Filho de Eike usa jatinho da OGX e da MPX para viajar pelo Brasil como DJ

Aeronave é usada por Olin Batista para se apresentar pelo Brasil como DJ - às custas dos acionistas das duas companhias

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Atoladas em dívidas, as empresas do grupo EBX, de Eike Batista, têm os seus bens usados para fins pessoais pela família do empresário, de acordo com informações obtidas pelo Portal InfoMoney.

O jatinho de prefixo PP-OGX, um Phenom 300 usado pelo filho de Eike, Olin Batista, em suas viagens como DJ ao redor do Brasil – conforme afirmou o próprio Olin em entrevista para o site do jornal “O Globo” em maio de 2013 – é de propriedade da OGMP Transporte Aéreo, conforme dados da Airport Data.

A OGMP pertence a OGX Petróleo (OGXP3) e a MPX Energia (MPXE3), ambas possuindo uma fatia de 50%. A empresa de transporte aéreo das duas empresas foi registrada em 6 de abril de 2011, com as atividades de serviços de táxi aéreo e locações de aeronaves com tripulação.

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Conforme destaca a reportagem do “O Globo”, o jatinho PP-OGX, considerado “moderno” pela reportagem, foi comprado pelo empresário em 2011, por US$ 10 milhões. Com o jatinho, o filho caçula de Eike com a ex-modelo Luma de Oliveira tinha trânsito livre pelos aeroportos em áreas VIP e viajava tanto a trabalho quanto por lazer pelo Brasil. 

Contudo, de acordo com informações auditadas pela KPMG e pelo site de aviação Airport Data apontam, o avião não é da família de Eike Batista, e sim das duas empresas do grupo. Isso quer dizer que quem paga a conta dessas viagens não é apenas Eike, e, sim, todos os acionistas dessas duas empresas. Procurada pelo InfoMoney, a assessoria de imprensa do Grupo EBX informou que não iria comentar o assunto.

Ativos à venda 
Vale lembrar que, em meio à derrocada do grupo EBX, com Eike prometendo resultados que não se concretizaram, o empresário está procurando vender diversos dos seus ativos, tanto no patrimônio pessoal quanto de suas empresas. 

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Em maio, o empresário colocou à venda em um site o jato particular Legacy 600, o segundo melhor da frota, por US$ 14 milhões.

A MPX, empresa que detém metade da OGMP, por sua vez, deixou de ter Eike Batista como acionista controlador. O novo controlador passou a ser a alemã E.ON – que já havia comprado uma participação 24,5% da companhia em março -, após o aumento de capital anunciado no dia 4 de julho pelas companhias, no valor de R$ 800 milhões. A empresa também vai mudar o seu nome e sua sede. 

Enquanto isso, a OGX também enfrenta uma situação bastante complicada. Após ver as suas ações registrarem quedas extremas depois da companhia informar que suspenderia o desenvolvimento de três poços, a empresa vem negociando com a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) garantias para os leilões de petróleo. A diretora-geral da agência, Magda Chambriard, afirmou que poderia pedir de volta o poço de Tubarão Azul para a OGX. 

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Em meio a forte queda das ações das empresas do grupo EBX, alguns acionistas vêm reivindicando algumas atitudes a serem tomadas. Na semana passada, um investidor minoritário da OGX pediu na Justiça o bloqueio de bens da companhia de Eike. Contudo, o pedido foi negado pela juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, avaliando que o bloqueio “poderia gerar mais problemas do que solução”. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.