Wall Street Journal alerta: “a realidade chegou ao Eike Batista”

Grandes investimentos em meio à uma crise de credibilidade colocam em risco a saúde financeira das empresas do Grupo EBX

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A “realidade” chegou para Eike Batista, destacou o Wall Street Journal em sua versão impressa desta segunda-feira (1). O jornal norte-americana lembra que o empresário criou um império do zero, levantando bilhões de dólares através das aberturas de capital de suas empresas, mas de lá pra cá perdeu dois terços da fortuna e vê a credibilidade sendo questionada. “A ambição de Eike de se tornar o homem mais rico do mundo vai ter que esperar”, avisa o jornal.

O WSJ destaca que os expressivos investimentos realizados pelo grupo nos últimos anos: entre 2011 e 2012, foram US$ 15,7 bilhões investidos. “Dúvidas foram levantadas sobre a habilidade de Eike em atingir os objetivos prometidos de seus gigantes projetos de infraestrutura. Com isso, as perdas do grupo EBX mais que dobraram, atingindo os US$ 2,5 bilhões”, destaca.

Nesse cenário, tudo que Eike pode fazer é buscar mais financiamento para suas empresas, vendendo parte de suas empresas para estrangeiros – como o acordo com E.On para vender parte do capital da MPX Energia (MPXE3). “Esse acordo pode ser o primeiro para restaurar a confiança em seu império, de acordo com pessoas familiares com a companhia”, escreve o jornal.

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Roberto Monteiro, CFO (Chief financial officer) da OGX Petróleo (OGXP3) já destacou que busca “alternativas” para levantar dinheiro e participar do 11º leilão da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Uma dessas alternativas seria a venda de parte dos seus blocos de exploração e poços de petróleo.

Novas parcerias, grandes negócios
“Com as empresas maduras, procuramos os parceiros corretos para nos ajudar a desenvolver, a venda de participação não nos torna menor”, afirmou o próprio Eike ao WSJ. O jornal lembra de vendas anteriores, como o investimento de US$ 300 milhões da General Electric no EBX recentemente. Desta vez, porém, os investimentos deverão ser muito maiores.

O WSJ chama a atenção também para a parceria com o BTG Pactual (BBTG11), com uma linha de crédito de US$ 1 bilhão para o investidor. Esteves não comentou ao jornal norte-americano, mas mostrou-se bastante otimista em sua entrevista ao jornal Estado de São Paulo, chamando a questão de financiamento da empresa de “facilmente equacionável”.

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“Críticos dizem que as companhias de Eike prometeram demais, exemplificando com os problemas de produção da OGX. Além disso, as companhias estariam muito dependentes do mercado de capitais”, destaca o jornal. O mercado de dívida também é problemático para as empresas, já que as dívidas ultrapassam os R$ 10 bilhões. “Eike está atingindo o límite de dívida com os grandes bancos e vai precisar ser criativo”, disse um banqueiro que não quis se identificar.

O grupo ainda possui US$ 6 bilhões em caixa, que devem cobrir os investimentos pelos próximos dois anos junto com outros contratos de financiamento. De acordo com um porta-voz da EBX ao WSJ, o grupo tem financiamento suficiente para “os próximos anos”. Um último parceiro pode se tornar um dos principais, na visão do jornal: o governo, que investe pesado no grupo, através do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) mas ainda não definiu sua função na parceria.