OGX cai 8%, Multiplus, CSU e Petro também caem forte; veja destaques

Em dia negativo para o Ibovespa, papéis de bancos subiram, com destaque para o Santander, ficando entre as maiores altas do índice

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Mesmo com um dia negativo para o Ibovespa nesta sexta-feira (8) – com o benchmark fechando com queda de 0,70%, aos 58.432 pontos -, a semana acabou sendo positiva para o índice, que acumulou uma alta de 2,72% entre 4 e 8 de março.

Nesta sessão, o ibovespa foi puxado pelas ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e da Vale (VALE3; VALE5), que tiveram um dia de desvalorização após uma sequência de pregões positivos nesta semana.

Os papéis ordinários da petrolífera recuaram 3,02%, para R$ 16,70, enquanto os preferenciais fecharam em R$ 18,37, com queda de 3,06%Já as ações ordinárias da mineradora desvalorizaram 2,78%, a R$ 36,34, e as preferenciais caíram 2,33%, para R$ 34,72.

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Ações “X” caem após sessões de alta
Depois de liderarem os ganhos do Ibovespa na véspera, as ações do Grupo EBX chamaram atenção nesta sexta. Os papéis da OGX Petróleo (OGXP3, -8,53%, R$ 3,11), OSX Brasil (OSXB, -3,13%, R$ 7,13), LLX Logística (LLXL3, -0,41%, R$ 2,38) e MMX Mineração (MMXM3, -1,10%, R$ 3,60) fecharam o dia com perdas. A exceção fica por conta da MPX Energia (MPXE3, +2,23%, R$ 11,47) e CCX (CCXC3, +0,25%, R$ 4,03).

A correção dos papéis veio após fortes ganhos na véspera, quando refletiu a notícia de que o grupo firmou um acordo de cooperação estratégica com o BTG Pactual (BBTG11), de André Esteves. Nesta manhã, uma outra notícia envolvendo o grupo ganhou destaque. Segundo apurou o Valor, o empresário se reuniu na véspera com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, em busca de apoio da Petrobras para os seus projetos.

Uma agenda possível de negócios do Grupo EBX com a estatal poderia incluir a venda de plataformas já encomendadas pela OGX à OSX e que seriam desnecessárias caso a petroleira de Eike não encontre petróleo. Outras alternativas são o arrendamento de alguma área no Porto do Açu, da LLX, para operação de petroleiros, e navios de apoio ou a venda de ativos de outras empresas.

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Santander sobe com noticiário positivo
Mesmo com a queda do Ibovespa, o dia foi positivo para as ações do setor bancário, com destaque para as units do Santander (SANB11). Os ativos SANB11 lideraram os ganhos do índice, com valorização de 4,20%, a R$ 15,88. Destaque também para as ações da empresa, que mesmo tendo um volume baixo, movimentaram mais que o habitual.

Os papéis SANB3 tiveram alta de 14,29%, a R$ 0,16, movimentando R$ 457,7 mil, ante R$ 92,7 mil de média. Enquanto as ações SANB4 subiram 7,14%, para R$ 0,15, com um volume de R$ 167,4 mil, contra uma média de R$ 93,5 mil.

De acordo com o analista do BB Investimentos, Carlos Daltozo, a alta dos papéis do Santander é impulsionada pelo anúncio de criação de um fundo imobiliário, o que deve impactar positivamente o balanço trimestral da companhia. Com a criação deste fundo, o Santander “desmobilizará o seu balanço” ao vender as agências próprias. Com isso, ela passará a pagar aluguel dos espaços, levando a menores custos fixos. Além disso, ao receber o dinheiro das vendas, o impacto para o resultado será positivo.

Bancos sobem com projeções de alta na Selic
Além do anúncio que ajudou as ações do Santander, as perspectivas cada vez mais fortes para que a Selic seja ajustada para cima já na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) também ajudaram a alta para as ações de outros bancos. A projeção é que a alta ocorra já em abril, devido ao resultado acima do esperado para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no mês de fevereiro.

Com o último dado, a expectativa é de que o resultado de março já mostre para uma alta do IPCA estourando o teto da meta estabelecida pelo governo, de 6,5%, o que deverá levará o Banco Central a agir mais ativamente para controlar a inflação.

Neste cenário de alta de juros, o setor de bancos seria um dos maiores beneficiados, aponta Daltozo. Com isso, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,90, +2,96%), Itaúsa (ITSA4, R$ 10,83, +2,95%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 27,27, +1,83%) e Bradesco (BBDC4, R$ 37,08, +1,48%) também registram altas. Segundo avalia o BTG Pactual, o Itaú Unibanco seria um dos maiores beneficiados pelo aumento da taxa de juros.

