Ibovespa sobe 1,88% após três quedas e fecha acima de 49.000 pontos

Índice inicia mês com tom positivo, seguindo embalo das principais bolsas mundiais, diante da divulgação dos PMIs melhores do que esperado na zona do euro, China e EUA

Paula Barra

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SÃO PAULO – Durante todo o pregão no positivo, o Ibovespa intensificou os ganhos na tarde desta quinta-feira (01) e fechou em alta de 1,88%, a 49.140 pontos, após três quedas consecutivas. O giro financeiro foi de R$ 6,73 bilhões. 

O índice inicia o mês de agosto com tom positivo, seguindo o embalo das principais bolsas mundiais, diante de PMIs (Purchasing Manager’s Index) melhores do que o esperado na zona do euro, China e Estados Unidos. Além disso, os resultados corporativos e a nova composição do Ibovespa contribuem para o movimento positivo. 

Entre as ações de maior peso no índice, a Petrobras (PETR3; PETR4) ajuda melhorar o humor do mercado. As ações ações ordinárias da estatal avançaram 4,68%, a R$ 16,10, e as preferenciais, 3,99%, a R$ 16,94. O papel repercute a 1ª prévia do Ibovespa, que trouxe mudanças na participação de blue chips, assim como a notícia de que Bradesco e Credit Suisse cogitam nova alta dos combustíveis

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Também entre as altas figuram a ação da OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,67, +1,52%), a que mais ganhou peso na 1ª prévia do Ibovespa: a ação teve sua participação elevada de 2,1% – segundo dados do último pregão – para 4,39%.

Já a Vale (VALE3, +1,00%, R$ 31,33; VALE5, +1,42%, R$ 28,55) repercute os dados da atividade da China – principal mercado consumidor do minério de ferro brasileiro. A alta só não foi maior porque o papel terá seu peso reduzido na carteira teórica do Ibovespa que entrará em vigor em setembro: a participação das ações ONs passaram de 2,812% para 2,515% e das preferenciais, de 8,632% para 8,278%. 

JBS sobe quase 10%; Cesp lidera perdas
Lideraram os ganhos do Ibovespa nesta quinta-feira as ações da JBS (JBSS3), que fecharam em alta de 9,73%, sendo cotadas a R$ 6,99. A Pilgrim’s Pride, divisão de carne de frango da JBS nos Estados Unidos, registrou lucro líquido de US$ 190,7 milhões no segundo trimestre, ante ganho de US$ 69,358 milhões registrado no mesmo período do ano passado.

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Na sequência, apareceram os papéis da B2W (BTOW3) e MRV Engenharia (MRVE3), que subiram 8,11% e 5,39%, respectivamente, sendo cotados a R$ 11,46 e R$ 6,84.

Ainda entre as altas, a Gerdau (GGBR4, R$ 15,22, +4,32%) subiu forte após reportar seu resultado do segundo trimestre. A companhia obteve lucro líquido de R$ 401 milhões, mostrando queda de 27% no valor registrado no segundo trimestre de 2012, mas o valor ficou acima da expectativa do mercado, de R$ 318 milhões. O papel da Metalúrgica Gerdau (GOAU4, +4,66%, R$ 19,08) seguiu o desempenho positivo. 

Por outro lado, as ações da Energias do Brasil (ENBR3), que fecharam o pregão em queda de 3,47%, a R$ 11,40, seguidas pelas da Natura (NATU3, -2,89%, R$ 43,80) e Souza Cruz (CRUZ3, -2,26%, R$ 26,86).

