Gafisa dispara mais de 5% após venda de Alphaville e recompra de ações

Credit Suisse, Planner e XP Investimentos viram com bons olhos anúncios da empresa; "surpresa" com recompra deverá ser catalisador para papel no curto prazo

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações da Gafisa (GFSA3) disparam na abertura do pregão desta terça-feira (10), após a empresa ter anunciado na noite da véspera a conclusão da venda de 70% da empresa  de loteamentos residenciais Alphaville Urbanismo, por R$ 1,54 bilhão, e um programa agressivo de recompra de ações. Às 10h32 (horário de Brasília), os papéis registravam valorização de 3,82%, sendo cotados a R$ 3,53, após atingir na máxima do dia ganhos de 6,47%, a R$ 3,62 – o maior patamar desde 15 de outubro. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,11%, a 51.220 pontos. 

Em relatório, Credit Suisse, Planner Corretora e XP Investimentos ressaltaram que as notícias são positivas para a empresa. Mas, enquanto os analistas Credit Suisse apontavam reação positiva, a XP ponderou que o papel já subiu bastante nos últimos 30 dias (+17,24%), bem acima da média do setor, que permaneceu estável no período, porém a “surpresa” com o anúncio do programa de recompra de ações deve servir de gatilho para a alta das ações no curto prazo. 

Além disso, os analistas da Planner fizeram uma consideração que, apesar do fato positivo da incorporadora estar buscando soluções para o seu maior problema – endividamento elevado -, a saída da Alphaville de seus negócios retira uma parcela dos resultados da empresa.

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O que está em jogo?
A incorporadora pretende amortizar R$ 700 milhões de dívidas corporativas, esse montante representa cerca de 70% do endividamento corporativo da companhia com vencimento até dezembro de 2014. 

Considerando os recursos levantados com a venda da Alphaville, a empresa estima baixar sua alavancagem, relação entre a dívida líquida sobre patrimônio líquido, dos 126% atingidos no terceiro trimestre deste ano para 48%. O lucro esperado da transação, líquido de impostos e despesas relacionadas, é de R$ 458,6 milhões. 

O valor referente à venda dos 70% da Alphaville é de R$ 1,54 bilhão, sendo R$ 1,25 bilhão corrigidos pelo CDI, e R$ 290 milhões por meio de dividendos distribuídos pela subsidiária à controladora.

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Além disso, o conselho de administração da Tenda – unidade voltada para a baixa renda da incorporadora – aprovou a recompra de até 10% dos papéis, ou 32,9 milhões de ações, da Gafisa, sua controladora. O programa, que terá duração de um ano, está condicionado à manutenção da dívida líquida consolidada da Gafisa em um nível igual ou inferior a 60% do seu patrimônio líquido. 

Após o anúncio, o Credit Suisse reforçou que a Gafisa é sua ação preferida dentro das empresas que passam por reestruturação no setor de construção civil.