Mercados ignoram fala de Bernanke e mostram pregão indefinido

Bolsas europeias não apresentam trajetória clara; Bernanke reforça defesa a estímulos, mas teto da dívida continua a preocupar

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Depois do aguardado discurso de Ben Bernanke na noite de segunda-feira (14), os mercados acionários na Europa não registram uma trajetória clara nesta manhã. O presidente do Federal Reserve (banco central norte-americano) reforçou que, como a economia continua fraca, os programas de estímulo continuarão em vigor. Atualmente, o banco central dos EUA faz compras mensais de US$ 85 bilhões em ativos.

Dando um certo ânimo para quem achava que os programas pudessem terminar em breve, por conta da última ata do Fomc (Federal Open Market Committee), o presidente do Fed ainda disse não esperar inflação por conta dos estímulos à economia. Bernanke também cobrou uma ação rápida do Congresso, ao dizer que é muito importante que os políticos cheguem a um acordo para acabar com o impasse e evitar um calote.

Mas as declarações de Bernanke parecem não surtir efeito sobre os mercados acionários, mais preocupados com o teto da dívida, já que se estima que no início de março os recursos para pagarem as dívidas podem se esgotar. Enquanto alguns índices, como o Ibex 35, de Madri, marcam queda, outros como o FTSE 100 e DAX, de Londres e Frankfurt, oscilam muito próximo da estabilidade. O destaque positivo fica por conta do FTSE MIB, em Milão, que avança 0,49%.

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Para o restante do dia, além de eventuais declarações de políticos sobre o teto da dívida ou de membros do Fomc sobre política monetária (Rosengreen e Plosser devem falar nesta terça-feira), o mercado deve acompanhar alguns indicadores econômicos nos EUA.

Às 11h30 (horário de Brasília), serão publicadas as vendas no varejo em dezembro, a produção industrial do estado de Nova York em janeiro e o nível de estoques das empresas em novembro. No mesmo horário ainda será anunciado o PPI (Producer Price Index), que traz informações sobre os preços aos produtores no último mês do ano passado.

Alemanha desacelera; Berlusconi prepara volta na Itália
Na Europa,a maior economia da região, a Alemanha, revelou um PIB (Produto Interno Bruto) de 0,7% no último ano, uma forte desaceleração sobre os 3,0% de 2011. O desempenho de 2012 veio próximo ao estimado por analistas.

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Já na Itália, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi consegue reduzir a diferença sobre seus adversários para voltar ao poder. Segundo pesquisa da EMG, encomendada pela rede de televisão La 7, o apoio a Berlusconi subiu de 25,3% para 27,9%, enquanto a coalizão de Luigi Bersani, de centro-esquerda, caiu de 40,3% para 37,4%. As eleições ocorrerão no fim de fevereiro.

De olho no Copom e na gasolina
Por aqui os investidores começam a se voltar para o primeiro dia de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Uma decisão final, no entanto, só sairá após o pregão de quarta-feira, quando é esperada a manutenção da taxa Selic em 7,25% ao ano.

Entretanto, no noticiário nacional ganha destaque também a possibilidade de aumento de 7% no preço da gasolina na próxima semana, conforme noticiou o jornal Estado de S. Paulo. Sem citar fontes, a publicação diz que o preço da gasolina deverá subir 7% e o diesel entre 4% e 5%.

Para atenuar o impacto na inflação, o governo também estuda aumentar a mistura de etanol na gasolina, de 20% para 25%, o que deve acontecer apenas próximo a julho, assim como reduzir alguns tributos que são cobrados sobre a cadeia produtiva, completa a reportagem.