Ações da Eletrobras caem novamente e já acumulam perdas de 70% no ano

Ações da estatal acenturaram as perdas desde segunda-feira, diante das incertezas de seus resultados com a nova regra para concessões

Nara Faria

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Atualizada às 11h20 (horário de Brasília)

SÃO PAULO – Após acumular perdas de cerca de 38% na semana, os investidores acompanham mais um dia de fortes quedas para as ações das Eletrobras (ELET3,ELET6) nesta quinta-feira (22), com o mercado mostrando insegurança sobre os efeitos do processo de renovação das concessões de energia com vencimento a partir de 2015.

Às 10h31 (horário de Brasília) os papéis preferenciais da estatal apareciam entre as maiores perdas no Ibovespa, registrando forte recuo de 7,4%, cotadas a R$ 7,26. No inicio da sessão, no entanto, os papéis chegaram a cair 10,08%, quando eram negociados a R$ 7,05.

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Com uma queda ainda mais forte aparecem os papéis ELET3, que recuavam no mesmo horário 9,78%, cotadas a R$ 6,09, enquanto o principal benchmark da bolsa brasileira registrava alta de 0,55%. Com a sequência de fortes queda, os ativos ELET6 acumulam no ano de 2012 desvalorização de 70,57%, enquanto as ações ELET3 despencam 62,82%

Os papéis, que já vinham de forte volatilidade desde o anúncio das novas regras para as renovações de concessões a fim de garantir a redução das tarifas de energia para o próximo anos, acenturaram as perdas após o Barclays cortar o preço-alvo das ações da estatal, tanto ordinária quanto preferencial, para R$ 1 e reduziu a classificação para venda.

O banco estima que as novas regras podem diminuir em 30% a receita líquida da Eletrobras no próximo ano, o que reduz sua capacidade de distribuir dividendos e pode levar a uma substancial oferta de ações.

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Além disso, na véspera, o Itaú BBA também revisou as suas projeções para a companhia, após o estudo publicado na última sexta-feira pela estatal, em que analisa o impacto da proposta do governo de concessão da renovação nas finanças da empresa. Para a equipe de análise, o estudo mostra que não haverá mais dividendo para ELET6, pelo menos no de curto a médio prazo. 

“Embora o destino da Eletrobras só vai ser decidido na reunião de acionistas prevista para 03 de dezembro, alertamos os leitores que qualquer decisão sobre a renovação ou não renovação de suas concessões conduzirá inevitavelmente a uma capitalização, em um valor que poderia chegar tão alto quanto R$ 20 bilhões”, explicam os analistas em relatório.

Diante disso, o banco decidiu reduzir a preço-alvo dos ativos ELET3 e ELET6 para R$ 8,00, contra as perspectivas anteriores de R$ 13,00 e R$ 17,50, respectivamente, mantendo a recomendação underperform (abaixo da média do mercado) para as ações da estatal.

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Para o analistas do BB Investimentos, Rafael Dias, o comportamento dos papéis nesta sessão reflete a insegurança dos investidores. “O que vemos no comportamento das ações nos últimos dias é o reflexo dessas reduções de projeções. Com isso, grandes investidores continuam a sair das ações”, explica Dias.

Perspectivas desfavoráveis
Em teleconferência, o diretor de relações com investidores, Armando Casado de Araújo, afirmou também que em consequência do processo, o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) deve zerar no ano de 2013.

Além disso, na última quarta-feira, a  presidente Dilma Rousseff começou a costurar com lideranças do Congresso um acordo para garantir a aprovação da medida provisória, de acordo com matéria publicada pelo O Estado de S.Paulo. Na ocasião, Dilma deu uma demonstração de que está acompanhando de perto a tramitação da proposta e pretende contar com todo o apoio das lideranças do Congresso para manter intacto o texto da medida.

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