“Se o mercado grego sobe, qualquer coisa pode subir”, avalia Marc Faber

Para ele, o ocidente encontra-se numa das maiores bagunças vistas na história, e só deve piorar daqui para a frente

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Depois de superar o desempenho das principais bolsas mundiais no terceiro trimestre, o mercado grego deve servir de “inspiração” para novas altas das ações de outras regiões do mundo – avalia o celébre investidor Marc Faber ao portal CNBC. “Se até a Grécia pode subir 65%, qualquer lixo pode subir 65%”, afirmou o investidor.

A Grécia, que passa por diversos problemas fiscais, econômicos, político e sociais, viu as ações de suas empresas ficarem extremamente baratas, atraindo diversos investidores mundiais por conta do valor relativo desses papéis. “Os mercados de Grécia, Itália, Espanha, França e Portugal estão abaixo das mínimas de 2009 ou até mais baratos”, avalia o investidor – que na época, correu para adquirir ações desses países.

Agora, a atenção fica com China e Japão. Outros mercados asiáticos não estão tão atraentes, como Tailândia, Filipinas, Indonesia, Malásia e Singapura, já que tiveram ganhos de 250% desde 2009. Mas o mercado chinês, que em 2007 estava nos 6.000 pontos, atualmente se vê confinado nos 2.000 pontos, enquanto o japonês anda de lado nas últimas duas décadas. “Acho que esses dois países podem se recuperar”, afirma.

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Mas Faber acredita que engana-se ao pensar que esse movimento será seguido por outros mercados. A expectativa do investidor é que o S&P 500, um dos principais índices norte-americanos, caia cerca de 20% nos próximos meses. “A posição técnica do mercado está fraca e os ganhos corporativos estão se enfraquecendo, e eu acho que os números sobre a economia estão corretos. Os EUA mal vão ter um crescimento”, salienta o investidor suíço.

Ocidente “bagunçado”
Para ele, a civilização ocidental encontra-se numa das maiores bagunças vistas na história, e só deve piorar daqui para a frente. “Os governos vão tentar manter esse sistema vivo o quanto puderem, o que garante que não veremos ter um ‘abismo fiscal’, e sim um ‘grande canyon fiscal'”, alerta Faber, em referência às grandes falhas geológicas no oeste norte-americano – um dos maiores despenhadeiros da história.

E esse dia, nesse cenário de déficits gigantescos, a expectativa de Faber é que a ordem se quebre. “Ou você terá grandes mudanças de modo pacífico, ou através de revoluções”, alerta. Para ele, os EUA e a Europa já estão próximas de uma revolução. “Daqui cinco ou dez anos você terá uma bagunça imensa, em todo o mundo ocidental”, avalia.

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Faber acredita que o déficit norte-americano deve continuar acima de US$ 1 trilhão por ano, a despeito de quem ocupar a Casa Branca, garantindo que a situação só piore. Isso combinado com um ambiente de baixo crescimento econômico, fruto do excesso de burocracia tanto nos EUA quanto na Europa. “Minha sugestão para os EUA é reduzir o governo em 50%, isso traria um impacto imediato na economia”, termina Faber.