Com queda de 1,87%, Ibovespa tem a pior sessão desde novembro de 2012

Índice contrariou movimento das bolsas internacionais, sendo puxado para baixo por Vale, OGX, bancos e siderúrgicas

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Após fechar a última quinta-feira (25) em queda de 1,29%, o Ibovespa voltou a ter fortes perdas nesta segunda-feira (28). O benchmark da bolsa fechou em baixa de 1,87%, aos 60.027 pontos, a maior desde 14 de novembro de 2012, quando o índice registrou baixa de 2,10%. O giro financeiro desta sessão foi de R$ 7,14 bilhões. 

Sem grandes referências durante esta sessão, o mercado acabou contrariando o movimento dos mercados internacionais observado na sexta, quando a BM&FBovespa não abriu por conta do feriado de aniversário de São Paulo. Na data, o índice de ações brasileiras negociadas em Wall Street avançou 0,3%, no mesmo dia em que o norte-americano S&P 500 fechou na máxima desde dezembro de 2007, guiado por bons resultados corporativos. 

Vale ressaltar que as bolsas norte-americanas não registram quedas tão intensas nesta sessão, operando perto da estabilidade no horário de fechamento da bolsa brasileira. Na agenda do país, destaque para a divulgação dos pedidos de bens duráveis, com crescimento de 4,6%, bastante acima da passagem mensal de 0,8% para 1,6%, e da queda nos Pending Home Sales, que jogou preocupações acerca do mercado imobiliário por lá. 

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Contribuíram para o movimento negativo do índice a forte queda de ações com grande participação no Ibovespa, como o caso da Vale (VALE3, R$ 38,79, -3,03%; VALE5, R$ 37,69, -2,43%) e OGX Petróleo (OGXP3, R$ 4,69, -2,70%). Os investidores também avaliam o resultado do Bradesco (BBDC4), que abriu a temporada de resultados brasileiros com um lucro líquido de R$ 2,9 bilhões no quarto trimestre, alta de 6,1% sobre o mesmo período do ano anterior. A ação do banco teve baixa de 3,07%, aos R$ 36,59.

Outras instituições financeiras viram seus papéis registrarem perdas, como o Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Itaúsa (ITSA4), com baixas respectivas de 2,72%, 2,63% e 2,76%. As ações da Usiminas (USIM3;USIM5), por sua vez, registraram a sua sexta sessão seguida de queda, com baixa de 2,31% para os papéis ON e e de 2,08% das ações PNA. 

Dasa registra maior alta, enquanto Fibria lidera perdas 
Liderando as perdas do Ibovespa, estiveram os papéis da Fibria (FIBR3), com baixa de 5,92%, aos R$ 24,65 e da Light (BTOW3), com perdas de 5,24%, aos R$ 15,37. Na outra ponta, as ações da Dasa (DASA3) registraram ganhos de R$ 4,01%, aos R$ 13,75.

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As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 FIBR3 FIBRIA ON 24,65 -5,92 +9,22 57,44M
 BTOW3 B2W VAREJO ON 15,37 -5,24 -9,59 12,39M
 LIGT3 LIGHT S/A ON 20,17 -5,08 -9,63 21,43M
 NATU3 NATURA ON 52,70 -4,44 -10,13 140,30M
 MMXM3 MMX MINER ON 3,67 -4,18 -17,53 14,30M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 DASA3 DASA ON 13,75 +4,01 +4,25 37,34M
 UGPA3 ULTRAPAR ON 46,80 +2,86 +1,10 71,24M
 LREN3 LOJAS RENNER ON 79,30 +1,32 -0,56 50,44M
 BRKM5 BRASKEM PNA 14,04 +0,57 +9,69 18,40M
 CSAN3 COSAN ON 44,74 +0,56 +7,16 42,94M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 37,69 -2,43 441,50M 25.981 
 PETR4 PETROBRAS PN 19,37 -1,22 347,29M 23.359 
 BBDC4 BRADESCO PN 36,59 -3,07 288,88M 21.567 
 BBAS3 BRASIL ON 24,71 -2,72 275,72M 22.813 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 34,80 -2,63 242,18M 15.334 
 AMBV4 AMBEV PN 90,65 -1,89 198,39M 8.847 
 VIVT4 TELEF BRASIL PN ED 49,92 -1,19 183,26M 5.191 
 GGBR4 GERDAU PN 17,10 -3,34 154,04M 18.739 
 CCRO3 CCR SA ON 20,26 -0,05 141,75M 23.103 
 NATU3 NATURA ON 52,70 -4,44 140,30M 10.027 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Agenda nacional e China
No cenário local, as expectativas de crescimento da economia brasileira voltaram a piorar. O Relatório Focus mostra que a projeção do mercado recuou de 3,19% para 3,10%, na quarta semana de piora nas expectativas.

Por outro lado, o otimismo ficou por conta da China, onde o principal índice acionário, o de Shanghai Composite, saltou 2,4% depois do governo anunciar nova alta no lurco das indústrias. Os ganhos delas subiram 17,3% em dezembro, na comparação anual. Esse é o quarto mês consecutivo de melhora nos ganhos, embora em novembro (+22,8%) e outubro (+20,5%) a alta tenha sido mais intensa.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.