Ibovespa registra 5ª queda seguida e fecha no menor patamar desde julho

Abaixo dos 55 mil pontos, índice registra quinto pregão seguido de baixa, em meio ao noticiário econômico movimentado nos Estados Unidos e Europa; no ano, as perdas do índice superaram os 10%

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa iniciou esta semana mais uma vez no negativo, na sua quinta sessão seguida no vermelho, após oscilar entre perdas e ganhos no início da sessão. O índice fechou em queda de 0,67%, a 54.873 pontos. Este é o menor patamar para o índice desde 2 de julho de 2012, quando fechou a 54.692 pontos. Em 2013, as perdas do índice superaram os 10%. O giro financeiro foi de R$ 6,09 bilhões. 

Queda também ocorreu nas principais bolsas internacionais, incluindo as dos EUA. No noticiário econômico, chamou a atenção o desenrolar da crise na zona do euro, com o Chipre realizando um “acordo de princípios” com a troika – trinca formada por União Europeia, BCE (Banco Central Europeu) e FMI (Fundo Monetário Internacional) para socorrer o sistema financeiro. O acordo gerou alívio para o mercado até o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, ressaltar que o modelo adotado no pequeno país pode servir de modelo para salvamentos bancários futuros.

O comentário gerou temor aos mercados, ao confirmar as expectativas de que os planos de ajuda ao Chipre não devem ser um caso isolado. Assim, aumentam as preocupações de uma corrida bancária não apenas entre os cipriotas.

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Também em destaque está a declaração do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, destacando que a política adotada pela autoridade monetária é benéfica não somente para os Estados Unidos, mas também para os outros países. A política do Fed vem sendo constantemente criticada pelos outros países, principalmente os emergentes, uma vez que deprecia o dólar frente às outras moedas, diminuindo a competitividade das outras nações. 

As ações da Vale (VALE3VALE5) fizeram maior pressão negativa no índice, ao mostrarem perdas de 1,33%, a R$ 34,25 para ações ordinárias e de 1,69% para ações preferenciais, cotadas a R$ 32,64. Os ativos da companhia possuem a maior participação no Ibovespa, ao responderem por cerca de 12% da carteira teórica do índice. 

O destaque ficou ainda para as ações da OGX Petróleo (OGXP3), que apresentam forte volatilidade. Depois de subir 3,5% nos minutos iniciais, a ação chegou a cair 4,4% e fechou com alta de 0,88%, a R$ 2,29. Como a companhia possui uma participação bastante alta no índice, de 5%, ela contribuiu em parte para a volatilidade do índice na sessão. 

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Oi lidera perdas e LLX tem maiores altas
Entre os outros destaques da sessão, as ações ordinárias da Oi (OIBR3) registraram as maiores baixas, com queda de 6,27%, a R$ 6,73, enquanto os papéis da LLX Logística (LLXL3) registraram os maiores ganhos, com alta de 5,21%, a R$ 2,02, seguido pelos ativos da Gafisa (GFSA3), com alta de 4,50%, a R$ 3,95. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 OIBR3 OI ON EDB 6,73 -6,27 -20,58 6,06M
 GOLL4 GOL PN N2 11,73 -6,16 -9,07 36,90M
 BISA3 BROOKFIELD ON 2,39 -5,53 -30,12 19,00M
 NATU3 NATURA ON 47,30 -4,23 -17,57 125,06M
 OIBR4 OI PN EDB 5,86 -3,78 -22,98 48,62M


As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 LLXL3 LLX LOG ON 2,02 +5,21 -16,00 18,65M
 GFSA3 GAFISA ON 3,95 +4,50 -16,14 45,58M
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA INT 7,30 +3,40 +3,99 40,63M
 SBSP3 SABESP ON 94,05 +3,09 +8,27 81,66M
 CCRO3 CCR SA ON 19,74 +3,03 +1,49 90,18M


As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 32,64 -1,69 514,46M 27.759 
 PETR4 PETROBRAS PN 18,63 0,00 406,43M 28.902 
 CIEL3 CIELO ON EDJ 56,72 -0,14 293,32M 5.023 
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 2,29 +0,88 264,30M 28.050 
 BBAS3 BRASIL ON 26,44 -0,60 165,17M 12.906 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 35,00 -0,82 148,83M 15.008 
 AMBV4 AMBEV PN 83,00 -1,98 134,40M 7.557 
 BBDC4 BRADESCO PN 35,40 -1,20 131,28M 14.103 
 NATU3 NATURA ON 47,30 -4,23 125,06M 7.521 
 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN 103,74 +0,43 97,27M 4.464 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Chipre consegue resgate na última hora
O acordo de € 10 bilhões entre o Chipre e seus credores internacionais protegerá os depósitos de até € 100 mil, mas acarretará em mais perdas para os depósitos acima deste valor.

Para garantir a injeção de € 10 bilhões na economia cipriota, o país criou um “plano B”, que inclui a liquidação do segundo maior banco local, o Banco Popular, e um imposto de até 40% sobre os depósitos superiores a € 100 mil no Banco do Chipre, segundo informações na imprensa internacional.

Com o acordo, o Chipre terá que fazer reformas e privatizações, além de reformular seu sistema financeiro e aumentar impostos sobre ganhos de capital. O novo plano foi necessário após o Parlamento do Chipre rejeitar, na última terça-feira (19), a proposta de colocar um imposto às contas bancárias com valores abaixo de € 100 mil.

Os bancos cipriotas reabrem na próxima terça-feira (26), após mais de uma semana fechados, mas saques em caixas eletrônicos serão limitados a € 100 por dia, segundo reportagem da agência de notícias Reuters.

Agenda movimentada
Com relação ao noticiário econômico, no Brasil, o Relatório Focus apresentou projeção com nova alta para a taxa Selic. O mercado espera agora taxa a 8,50% ao ano no final de 2013, contra expectativa anterior de 8,25% ao ano. A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) também piorou ligeiramente, com expectativa de que a economia nacional cresça 3% neste ano.

Além do Relatório Focus, a agenda econômica brasileira apresentou os dados do IPC-S nesta segunda-feira. Segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas), o índice subiu para 0,78% na terceira quadrissemana de março, ante alta de 0,63% na medição anterior.

Ainda entre os indicadores econômicos, a sondagem do consumidor recuou pelo sexto mês consecutivo. O indicador passou de 116,2 pontos em fevereiro para 113,9 pontos em março, registrando o menor nível desde março de 2010. Já a balança comercial apresentou déficit em transações correntes de US$ 6,625 bilhões em fevereiro. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.