”Tim Cook está matando a Apple”, afirma colunista do site The Street

A principal questão da companhia não é financeira e sim cultural; ''empresa precisa de um visionário'', aponta Rocco Pendola

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Apple apresentou os resultados do primeiro trimestre de 2013 na noite da última terça-feira (23), registrando queda do lucro pela primeira vez em uma década que, entretanto, estiveram acima das expectativas dos analistas.

As ações reagiram inicialmente de forma positiva ao resultado, impulsionada pelos dividendos da companhia, de US$ 12,20, tornando uma das companhias com pagamento de dividendos mais elevados e ao anúncio da recompra de US$ 50 bilhões de ações.

Entretanto, nem mesmo estes fatores foram apontados como positivos como papel foram suficientes para apagar a impressão negativa do mercado frente ao atual CEO (Chief Executive Officer) da companhia, Tim Cook. Em evidência, está o artigo publicado pelo site norte-americano de investimentos The Street, com um título bastante agressivo, chamado ”Tim Cook is killing Apple” (Tim está matando a Apple, em tradução livre).

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Virando uma HP?
De maneira bem enfática, o escritor do artigo, Rocco Pendola, afirma que Cook é um ”idiota” e que está ”urinando no túmulo de Steve Jobs”, o antigo CEO da companhia, que faleceu em 2011. Pendola avalia que a companhia está se tornando semelhante à Microsoft e que corre o risco de se tornar cada vez mais parecida com a HP, que enfrentam problemas de margens e lucratividade. 

De acordo com ele, os piores temores de longo prazo sobre a ”morte do Apple” parecem estar se tornando próximas à realidade. Contudo, avalia, esta avaliação está longe de ser enbasada nos resultados. 

Para Pendola, a Apple continua sendo a melhor e não é a maior concorrência que levará aos piores resultados para a companhia, uma vez que o Google e a Samsung possuem uma estratégia completamente diferente. ”Eles buscam maior participação de mercado, o que não é a maneira com que a Apple trabalha – e nem deveria”, avalia. 

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Principal preocupação não é financeira
”Não importa para mim o valor do lucro por ação, ou quão bem estão as receitas e as margens” avaliando que, mesmo quando a Apple perde, ela ainda está muito bem e é difícil de ser batida. De acordo com Pendola, o principal problema da companhia é a necessidade de um visionário no comando e não apenas de um executivo. 

Pendola avalia que a empresa tem que seguir com o seu diferencial e que, por possuir 90% de suas receitas em hardware, deve começar a fornecer serviços de alto nível. O design e o hardware de qualidade superior que levam a uma experiência única para os consumidores. Entretanto, o que aconteceu de errado?

Pendola acredita que a falta de precisão de Tim Cook em apresentar os seus produtos está destruindo a companhia. Por outro lado, os acionistas continuam ”pedindo o veneno”, aponta, como anúncios de maiores dividendos e recompra de ações, – que não devem dar certo – e a discussão sobre os preços mais baixos e as telas maiores de smartphones. Segundo o colunista, estas ações estão destruindo o maior diferencial da companhia – a sua cultura.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.