Braskem, Gol e siderúrgicas avançam, mas Petro e LLX caem; veja destaques

Ações de Fibria e Suzano caem forte com expectativa de queda do dólar; dentre as small caps, IdeiasNet estendem os ganhos da véspera

Equipe InfoMoney

(Reprodução)

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SÃO PAULO – Ganhando forças no fim do pregão, o Ibovespa encerrou esta terça-feira (29) em alta de 0,63%, aos 60.406 pontos, após dois dias de fortes quedas. O dia ficou marcado por forte volatilidade no mercado, com o índice alternando entre perdas e ganhos no intraday.

O grande destaque positivo do Ibovespa ficou com as ações da Braskem (BRKM5), que tiveram valorização de 5,20%, fechando a R$ 14,77. De acordo com o analista da Infinity Asset, Henri Evrard, além do momento de queda do dólar favorecer a companhia, alguns dados do setor apresentados desde o fim do ano passado começam a fazer efeito nos papéis da empresa.

Na ponta negativa, destaque para as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que viu seus papéis caírem pelo segundo dia seguido. No intraday, os papéis da companhia cehgaram a cair para R$ 18,84, atingindo o seu menor patamar desde 7 de dezembro do ano passado. Com isso, as suas ações ordinárias da pretolífera caíram 1,63%, a R$ 19,28, enquanto os papéis preferenciais tiveram baixa de 1,34%, aos R$ 19,11.

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Gol avança com possibilidade de alta nas passagens
A notícia de um possível aumento nas passagens aéreas, em função da redução da oferta de voos feita desde o ano passado pelas companhias aéreas, ajudou a Gol (GOLL4) a ficar entre as maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira. Os papéis da empresa fecharam a sessão com ganhos de 4,31%, aos R$ 15,00.

Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o aumento de preços é considerado como a única maneira das companhias aéreas brasileiras se tornarem rentáveis. “Se isso ocorrer em larga escala, poderemos ver maior rentabilidade no setor, embora provalmente ainda menor do que as companhias aéreas de outros países, por causa dos custos mais elevados no Brasil, a concorrência internacional e o load factors que ainda estão muito baixos”, disse.

LLX cai após ação do MPF contra operação no Porto do Açu
Na última segunda-feira (28), o Ministério Público Federal em Campos (RJ) propôs uma ação civil pública contra o grupo EBX, do empresário Eike Batista, pedindo a interrupção da dragagem do canal e o adiamento do início da operação do porto do Açu, que tem a LLX (LLXL3) como responsável.

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Segundo o estudo, a areia dragada carreou grande volume de água salgada, “contaminando” a água doce. De acordo com os pesquisadores, o sistema de drenagem não funcionou de maneira adequada. Com isso, os papéis da companhia figuraram entre as maiores quedas da sessão durante todo o dia, encerrando com desvalorização de 1,67%, aos R$ 2,36.

Usiminas e CSN sobem mais de 2%
Depois de várias sessões de queda, as siderúrgicas tiveram um dia de recuperação na Bovespa. As ações da Usiminas (USIM3; USIM5) ficaram entre as maiores altas do pregão, depois de seis sessões de queda. Depois de um começo de ano ruim para a empresa, com os papéis acumulando queda de aproximadamente 17% em 2013, as ações preferenciais da companhia subiram 2,61% nesta terça, fechando a R$ 10,62, enquanto as ações ordinárias tiveram avanço de 3,47%, aos R$ 11,34.

Outra empresa do setor que teve boa valorização neste pregão foi a CSN, que foram motivadas pelo possível aporte do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de US$ 4 bilhões para apoiar a companhia em seu plano de aquisição dos ativos de aço do grupo alemão ThyssenKrupp no Brasil, a CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), e nos Estados Unidos, a Calvert Steel, do Alabama.

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O apoio do banco é fundamental para evitar que o negócio comprometa o perfil financeiro da CSN. “O valor do aporte é grande e mostra um entendimento de que o BNDES está disposto a ajudar na conclusão da aquisição pela CSN e confiante no crescimento do projeto”, disse o analista Rafael Veigas, do Banco Geração Futuro. Segundo ele, esse passo do BNDES traz uma situação mais confortável para a empresa, lembrando que uma das grandes preocupações do mercado baseava-se na alta alavancagem da companhia.

