OGX sobe 3,68%, BB sobe 3,66% e PDG lidera ganhos; veja destaques

Ações de imobiliárias chamaram a atenção, assim como Embraer, Santander, Bradesco, Itaú, Kroton e Tecnisa

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Dia bom na BM&FBovespa, embora o Ibovespa tenha amenizado os ganhos e fechado com alta de 0,95%, aos 62.080 pontos. Na ponta negativa, destaque para as ações da Vanguarda Agro (VAGR3), com queda de 2,50%, aos R$ 0,39. Na positiva, destaque para a PDG Realty (PDGR3), com ganhos de 4,67%, aos R$ 3,36.  

Gafisa (GFSA3) e Brookfield (BISA3) seguiram logo atrás, com alta de 3,81%, aos R$ 4,90, e 1,95%, aos R$ 3,66, respectivamente. A MRV Engenharia (MRVE3) viu suas ações subirem 1,79%, aos R$ 11,35 – a despeito do STJ (Superior Tribunal de Justiça) ter negado a exclusão da empresa da lista de trabalho escravo, que fez a ação cair mais de 2% mais cedo. Cyrela (CYRE3) e Rossi (RSID3) tiveram movimentos fracos. 

Por trás disso, otimismo do mercado em referência à economia brasileira. “Foi divulgado um relatório do Barclays trazendo otimismo para o setor imobiliário, o que acaba trazendo pressão compradora para essas empresas”, avalia Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Investimentos.

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Pereira destaca que, na percepção dos analistas do banco inglês, dois setores serão interessantes para apostar, no contexto de recuperação da economia nacional: o setor bancário e o setor imobiliário. Ambos estão tendo uma boa sessão nesta segunda-feira – mas Pereira acredita que os bancos refletem o noticiário das suas próprias empresas, como as perspectivas de aquisições do Banco do Brasil (BBAS3) nos Estados Unidos. 

O estrategista ainda destaca que a PDG, Brookfield e Gafisa deverão ser as três empresas a encabeçarem essa movimentação positiva. “São as que mais sofreram nos últimos dois anos, estão depreciadas e no ponto de vista de uma recuperação, devem ser as mais interessantes”, afirma Pereira.

Nesse momento, as três empresas valem menos em bolsa do que seu patrimônio: ou seja, caso as empresas sejam liquidadas, dará mais dinheiro por cada ação do que o preço negociado em bolsa. Das três, a PDG, justamente a que lidera os ganhos, é a que apresenta a menor relação entre valor de mercado e o valor de seu patrimônio. 

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Por fundamentos e gráficos, OGX chama a atenção do mercado
As ações da OGX Petróleo (OGXP3) se destacam na BM&FBovespa neste início de ano, chegando a acumular alta de mais de 20% nas duas primeiras semanas de 2013. Com alta de mais 3,68% nesta sessão, os papéis atingem os R$ 5,36 e confirmam o excelente momento vivido.

Tanto pela análise fundamentalista, quanto pela análise técnica, o momento é bem diferente do que era no passado: quando a petrolífera de Eike Batista liderou as perdas do Ibovespa com queda de quase 70%. A melhora no cenário chama a atenção: a empresa teve sua recomendação elevada pelo Safrateve preferência declarada pelo Barclays e foi incluída nasrecomendações mensais da Corval, uma carteira de análise técnica.

A empresa iniciou o ano com um fluxo de notícias bastante positivo: mostrou produção de 10,1 mil barris de petróleo diários em dezembro, mostrando uma estabilização da produção, e conectou um terceiro poço na região no dia 31 de dezembro – o que deve fazer com que a produção se eleve nos próximos meses

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Além disso, a descoberta de poços de petróleo por outras empresas tem ajudado diretamente a companhia. De acordo com Henri Evrard, analista da Infinity Asset, a companhia se beneficia diretamente da descoberta de petróleo por parte de outras empresas de petróleo: a Queiroz Galvão (QGEP3) e a Petrobras (PETR3PETR4). “Além disso, é uma empresa altamente depreciada, que se entregar 30% do que ela tem para entregar, já vai ter uma forte alta”, avalia o analista. 

