Os 11 erros (evitáveis) que levam as franquias à falência

Dos 181 requerimentos de falência efetuados no nono mês de 2014, 91 foram de micro e pequenas empresas e 39 de médias

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SÃO PAULO – Em setembro deste ano, houve uma alta de 21,5% dos pedidos de falência em todo o País, totalizando 181 requerimentos contra 149 registrados em agosto de 2014, segundo dados do Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações. Este foi o pior resultado do ano até agora em termos da quantidade de empresas que sofreram pedidos de falências.

Dos 181 requerimentos de falência efetuados no nono mês de 2014, 91 foram de micro e pequenas empresas e 39 de médias. Já no acumulado do ano, foram 1.263 pedidos, sendo 640 de micro e pequenas empresas e 312 médias empresas.

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Além da recessão interna, juros altos e queda generalizada dos níveis de confiança empresariais, outros fatores levam ao fracasso das empresas menores. Muitas pessoas querem se tornar empreendedores começam abrindo uma franquia ou então passar a ser franqueador. No entanto, o que pode trazer muitos benefícios, ao mesmo tempo, pode se tornar um grande pesadelo.

Confira abaixo 11 pecados capitais que podem destruir a sua franquia logo no nascimento (tanto para franqueadores quanto para franqueados):

1- Expectativa fora da realidade
Lucro rápido, grande e com risco pequeno; no mundo dos negócios, isso simplesmente não existe, afirma o sócio fundador da GoAkira Consultoria Empresarial, José Carlos Fugice Jr. “Gerenciar a expectativa na hora de transformar a sua marca em franquia é um excelente primeiro passo nesse processo, calculando o tempo ideal para a expansão na cidade e consequentemente numa região”.
Depois, é preciso fazer um planejamento detalhado do mercado e encontrar a melhor estratégia de lançamento. “Como você vai estar começando, não se esqueça de que é preciso chamar a atenção do franqueado com propostas interessantes e que façam sentido para todos os envolvidos.”

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2- Problemas no relacionamento com franqueados
A comunicação é a porta de entrada para todo bom negócio. “No caso de franquias, para que o negócio siga o melhor caminho possível, a comunicação entre franqueador e franqueado tem que ser clara, objetiva e principalmente, constante”, explica Fugice.
A falta de eficiência no diálogo entre ambos pode ameaçar o sucesso do negócio. Um grande exemplo é o sentimento de falta de liberdade por parte do franqueado. É importante que o franqueador consiga estabelecer um bom diálogo com o franqueado e, assim tentar solucionar o problema da melhor forma.

3- Erro no planejamento
O primeiro passo para ter sucesso em uma expansão por franquias é realizar um excelente planejamento. O franqueador precisa ter claro quantas unidades pretende abrir, em que locais e em quanto tempo deseja que tudo esteja realizado, sendo que a precipitação é um dos grandes empecilhos no momento de planejar. “Muitos franqueadores, no momento em que recebem solicitações de franqueados interessados em representar sua marca, sentem medo de perder a oportunidade de expandir o negócio e deixar de ganhar dinheiro”, afirma. Num momento desses, o melhor a fazer é pedir que os franqueados esperem até que o melhor planejamento possível esteja concluído.

4- Perda do padrão e da qualidade
É importantíssimo que o franqueador esteja preocupado sempre com o padrão de sua empresa, afinal é com ele que se consegue estabelecer normas entre os franqueados. Se alguém se interessa por sua franquia, terá que seguir regras e padrões que serão estipuladas pelo franqueador. É dessa forma que o dono da marca adquire um dos principais fatores buscados por uma empresa: a credibilidade. O padrão é, simplesmente, a assinatura de uma empresa. É a forma como o consumidor final identifica e divulga o seu negócio.

5- Tarifas abusivas
A relação com os franqueados é a base do sucesso na hora de franquear a sua marca. E isso só pode ser feito se você conhece detalhadamente a situação do mercado. Na hora de estabelecer as tarifas, esse ponto é ainda mais importante. Se a sua marca está em um setor em alta, é evidente que o preço pode ser um pouco maior. Mas se for o contrário, o franqueador vai ser obrigado a pedir menos.

6- Achar que a franquia dá certo sozinha
Segundo o diretor  da Francap Consultoria, André Friedheim, algumas franquias até aceitam franqueados apenas como investidores, ou seja, injetando recursos e deixando o negócio nas mãos de um funcionário. Mas, na maioria das redes, o famoso “barriga no balcão” é obrigatório e pode ser determinante para o futuro da empresa. “O principal erro é achar que a franquia sobrevive sem a gestão do franqueado. Estar presente é essencial para o negócio”, diz.

7- Subestimar a gestão diária
Outro perigo, levantado por Maurício Galhardo, da Praxis Education, é perder o controle dos gastos do cotidiano. “As contas administrativas são de total responsabilidade do franqueado. As pessoas acham que só por ser uma franquia já tem chance de dar certo e se esquecem de anotar os gastos pequenos”, explica.

8- Errar na escolha do ponto comercial
Com a crescente falta de espaço e preços exorbitantes de aluguéis em grandes centros, é fundamental fazer uma ampla pesquisa e buscar apoio da rede na hora de escolher o ponto comercial. “Franqueadoras novas têm mais chances de errar porque conhecem menos o mercado”, alerta Galhardo.
Friedheim afirma que as empresas mais experientes costumam apoiar os franqueados de forma mais próxima. “Um franqueador profissional sabe o perfil do ponto ideal e o valor médio do aluguel e pode evitar esse problema”, conclui.

9- Fugir do padrão
Todo empreendedor que decide investir em uma franquia precisa estar disposto a controlar os ímpetos criativos e se adaptar às regras da franqueadora. Ou seja, quando o franqueado começa a fazer modificações sem autorização, pode haver um problema, explica.
A essência da franquia é a padronização e ela é um fator determinante para o sucesso, explica Friedheim. “No desespero, algumas atitudes são tomadas, como vender produtos não homologados ou fazer liquidações fora da rede, o que é ruim para a unidade”, diz o especialista.

10- Ter um único fornecedor
Os riscos da franquia aumentam quando a rede é obrigada a comprar todos os produtos de um único fornecedor. Geralmente, a franqueadora fatura com o abastecimento da rede e, se algo der errado, todos saem perdendo.
Quem comete erros de gestão ou trabalha com o caixa mais vazio do que cheio pode ter que fechar as portas. “Se ocorrer um problema com a entrega, por exemplo, a rede toda será afetada. Antes de escolher uma franquia, é preciso conferir se a empresa tem outros fornecedores”, diz o diretor da Francap.

11- Não ter capital de giro
O capital para começar um negócio deste tipo pode enganar. Alguns empreendedores dão um passo maior que a perna e não tem dinheiro para fazer o negócio girar no começo. “O ideal é ter duas vezes o capital da franquia para ter segurança na operação”, sugere Friedheim.
Ter boas noções de juros e movimentação financeira ajuda em momentos de aperto. “Em negócios com muita sazonalidade, o franqueado trabalha alavancando, ou seja, sempre antecipando título, e joga muito dinheiro fora”, explica Galhardo. A dica é criar um plano de pagamento de dívidas para manter a saúde da empresa.