Além disso, Veigas acredita que a entrada de um parceiro estratégico pode ajudar a viabilizar futuramente a aquisição de uma parcela que a Vale (VALE3; VALE5) detém na CSA. Atualmente, a mineradora é dona de 27% da CSA.

Ao mesmo tempo, a operação ainda enfrenta algumas negativas do mercado. “Por mais que tenha um parceiro estratégico, essa compra vai gerar prejuízo para a CSN durante um bom tempo”, disse o analista-chefe da SLW, Pedro Galdi. Segundo informou o Valor, a operação de venda da CSA e da laminadora norte-americana, conduzida por dois grandes bancos de investimentos, está prevista para ser fechada neste trimestre.

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Com isso, as ações da CSN fecharam o pregão desta terça-feira com valorização de 2,27%, valendo R$ 11,28.

Queda do dólar prejudica Suzano e Fibria
Após uma forte queda do dólar, que nesta terça fechou abaixo de R$ 2,00, algo que não ocorria desde 2 de julho de 2012, duas companhias do setor de papel e celulose viram suas ações serem penalizadas. Suzano e Fibria figuraram entre as maiores perdas neste pregão afetadas por este cenário, já que ambas têm uma exposição maior ao cenário internacional.

Os baixos patamares da moeda norte-americana afetam diretamente o lucro obtido com exportações por essas empresas. Tendência que não ocorre com as ações da Klabin (KLBN4), por exemplo, já que o seu perfil é voltado para o mercado interno.

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Apesar da forte queda do dólar, o analista Felipe Silveira, da Coinvalores, entende que a moeda deve se manter no patamar atual, próximo de R$ 2,00 no médio prazo. “Esse movimento no câmbio deve afetar as ações apenas no curto prazo, já que não vemos uma queda maior nas cotações da moeda nos próximos meses”, afirma.

Por não acreditar que o dólar deva cair mais nos próximos meses, Silveira atribui esse movimento negativo das ações à uma realização de ganhos por parte dos investidores. Tendo em vista a alta acumulada nos últimos meses pelas ações de papel e celulose, os investidores aproveitaram essas referências negativas para vender os papéis e embolsar os ganhos acumulados ao longo do rali de alta visto na BM&FBovespa – Fibria, Klabin e Suzano subiram mais de 50% nos últimos 6 meses.

Com todo esse cenário, as ações da Suzano caíram 3,84%, valendo R$ 7,27, enquanto os papéis da Fibria recuaram 1,01%, aos R$ 24,40, completando o terceiro dia seguido de queda.

IdeiasNet tem nova sessão de alta
As ações da IdeiasNet (IDNT3) tiveram seu segundo dia de alta, um dia após a companhia informar que o BNDESPar – braço de investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico) – participará de um aumento de capital da empresa de tecnologia Padtec, que tem a Ideiasnet entre os sócios.

Em comunicado, a empresa informou que os recursos da operação – que ainda está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e ratificação do Conselho de Administração da IdeiasNet – serão destinados ao desenvolvimento do plano de negócios da Padtec, com foco na ampliação do portfólio de produtos, na expansão da atuação internacional e na aquisição de empresas, consolidando assim a sua liderança nos mercados nacional e latino-americano e preparando a empresa para futura abertura de capital.

Em entrevista exclusiva ao Portal InfoMoney, o CEO (Chief Executive Officer) da companhia, Sami Haddad, disse que espera anunciar novas compras dentro das próximas semanas. Ademais, Haddad reforça que pretende abrir o capital da Padtec dentro do prazo de 2 a 3 anos. “A Padtec vem mostrando um crescimento robusto ao longo dos últimos dois anos, o que viabiliza nossos planos para a companhia”, disse o executivo.

Nesta terça-feira as ações da companhia subiram 3,70%, aos R$ 1,96. Com isso, somando a véspera, os papéis acumulam avanço de 10,73% desde que foi anunciado o aumento de capital da Padtec.