenta tensão

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Ás vésperas da divulgação dos resultados, as ações das duas empresas que administram os programas de fidelidade de companhias aéreas listadas na Bovespa vêm sofrendo nos últimos dias, registrando quedas de mais de 15% desde o final de julho.

Nos últimos 7 pregões, as ações da Multiplus (MPLU3) – que cuida do programa de fidelidades da Tam – caíram em 6 deles, totalizando queda de quase 26%, passando de R$ 31,50 para R$ 23,50, com base na cotação das 12h (horário de Brasília) desta quinta-feira. A companhia divulga o resultado hoje após o fechamento do pregão. Já a Smiles (SMLE3), que administra o programa da Gol (GOLL4), vê seus papéis caminharem para a 5ª queda seguida, acumulando desvalorização de 15,3%, de R$ 28,29 para R$ 24,00. Nesta quinta, os ativos apresentam baixa de 2,16%.

A última sessão foi particularmente negativa para as duas companhias, desencadeada pela renúncia de Eduardo Gouveia ao cargo de diretor-presidente da Multiplus – os papéis MPLU3 caíram 10,75% no último pregão, repercutindo o comunicado. Gouveia deixou o grupo para assumir a gestão da Alelo, uma empresa do Bradesco e do Banco do Brasil que administra os cartões de benefícios Visa Vale e MoneyCard, explicou ao InfoMoney um conselheiro da empresa.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Expectativas piores de resultados
Conforme aponta o analista do BB Investimentos, Carlos Daltozo, a expectativa por resultados mais fracos, apesar de sólidos, já vinham afetando o desempenho das ações das duas companhias às vésperas do anúncio da saída do presidente da Multiplus, já precificando assim um período menos otimista para as duas companhias.

Soma-se a isso às perspectivas piores para o setor de aviação, em meio às projeções menos otimistas para o PIB (Produto Interno Bruto) para o Brasil e com o endividamento das famílias, desestimulando assim às viagens de avião e enfraquecendo assim o uso dos programas de fidelidade, mesmo com as companhias firmando parcerias para outras companhias.

Mas pessimismo não é unânime
Contudo, conforme aponta o Deutsche Bank, a Multiplus deve apresentar crescimento no lucro de cerca de 31% no segundo trimestre, para R$ 57 milhões, com alta também na margem bruta e deve se beneficiar do dólar mais forte. O faturamento, por outro lado, deve apresentar crescimento modesto. Por fim, a companhia deve apresentar uma alta do resultado financeiro, mas sendo parcialmente compensado pelas perdas de hedge. 

Continua depois da publicidade

Enquanto isso, a Smiles, deve ter um lucro bastante forte, com uma receita financeira expressiva compensando o seu fraco resultado operacional.  Já o preço médio por ponto em reais deverá permanecer relativamente estável, uma vez que a empresa fixou o taxa de câmbio sobre a pré-venda de pontos para os bancos antes do IPO (Initial Public Offering).

A expectativa é de que a Smiles tenha uma queda da margem Ebitda (Ebitda/receita líquida), depois da alta forte no primeiro trimestre. Por fim, o Deutsche acredita que o resultado financeiro deva encolher significativamente, refletindo os recursos da oferta pública inicial e a pré-venda de pontos para banco.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.