A descoberta no campo de Atlanta foi benéfica para a empresa. “Foi muito acima do que se esperava, estavam esperando uma extração de 25 mil barris por dia, mas agora estão pensando contratar uma sonda que suporte 100 mil barris diários”, afirma. A QGEP é a operadora, mas a OGX possui 40% de participação e deve se beneficiar da situação. 

As descobertas da Petrobras também são positivas, já que a companhia encontrou petróleo muito perto de quatro poços da petrolífera de Eike Batista localizados na Bacia do Espírito Santo. “E o mercado começa a acredita e a especular que nos poços da OGX também possui petróleo de boa qualidade, impulsionando as ações”, finaliza. 

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Com a situação positiva em termos de fundamentos, o mercado aproveita para adquirir ações OGXP3 – o que se reflete nos gráficos da própria companhia. A perspectiva é que a ação da companhia conseguisse romper, em preço de fechamento, a forte barreira dos R$ 5,05, na avaliação do analista técnico Eduardo Collor, da CGD Securities.

No dia 4 de janeiro, o grafista disse ao InfoMoney que o papel poderia gerar um trade, caso fechasse acima desse patamar, mas que ainda precisaria de uma correção para aliviar os indicadores técnicos. Esse movimento aconteceu, com a alta de 3,61% da última sexta-feira, com a confirmação de um pivô de alta. 

Já na avaliação do analista Alan Oliveira, da Futura Investimentos, isso pode jogar o papel até os R$ 8,30 no final do ano.  No curto prazo, Oliveira acreditava que o objetivo da ação podia ser os R$ 5,40 – que foi quase alcançado nessa segunda, já que o papel atingiu uma máxima de R$ 5,38.

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O papel, porém, pode ter formado uma figura conhecida como mastro-bandeira, caracterizada por uma forte alta, seguida de uma pequena congestão. Depois disso, viria um terceiro movimento na amplitude do primeiro: que se confirmado, deve levar o papel para os R$ 5,90. Mas cuidado: caso OGXP3 comece uma realização, a figura não se confirma. 

BB sobe com possível aquisição
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) aceleram os ganhos, terminando o dia com alta de 3,66%, aos R$ 26,93. Os papéis estão impulsionados pela notícia de que o maior banco da América Latina por ativos negocia comprar bancos na Flórida e em New Jersey para atender brasileiros que moram nos Estados Unidos.

Segundo reportagem da Bloomberg, as negociações estão em andamento com os possíveis alvos das aquisições, disse Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente da área internacional do Banco do Brasil, em entrevista na semana passada em São Paulo. Ele, contudo, não quis nomear os bancos, mas acrescentou: “há muitas oportunidades para aquisições nos Estados Unidos”. Essa arrancada dos papéis do Banco do Brasil, entretanto, reflete um fluxo de notícias positivas, não somente a busca por aquisições nos Estados Unidos, pondera Ervard.  

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Recentemente, o banco informou sua intenção de realizar no ano que vem uma oferta pública primária e secundária de ações de emissão da BB Seguridade. A instituição estuda a possibilidade de criar uma estrutura a parte para sua área de mercado de capitais, colaborando com sua intenção de se tornar o maior banco de investimentos do País. 

Para Ervard, a expectativa do IPO (Initial Public Offering) da área de seguridade do banco ainda traz um momento positivo para o papel. 

Ações do Santander, Bradesco e Itaú Unibanco acompanham arrancada 
Mas essa arrancada não é vista apenas nas ações do BB: os papéis do Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) e Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 1,64%, aos R$ 37,88, 1,16%, aos R$ 15,69, e 1,23%, aos R$ 35,47. 

Em relatório do Banco Espírito Santo, o analista Gustavo Schroden avalia que o setor pode ser beneficiado por uma alteração do Banco Central e Ministério da Fazenda ao permitir que os bancos reconheçam os créditos fiscais como patrimônio de referência sob as regras de Basileia III. 

Em outras palavras, dado que o crédito fiscal é um passivo da Receita Federal com os bancos, o governo vai se comprometer a emitir uma dívida pública na mesma quantidade em caso de falência bancária. 