Os bancos são os maiores beneficiados em meio às expectativas de alta de juros porque cerca de 75% do lucro dos bancos vem de NII (receita líquida de juros, na sigla em inglês). Além disso, a correlação entre a taxa de juro e os spreads (diferença das taxas cobradas e as captadas pelo banco) é positiva em aproximadamente 90%, segundo afirmou Henrique Florentino, da Um Investimentos, ao InfoMoney na véspera.

Prejuízo dobra em 2012, mas ações da B2W disparam
As ações da B2W (BTOW3) dispararam 5,06%, fechando cotadas a R$ 15,57, após a companhia divulgar seu balanço trimestral. Os números, contudo, não agradaram os analistas do mercado. Segundo Juliana Rozenbaum, do Itaú BBA, uma combinação de deduções de receita bruta maiores que o esperado e margem bruta menor fez com que o lucro bruto da empresa ficasse apenas 6,8% acima do esperado.

A B2W teve prejuízo de R$ 170,7 milhões em 2012, o dobro do obtido no ano passado, de R$ 89,2 milhões. A receita líquida cresceu 13,7% no ano, para R$ 4,8 bilhões.

Cetip aprova mudança no estatuto e ações sobem
Outra companhia que apresentou alta após a divulgação de resultados foi a Cetip (CTIP3), porém, além disso, influenciaram os papéis também a notícia de que o conselho de administração da empresa aprovou nesta semana mudanças no estatuto que permitirão à companhia se tornar uma operadora de bolsa. Atualmente, a empresa atua apenas no chamado mercado de balcão, no qual são realizados os negócios entre duas partes, sem a intermediação da bolsa.

Contudo, o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da companhia, Francisco Carlos Gomes, disse que a decisão de prestar serviços de bolsa ainda não está “formalmente tomada”. “Se a decisão final for a de não atuarmos como bolsa, a mudança no estatuto melhorará a governança da companhia”, afirma.

Em relação ao resultado, a empresa mostrou que o lucro líquido aumentou 9,1% no quarto trimestre, com R$ 114,3 milhões, ante R$ 104,8 milhões no mesmo período de 2011, enquanto no acumulado anual, a alta foi de 13,8%, com R$ 421,8 milhões. Com isso, as ações da empresa encerraram o dia com avanço de 3,99%, cotadas a R$ 25,53.

Com oferta de ações de R$ 800 mi, ação da Multiplus despenca
No lado negativo da bolsa aparecem os papéis da Multiplus (MPLU3), que caíram 7,78%, sendo cotados a R$ 30,72, após a companhia anunciar uma oferta de ações. Na mínima do dia, as ações caíram 16,54%, para R$ 27,80. Em comunicado enviado na manhã desta sexta, a companhia apresentou à Anbima (Associação Brasileira das Entidades de Mercados Financeiro e de Capitais) pedido de análise prévia de registro de distribuição pública primária de ações ordinárias. O montante da oferta, sem incluir as ações suplementares e adicionais, é estimado em cerca de R$ 800 milhões.

O preço de venda de ações será finalizado após o processo de bookbuilding – procedimento de coleta de intenções de investimento. A operação será coordenada pelos bancos BTG Pactual e JP Morgan, sendo que os acionistas da empresa não terão direito de preferência.

CSU e Fleury recuam após resultados
Os números do balanço da CSU Cardsystem (CARD3) não foram favoráveis – embora a receita tenha recuado mais do que o lucro, um sinal de alento. Enquanto os ganhos recuaram 61,3% entre um trimestre e outro, atingindo R$ 3,15 milhões, o lucro anual teve queda de apenas 2%, para R$ 22,19 milhões. Com isso, as ações da empresa encerraram com queda de 13,73%, cotadas a R$ 3,96.

Já a Fleury (FLRY3) teve receitas em R$ 376,1 milhões no último trimestre, ficando 13,8% acima do mesmo período um ano antes, enquanto no acumulado de 2012, a empresa registrou uma receita líquida de R$ 1,12 bilhão, 33,4% a mais que o regitrado no ano anterior. Enquanto isso, o lucro líquido apresentado no período de outubro a dezembro foi de R$ 16,5 milhões, com alta de 29,3% ante o mesmo trimestre de 2011. Os papéis da companhia fecharam a R$ 20,64, com desvalorização de 1,20%, atingindo a mínima desde o dia 30 de novembro de 2011, quando fecharam a R$ 20,32. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.