Seguindo dia positivo no exterior, Ibovespa atinge maior patamar em mais de 1 mês

Índice registrou ganhos de 1,52%, fechando a 56.274 pontos, puxados por Vale, Petrobras, bancos e construtoras

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após um começo de dia bastante volátil, o Ibovespa consolidou a trajetória de alta na sessão desta terça-feira, acompanhando os ganhos dos mercados internacionais.

O benchmark da bolsa fechou com variação positiva de 1,52%, indo a 56.274 pontos, no patamar máximo desde a sessão do dia 28 de março, quando bateu os 56.352 pontos. Na cotação máxima do dia, ele chegou a bater os 56.450 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,14 bilhões. 

Nem mesmo os dados do Consumer Credit, única referência da agenda econômica dos EUA no dia, foram suficientes para diminuir o maior otimismo. Os dados mostraram um crescimento menor, sugerindo um declínio bastante dramático nos gastos do consumidor. 

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Este movimento ocorre em meio a um início de semana com poucos indicadores tanto na agenda doméstica quanto no exterior, abrindo oportunidade para que a bolsa brasileira mostre recuperação, já que ela está “bem atrasada” em comparação com o exterior. 

Atualmente, as bolsas europeias encontram-se nos maiores patamares dos últimos dois anos, enquanto no Japão o índice acionário local atingiu seu maior fechamento desde 2008. Nos EUA, o momento é ainda mais otimista, com o S&P 500 fechando na sua máxima histórica na véspera, enquanto o Dow Jones fechou acima dos 15 mil pontos pela primeira vez na história. Na contramão, o Ibovespa ainda amarga perdas de 7,5% no ano.

Bancos  e construtoras em alta
Entre os destaques, as ações das imobiliárias e dos bancos apresentam boas altas nesta tarde após algumas sessões de quedas. Os ativos do Banco do Brasil (BBAS3+4,27%, R$ 25,41) lideraram os ganhos do índice, seguidos pelo Santander (SANB11+3,82%, R$ 14,69), Bradesco (BBDC4+2,99%, R$ 33,40; BBDC3+2,06%, R$ 34,22) e Itaú Unibanco (ITUB4+2,94%, R$ 34,64) também apresentam alta.

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Os papéis da PDG (PDGR3; R$ 2,27, +4,13%), MRV Engenharia (MRVE3, +3,42%, R$ 8,47) e Gafisa (GFSA3, +3,86%, R$ 4,04) também estiveram entre as maiores altas.

Petro, Vale sobem, enquanto OGX cai 1%
A sessão também foi marcada pela forte volatilidade das ações da OGX Petróleo (OGXP3), que possui a 3ª maior participação no índice, com cerca de 5%. Após chegar a cair 5% no começo do pregão e subirem 6% na máxima, os papéis da petrolífera de Eike Batista voltaram a cair e fecharam como uma das maiores quedas do índice, com baixa de 1,02%, a R$ 1,95. A empresa mostrou queda na produção de óleo em abril e os investidores ainda analisam a possibilidade de parte da empresa ser vendida para a Petronas pelo valor de US$ 850 milhões – tal evento colaborou para a disparada dos papéis OGXP3 no pregão anterior.

As ações de Petrobras (PETR3, +0,82%, R$ 19,59; PETR4, +1,33%, R$ 20,62) e Vale (VALE3, +3,02%, R$ 34,85; VALE5, +2,39%, R$ 33,05) que respondem às duas maiores participações do Ibovespa, também apresentaram alta. Juntos, os 4 ativos destas duas empresas representam mais de 20% da carteira teórica do benchmark.

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As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BBAS3 BRASIL ON 25,41 +4,27 +1,22 224,00M
 DASA3 DASA ON 11,49 +4,27 -12,38 28,80M
 PDGR3 PDG REALT ON 2,27 +4,13 -31,42 59,65M
 GFSA3 GAFISA ON 4,05 +4,11 -14,01 29,85M
 USIM3 USIMINAS ON 9,90 +3,88 -27,58 7,00M

Na ponta negativa, apenas 11 das 71 ações do índice fecharam em queda, sendo apenas 6 delas maiores que 1%. As perdas foram lideradas pela Telefônica Brasil (VIVT4), que após um fraco resultado, viu suas ações recuarem 3,23%, aos R$ 52,40. Ela é seguida pela Gerdau (GGBR4), que também não apresentou bons números nesta manhã e suas ações registraram queda de 2,20%, para R$ 15,12 assim como sua holding, a Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 19,28, -2,03%).

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 VIVT4 TELEF BRASIL PN 52,40 -3,23 +13,06 91,97M
 GGBR4 GERDAU PN 15,12 -2,20 -15,56 209,47M
 GOAU4 GERDAU MET PN 19,28 -2,03 -15,72 22,33M
 SBSP3 SABESP ON 27,05 -1,28 -4,26 104,92M
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 1,95 -1,02 -55,48 634,96M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Neg 
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 1,95 -1,02 634,96M 32.305 
 VALE5 VALE PNA 33,05 +2,39 626,60M 32.494 
 PETR4 PETROBRAS PN EJ 20,62 +1,33 540,30M 29.111 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 34,64 +2,94 225,02M 14.868 
 BBAS3 BRASIL ON 25,41 +4,27 224,00M 16.922 
 GGBR4 GERDAU PN 15,12 -2,20 209,47M 15.700 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 33,40 +2,99 175,92M 14.606 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 14,39 +0,35 146,63M 12.803 
 VALE3 VALE ON 34,85 +3,02 137,59M 9.111 
 PETR3 PETROBRAS ON EJ 19,59 +0,82 137,58M 10.024 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Dia positivo na Europa
Os mercados europeus voltaram às máximas dos últimos dois anos em meio após resultados surpreendentemente positivos do setor financeiro. As ações de Crédit Agrícole, Société Génerale, Commerzbank e HSBC, além da seguradora Allianz, sobem após todas elas apresentarem números acima do esperado em seus balanços trimestrais.

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Veja mais: os 5 resultados na Europa que surpreenderam os mercados nesta 3ª feira

Além dos bons resultados de bancos europeus, os investidores repercutem dados melhores que o esperado da economia do velho continente. Enquanto a França reportou queda de 0,9% em sua produção industrial, ante expectativa de queda de 0,2%, a Alemanha ressurge com alta de 2,2% nos pedidos feitos à indústria. O mercado esperava queda de 0,4% no indicador.

Ainda no Velho Continente, destaque para Portugal, que animou os mercados em meios aos “preparativos” para vender seu primeiro título de dez anos desde o resgate de 2011. Este é o maior passo já dado pelo país para deixar o programa de resgate, em meio à melhora da demanda por dívida de países mais fracos da zona do euro. Portugal espera levantar 3 bilhões de euros com a venda, pela qual investidores buscam retornos de cerca de 5,6%.

Ásia: máxima desde 2008
Na Ásia, o índice Nikkei, do Japão, fechou a sessão em sua maior alta em cinco anos, impulsionado pelo otimismo do mercado e pela desvalorização do iene frente ao dólar. O Banco do Japão tem apostado numa política de enfraquecimento monetário para conseguir atingir uma inflação de 2%. O índice fechou em 14.000 pontos, maior nível desde junho de 2008.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.