Caso ocorra, o Banco do Brasil seria o mais beneficiado com a nova medida, dado que tem o menor índice de Basileia, no entanto, ele destaca que o Bradesco e Itau Unibanco têm maior exposição a créditos tributários. Por último, o Santander provavelmente seria o menos beneficiado. 

Embraer sobe forte com pedidos
A Embraer (EMBR3), única fabricante de aeronaves do País, encerrou 2012 com entrega de 205 aeronaves, um resultado que impulsionou as ações da empresa para uma alta de 2,74%, terminando o dia aos R$ 14,27.

As entregas ficaram dentro do intervalo de 195 a 215 aviões estimado pela gestão da companhia no primeiro trimestre do ano passado, além de ter superado as projeções de vendas de jatos executivos grandes e obedecer aos patamares estipulados para outras categorias. 

Segundo o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, a empresa fechou o ano bem, levantando maiores expectativas para os próximos resultados. “O mercado havia se mostrado um pouco cauteloso com a carteira da companhia, mas a Embraer conseguiu trazer de volta a esperança de números melhores”, disse. 

As perspectivas eram de entregas de 105 a 110 jatos comerciais, de 15 a 20 executivos grandes e de 75 a 85 aviões executivos leves no ano. A empresa entregou 106 aviões comerciais, 22 aeronaves grandes e 77 jatos leves.  Em 2011, a companhia entregou 204 aeronaves, sendo 105 comerciais e 99 executivas. Na comparação entre os anos, houve leve crescimento de 0,5%. 

Uma das campeãs de 2012, Kroton cai com forte volume
As ações da Kroton (KROT3) chamaram a atenção do mercado ao recuar 5,51%, aos R$ 43,08. O papel movimentou R$ 506 milhões, um dos maiores volumes da BM&FBovespa nessa sessão.

Segundo comunicado pela BM&FBovespa, a transação envolvendo a corretora movimentou 3,47 milhões de ações, isso é, 2,58% das ações ordinárias. Marcelo Hamel, operador da Rio Bravo, afirma que essa operação pode ter diversos significados, como uma operação a termo ou uma simples troca de fundos do Credit Suisse.

Antes do leilão, às 11h14, a ação registrava perdas de 3,4%, aos R$ 44,03 e com um volume de R$ 3,6 milhões. No sinal seguinte ao leilão, às 12h40, as perdas já atingiam 4,6%, aos R$ 43,50 e com um volume de R$ 450,7 milhões. A média do volume negociado de 21 pregões, até a véspera, era R$ 31,7 milhões. O InfoMoney tentou contato com a corretora para explicar a operação, mas até o momento ainda não obteve resposta.

Profissionais do mercado também dizem que pode haver um certo movimento de ajuste técnico com as ações da Kroton. Sandro Fernandes, operador da Corval, lembra que a ação vem de uma fortíssima alta em 2012 – no ano, o papel disparou 151,5%. No entanto, tanto o operador da Rio Bravo quanto o da Corval dizem não terem conhecimento de nenhuma notícia pontual que justifique a queda desta segunda-feira, a não ser o movimento de realização.

Tecnisa cai com prévia operacional
Após a divulgação de sua prévia operacional do quarto trimestre de 2012, as ações da Tecnisa (TCSA3) recuaram 3,86%, terminando a R$ 7,72.  O resultado trouxe números opostos para a companhia. As vendas contratadas totalizaram R$ 230 milhões no período, mostrando redução de 32% em relação ao terceiro trimestre. Na prévia, a companhia resalta que a queda se deve ao lançamento de um grande empreendimento em dezembro, o que diminuiu o volume de vendas do trimestre.

Já no que diz respeito à lançamentos, a empresa atingiu seu guidance, com R$ 511 milhões no segmento. O valor apresenta alta de 29% em relação aos R$ 396 milhões registrados no trimestre anterior.

Segundo reportagem da Reuters, a Tecnisa iniciou 2012 com projeção de lançar R$ 2,8 bilhões, mas ao longo do ano reduziu a meta para R$ 1 bilhão. Segundo relatório do Credit Suisse citado pela agência, a empresa alcançou sua nova previsão para lançamentos, mas ficou muito distante da primeira estimativa fornecida para 2012.

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