Ebitda recorde e produção animadora reforçam visão positiva para a ação mais “anti-caos” de 2018

Números da Fibria foram considerados positivos - e fizeram com que a ação engatasse mais um pregão de alta em meio a notícias sobre uma possível fusão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ânimo com as notícias sobre uma venda ou uma fusão na véspera ecoou no desempenho da Fibria (FIBR3) que, contudo, mostrou na noite da última segunda-feira que tem mais motivos para dar alegria aos investidores. 

Afinal, a companhia divulgou seus números do quarto trimestre de 2017 e os consolidados para o ano, apontando uma receita líquida de R$ 4,05 bilhões nos últimos três meses do ano passado, enquanto os analistas – segundo estimativa mediana da Bloomberg – esperavam por R$ 3,93 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 1,98 bilhão, também acima dos R$ 1,87 bilhão projetado pelo mercado. Por fim, o lucro líquido somou R$ 280 milhões entre setembro e dezembro de 2017.

No acumulado do ano, a receita líquida cresceu 22% frente 2016, passando de R$ 9,6 bilhões para R$ 11,7 bilhões, enquanto o Ebitda saltou 32%, para R$ 4,9 bilhões. Com relação ao lucro, a empresa registrou queda de 34% na passagem anual, saindo de R$ 1,6 bilhão para R$ 1,1 bilhão.

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Os números apontaram que o resultado foi sólido, segundo análise corrente de bancos que cobrem o papel. Os analistas do Bank of America Merrill Lynch, por exemplo, apontaram o Ebitda recorde e a produção acima do esperado em Horizonte II, de 559 mil toneladas em 2017 ante guidance de 477 mil toneladas. Para este ano, a expectativa é de que a produção possa atingir 1,85 milhão de toneladas. 

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Além da produção surpreendente, o projeto Horizonte II foi responsável por levar a uma diminuição de custos, aponta o BTG Pactual em relatório, que reforça também a desalavancagem da empresa. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda caiu de 3,28 vezes no terceiro trimestre para 2,41 vezes no quarto trimestre, enquanto o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) de 15%, o que é bem acima da média do setor historicamente.

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Desta forma, os analistas apontam que a ação deve continuar tendo uma boa performance em meio ao bom resultado e às notícias envolvendo fusões e aquisições. Olhando para a frente, o BofA ressalta esperar que os resultados devam seguir fortes no primeiro trimestre, com os preços em alta e os volumes também aumentando por conta do projeto Horizonte II. As perspectivas para a celulose – um dos temores de grande parte dos analistas para esse ano – também são positivas: eles esperam preços médios de US$ 700 a tonelada, ante o consenso de US$ 550 a tonelada. Levando isso em conta, os analistas esperam que a desalavancagem se desacelere materialmente para uma relação de 1,1 vez no ano e reforçam recomendação de compra, vendo a Fibria como a top pick do setor. 

Call de proteção

A ação da Fibria também está na Carteira Recomendada InfoMoney de janeiro. Além dos bons números reportados e as notícias recentes sobre consolidação do setor, o analista responsável pelo portfólio e pelo curso “Como Montar uma Carteira de Ações Vencedora”, Thiago Salomão, ainda aponta um outro motivo para ficar de olho no papel, que dispara quase 8% em apenas dois pregões e avança 18% só em janeiro. 

A volatilidade com as eleições de 2018, consideradas as mais imprevisíveis da democracia brasileira, que deve atrair ainda mais investidores para os papéis do setor de papel e celulose. Afinal, mesmo com a condenação do ex-presidente Lula em segunda instância dificultar as suas pretensões eleitorais e diminuir o risco de um candidato antirreformista sendo eleito, o risco eleitoral não está totalmente acabado, como você conferir clicando aqui.  

“No caso de volatilidade no câmbio ela ganha muito não só pela alta do dólar – uma vez que ela exporta quase tudo que produz – como pela ‘migração’ de investidores, que vão em busca de um ativo mais seguro e menos exposto ao ‘risco Brasil'”, destacou, conforme ressaltado em Insight do Dia de 29 de janeiro. 

A visão foi reforçada pela XP Investimentos, que aponta os dados operacionais da companhia como um catalisador para as ações em bolsa no curto prazo. “Tal desempenho deve reforçar a percepção de qualidade do ativo e momento favorável, podendo se traduzir também em revisões positivas para as expectativas. Em nossa opinião, as ações da Fibria são o melhor veículo para diversificação de carteiras e característica de ‘proteção'”, apontam.

As notícias sobre o possível processo de consolidação ainda são consideradas preliminares. “Contudo, acreditamos que tal movimento pode se concretizar e trazer importantes sinergias para o setor e para as companhias. Reforçamos também que estas notícias não foram confirmadas pelas empresas e nossa recomendação de compra está baseada nos sólidos fundamentos e resultados da Fibria”, apontam os analistas da XP, apontando que os múltiplos sinalizam grande desconto e potencial de valorização.  

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.