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As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 JBSS3 JBS ON 6,99 +9,73 +17,67 48,00M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 11,46 +8,11 -32,59 11,23M
 MRVE3 MRV ON 6,84 +5,39 -40,68 25,77M
 ALLL3 ALL AMER LAT ON 9,24 +4,76 +12,08 22,54M
 PETR3 PETROBRAS ON 16,10 +4,68 -16,47 123,38M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ENBR3 ENERGIAS BR ON 11,40 -3,47 -8,73 40,07M
 NATU3 NATURA ON EDJ 43,76 -2,98 -23,74 89,37M
 CRUZ3 SOUZA CRUZ ON 26,86 -2,26 -11,20 39,70M
 BRKM5 BRASKEM PNA 17,22 -2,05 +34,53 53,82M
 MMXM3 MMX MINER ON 1,63 -1,21 -63,37 16,83M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

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 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 16,94 +3,99 533,87M 441,70M 33.858 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 30,07 +3,24 436,88M 322,47M 30.569 
 VALE5 VALE PNA 28,55 +1,42 378,32M 504,34M 22.523 
 AMBV4 AMBEV PN 87,97 +2,28 265,37M 108,07M 12.263 
 BBDC4 BRADESCO PN 28,47 +2,78 209,92M 256,92M 19.437 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Indicadores dos EUA
Os indicadores norte-americanos apresentaram sinais mistos, um dia após o Fomc (Federal Open Market Comittee) reiterar que não iniciará a retirada do Quantitative Easing III logo e manter a taxa de juros do país inalterada.

O Initial Claims, indicador que mensura a quantidade de pedidos de auxílio-desemprego semanais, caiu mais do que o esperado, sinalizando uma possível melhora no mercado de trabalho. O indicador caiu 19 mil, para 326 mil – menor nível em cinco anos. O ISM Services, que mensura a atividade industrial dos EUA, subiu para 55,4, ante expectativas de 52,1. O PMI oficial do país subiu de 53,2 para 53,7, ligeiramente acima do esperado.

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Na contra-mão dos bons resultados, o Construction Spending, responsável por medir os custos com construção no país, caiu 0,6%, ante projeções de alta de 0,4%.

Com isso, os principais índices acionários norte-americanos fecharam no positivo: o Dow Jones subiu 0,83%, a 15.628 pontos, enquanto Nasdaq avançou 1,37%, a 3.676 pontos, e S&P 500 registrou alta de 1,26%, a 1.707 pontos. 

PMIs da zona do euro e China
O PMI industrial da zona do euro ficou acima da marca que separa expansão de contração pela primeira vez em dois anos, com 50,3, registrando valor acima do esperado na Itália, com 50,4 – a expectativa era de 49,8. 

No China, no entanto, existem dois indicadores diferentes, um calculado pelo governo e outro apresentado pelo HSBC. Enquanto o oficial subiu acima do esperado, com 50,3, registrando expansão do setor industrial, o do HSBC ficou estável em 47,7. O otimismo, no entanto, preponderou no mercado e os índices asiáticos fecharam em alta.

Reuniões, discursos e indicadores
No Velho Continente, também repercute o fim da reunião do BCE (Banco Central Europeu), que manteve a taxa de juros inalterada e o Bank of England encerrou sua reunião, que não alterou sua taxa de juros de 0,5%, nem seu programa de compra de títulos em € 375 bilhões mensais.

 Já na China, uma autoridade chinesa disse confiar que a economia do país crescerá dentro da meta oficial do governo, de 7,5% em 2013.

Produção industrial sobe 1,9% em junho no Brasil
Na agenda brasileira, além da forte temporada de resultados, a divulgação da produção industrial de junho, feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). O indicador anulou as perdas do mês anterior, quando registrara queda de 1,8%, com alta de 1,9%. Já na comparação com o mesmo mês de 2012, a alta foi mais expressiva: 3,1%.

Em relatório, a Concórdia Investimentos analisou o resultado, que ficou levemente abaixo do esperado por ela (2,0%). Ao final do ano, a projeção é de alta de 2,3% na produção industrial. Segundo o relatório, o aumento gradual da alíquota de IPI sobre bens da linha branca, móveis e painéis continuará pesando sobre o desempenho desse segmento da indústria. “Já as incertezas que rondam a economia brasileira e mundial devem continuar impactando as decisões de investimento da produção de bens de capital ao longo do segundo semestre”, comenta a corretora no relatório.

Também entre as referências negativas locais, a Standard & Poor’s disse em relatório que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve crescer modestamente neste ano, com 2% de expansão econômica, segundo reportagem de O Estado de S.Paulo.