Nova gestão da Unidas não deve pressionar ações da Localiza, aponta BTG

Concorrente estará focada em reestruturações por um bom tempo, afastando riscos de perda de market share, diz BTG Pactual

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SÃO PAULO – A competitividade no mercado brasileiro de aluguel de veículos deve preocupar os executivos da Localiza (RENT3) neste ano, após as companhias Gavea, Vinci e Kinea terem adquirido 47% da Unidas, a segunda maior companhia de aluguel de veículos do país. Ainda assim, o analista Renato Mimica, do BTG Pactual, reitera a compra dos papéis da Localiza, ao ver a companhia “bem posicionada para sustentar crescimento e retornos entre o curto e médio prazo”.

Mimica admite que a Unidas tende a recuperar o market share perdido nos últimos dois anos, que passou de 12% em 2008 para 7% em 2010 e, com isso, prejudicar o case de investimentos da Localiza. Ele acrescenta, entretanto, que no curto prazo os efeitos gerados pela concorrente serão pouco perceptíveis.

“Acreditamos que a perspectiva geral para a Localiza continua positiva, já que os investidores da Unidas tendem a focar primeira e principalmente na reestruturação da folha de pagamentos, em mudanças administrativas, e para onde dirigir a estratégia da companhia. Estes passos consomem tempo”, DIZ o analista em relatório.

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Mercado fragmentado de aluguel de veículos traz boas oportunidades
A Localiza possui cerca de 24% do market share em receitas brutas de aluguel de veículos, contra 7,5% da Unidas. Em um mercado com players pequenos e pouco competitivos, há espaço para ambas as companhias aumentarem sua fatia de participação; porém, os ganhos de escala privilegiam a Localiza, afirma Mimica.

Enquanto o curto prazo traz poucos temores ao analista, a principal questão do longo prazo, ele diz, será a estratégia adotada pela Unidas. A empresa pode tanto replicar a política agressiva da Localiza na expansão do aluguel de automóveis quanto escolher atuar apenas em um nicho de mercado.

Drivers do curto prazo
As boas perspectivas do BTG Pactual serão confirmadas no balanço do segundo trimestre de 2011 da companhia, a ser reportado em 13 de julho. Apesar de competidores mais duros, a empresa tende a trazer taxas de crescimento superiores às vistas no período anterior, segundo o banco.

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Os menores temores acerca da inflação também tendem a favorecer a ação no curto prazo. Com projeções de crescimento dos preços mais benignas, os investidores podem a voltar a abrir posições em papéis relacionados ao consumo.