Ibovespa fecha pregão em queda de 2,3% mas encerra semana em alta

SÃO PAULO – O desempenho pior que o esperado da “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em maio e a expectativa acerca do PIB chinês, que sairá na segunda-feira, puxaram o Ibovespa para baixo nesta sexta-feira (12). Interrompendo dois dias no positivo, o índice acentuou as perdas nos minutos finais de pregão, fechando com queda de 2,34%, a 45.533 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,199 bilhões.

No acumulado da semana, entretanto, o índice conseguiu terminar no positivo, com alta de 0,71%. Nas últimas sete semanas, essa é a segunda vez que o índice fecha com ganhos, sendo que na outra semana que terminou no positivo, a alta foi de 0,8%.

Nesta sessão, o mercado refletiu o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto, que registrou retração de 1,4% em maio ante abril. É o maior recuo registrado desde dezembro de 2008, quando diminuiu 4,31%. Analistas consultados pela Reuters esperavam queda mensal de 0,9%, enquanto a média das projeções compiladas pela consultoria LCA trabalhava com uma queda de 1,2%.

Mais tarde, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating da França, retirando do país a classificação máxima “AAA”. Agora, a nota está em “AA+”, com perspectiva estável. A mudança está relacionada com o alto nível de endividamento do governo e com as incertezas envolvendo as perspectivas de crescimento do país. 

LLX, OGX, MMX caem mais de 20%
Além dos dados econômicos, contribui para o desempenho negativo do índice a queda dos papéis do Grupo EBX, de Eike Batista, que intensificaram as perdas no fim do dia. As ações da LLX Logística (LLXL3), OGX Petróleo (OGXP3) e MMX Mineração (MMXM3) lideraram as perdas do índice, fechando com quedas de 22,35%, 21,82% e 20,95%, respectivamente, R$ 0,66, R$ 0,43 e R$ 1,17.

O noticiário para as empresas do Grupo EBX seguiu agitado, com Eike Batista prestando esclarecimentos sobre a reestruturação de dívida da holding do empresário com a Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi e os rumores de que a OGX pode ter que devolver campo de Tubarão Azul, caso a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) o considere viável.

Além disso, a BM&FBovespa informou que notificou a OGX e OSX para adequação às regras do Novo Mercado, segmento da bolsa brasileira que estabelece um padrão elevado de governança corporativa. Na última dia 10, a petrolífera anunciou que não possui mais conselheiros independentes, enquanto a companhia de construção naval comunicou que quatro executivos deixaram o conselho. 

“Pesos-pesados” recuam forte após suspiro da véspera
O movimento negativo do mercado também foi pressionado pelas ações consideradas “pesos-pesados” da bolsa, como é o caso de Petrobras (PETR3, -1,69%, R$ 14,55;  PETR4, -2,34%, R$ 15,43) e Vale (VALE3, -1,58%, R$ 29,84, VALE5, -1,74%, R$ 27,06), que depois de subirem forte na véspera, viraram para o negativo nesta sessão e fecharam com fortes quedas. 

Movimento parecido foi visto nos papéis das siderúrgicas, que depois de subirem no pregão de ontem, registraram desempenho negativo: CSN (CSNA3, -5,08%, R$ 5,61), Usiminas (USIM3, -5,0%, R$ 6,84; USIM5, -4,80%, R$ 6,55), Gerdau (GGBR4, -3,7%, R$ 12,75) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4, -2,84%, R$ 16,08).

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :

^* – Lote de mil ações
¹ – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Vencimento de opções e China trazem cautela
Também contribuiu para o desempenho do mercado o vencimento de opções sobre ações, que ocorre na 3ª segunda-feira de cada mês. No caso de julho, ele acontecerá na próxima segunda-feira (15) – e os contratos de “calls” e “puts” (opções de venda) só poderão ser negociados até sexta-feira (12).

Além do vencimento que acontecerá na próxima segunda-feira na Bovespa – o que costuma resultar em volatilidade nos pregões que o antecedem -, outro evento que deixou os investidores mais cautelosos nesta sexta-feira: a divulgação do PIB do 2º trimestre da China, que acontecerá na segunda-feira. Analistas trabalham com uma estimativa de alta de 7,5% na atividade chinesa, mas o ministro das finanças do país já sinalizou hoje que aceitaria um crescimento de 7,0% da atividade em 2013.

Indicadores e resultados dos EUA
O mercado também reflete importantes dados nos EUA. Contribuindo para as maiores quedas do índice, está a versão preliminar do Michigan Sentiment de julho, que mede a confiança dos consumidores na economia norte-americana, que registrou queda para 83,9 pontos, enquanto as expectativas do mercado apontavam para estabilidade de 84,1 pontos. 

No âmbito corporativo, o JPMorgan Chase deu sequência à temporada de balanços do 2º trimestre no país e anunciou um aumento de 31% no lucro trimestral, com as receitas de negociação se recuperando e com o maior banco dos Estados Unidos em ativos evitando outra perda com derivativos. O lucro líquido subiu para US$ 6,50 bilhões, ou US$ 1,60 por ação, no segundo trimestre, ante US$ 4,96 bilhões, ou US$ 1,21 por ação, um ano antes.

Outro grande banco norte-americano a apresentar seus números trimestrais nesta sessão foi o Wells Fargo, que superou as expectativas tanto de receita quanto de lucro. O ganho por ação subiu de US$ 0,82 para US$ 0,98 na comparação com o 2º tri de 2012, enquanto a expectativa era de ganhos de US$ 0,93 por ação. Já a receita avançou de US$ 21,29 para US$ 21,4 bilhões, levemente acima dos US$ 21,22 bilhões projetados pelos analistas.

Os principais índices acionários norte-americanos fecharam o dia em alta. O Dow Jones registrou leve alta de 0,02%, a 15.464 pontos, enquanto a Nasdaq e S&P 500 avançaram 0,61% e 0,30%, respectivamente, a 3.600 pontos e 1.680 pontos.