Como administrar a sua carteira de investimentos?

Antes de investir é preciso que você já tenha definido qual será a sua estratégia de investimento, que esteja em linha com o seu perfil

Equipe InfoMoney

Investir no mercado financeiro pode ser comparado com qualquer outra atividade do nosso dia-a-dia: ninguém nasce sabendo e o aprendizado deve ser gradual. É como andar de bicicleta: os primeiros movimentos podem parecer difíceis. Exatamente por isso, no começo devemos evitar riscos ou acelerar demais. Uma vez aprendidos os movimentos, não nos esquecemos mais. O mesmo princípio é válido para a sua estratégia de investimento!

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Antes de investir no mercado financeiro é preciso que você já tenha definido qual será a sua estratégia de investimento. Não se esqueça que uma boa estratégia é aquela que já foi testada ou simulada e demonstrou ser bem sucedida. Além disso, é fundamental que ela se adapte ao seu perfil como investidor, ou seja, que seja compatível com a sua forma de pensar e agir.

O mais difícil para aprender como administrar uma carteira de investimentos é deixar de se envolver emocionalmente. Afinal quem gosta de perder dinheiro, nem que seja por um dia? Você precisa ficar calmo e ter sangue frio, já que essa é a única forma de ganhar dinheiro no mercado financeiro. Não se esqueça que só perde dinheiro aquele que vende quando o mercado está em baixa. Por isso é importante que você entenda a dinâmica da estratégia que você decidiu seguir e fique firme!

Muitas pessoas perdem dinheiro por que ao invés de serem consistentes e agirem de acordo com o que pensam, tomam decisões precipitadas baseadas em emoção. Entender o mercado é muito mais simples do que parece à primeira vista! A seguir preparamos algumas dicas que você deve levar em conta na hora de investir.

1. Sempre adote uma estratégia!

Você não vai chegar a lugar nenhum comprando ações que parecem boas oportunidades só porque subiram muito ou porque todo mundo fala nelas. Quando isto ocorre, essas ações em geral apresentam os piores desempenhos de mercado. Dado que são ações que todo mundo quer comprar, na maioria das vezes são ações que apresentam indicadores de mercado muito altos (ex. P/LPA, P/VPA etc.), em outras palavras, são relativamente caras.

Não se esqueça, quando todo mundo começa a falar sobre uma ação, muito provavelmente ela já deixou de ser uma boa oportunidade de investimento, ou seja, alguém já comprou barato e vai vender para você mais caro! Exceções à regra sempre ocorrem, mas na maioria das vezes a todas as ações que subiram demais vão sofrer algum tipo de correção no curto ou médio prazo.

Sempre pense e invista seu dinheiro como parte de uma estratégia e não como atos isolados, movidos pelo emocional. Se a sua estratégia se resume a comprar a ação que todo mundo está falando, provavelmente você estará comprando quando a ação já estiver muito cara, e a probabilidade de perder dinheiro aumenta bastante!

Se você é um daqueles que não consegue seguir uma estratégia de investimento, então não há dúvida, sua melhor estratégia é investir em fundos de ações. Isso porque é bem provável que o administrador de um fundo de ações saiba que uma ação é um bom investimento antes de todo mundo estar falando sobre ela.

Como diria o velho ditado: se você não consegue combater o inimigo, junte-se a ele…

2. Só adote estratégias testadas

Só adote uma estratégia depois dela ter sido testada. A melhor forma de fazer isso é montar uma carteira de investimento simulada de acordo com essa estratégia, e acompanhar o seu desempenho por um período pré-estabelecido de tempo. Só assim você poderá afirmar que a estratégia é bem sucedida. Não acredite no que você ouviu falar, e se alguém lhe contar uma história de sucesso, tente saber qual foi a estratégia por trás desse sucesso e faça simulações com ela.

O raciocínio por trás disso é que não basta a estratégia ter funcionado uma vez, ou para uma pessoa, é necessário que ela tenha um histórico comprovado de sucesso. Não se esqueça, cada investidor tem um perfil de investimento diferente, e você só deve adotar estratégias adequadas ao seu.

Consistência é a marca dos grandes investidores, é o que os separa dos demais participantes do mercado. Se você adota uma estratégia de forma consistente, então sem dúvida alguma você certamente estará à frente dos investidores que entram e saem do mercado, mudam de tática no meio do caminho, e constantemente estão em dúvida quanto à estratégia que adotaram.

Entenda bem qual é o seu perfil como investidor (ou seja, sua tolerância ao risco, objetivo de retorno etc.). Uma vez que isso estiver claro, planeje como pretende atingir os seus objetivos (ou seja, defina uma estratégia) e seja fiel a eles.

3. Seja consistente na hora de investir

Investir não é uma aposta, basta seguir de maneira consistente uma estratégia de investimento que no longo prazo você sai ganhando.

Uma estratégia bem definida de investimento deve ser seguida se você quiser ganhar dinheiro e limitar suas perdas. Portanto, não tente antecipá-las ou pular etapas. Não abandone uma estratégia bem sucedida só porque ela está demorando mais do que o costume para dar os resultados esperados. Uma mudança de estratégia só deve ocorrer em dois casos: quando você tem certeza absoluta que a estratégia seguida foi incorreta ou quando fatores de mercado alteram as premissas básicas utilizadas na formulação da estratégia.

Se você tem muita pressa para alcançar seus objetivos de rentabilidade, então você não deve investir no mercado de ações, que é mais indicado para quem pretende investir por ao menos um ano. Isso não significa, porém, que você precisa investir durante um ano na mesma carteira de ações. É bem provável que durante um ano você troque algumas ações da sua carteira, ou seja, venda uma ação para comprar outra. Isso faz parte da estratégia, uma vez que diversos fatores podem alterar as condições de mercado, e você tem que ser rápido para adaptar-se às novas condições.

Porém você não pode alterar seus critérios e objetivos, pois aí sim você não estaria sendo consistente. Grande parte das estratégias bem sucedidas inclui algum tipo de realocação de ativos, porém quase nenhuma inclui uma mudança de critérios ou de estratégia.

4. Não basta ser positivo é preciso ser relativo!

Ao analisar o retorno médio da carteira obtido a partir de uma estratégia definida, é preciso olhar não só o retorno absoluto, mas principalmente o relativo em relação ao mercado. Ou seja, dizer que sua carteira teve um retorno médio de 10% no ano, não quer dizer nada. Um retorno de 10% pode ser excelente, se o retorno do mercado foi de 2%, ou péssimo se o retorno do mercado foi de 20%.

A maioria dos investidores calcula o retorno relativo de suas carteiras com relação ao desempenho do mercado de ações (ex. Ibovespa). No entanto, é o seu perfil como investidor que define em relação a que índice você deve comparar o retorno da sua carteira.

Se no seu perfil você definiu um objetivo de retorno em linha com o rendimento da poupança, então esse deve ser o seu índice de referência. No entanto, pode ser que a sua carteira está apresentando retornos consistentemente superiores porque você está adotando, sem perceber, uma estratégia de investimento mais arriscada.

5. Cuidado! Retorno e risco andam de mãos dadas!

Na dica anterior, introduzimos o conceito de retorno relativo, e mencionamos que um retorno maior pode estar mascarando uma estratégia mais arriscada. É por isso que os investidores mais experientes utilizam medidas de retorno ajustadas para risco. Mas como mensurar risco?

No mercado financeiro, risco é medido pela volatilidade, ou seja, uma medida de quanto o valor de um ativo (ou de uma carteira) varia em relação ao seu valor médio de longo prazo. Quanto maior a volatilidade de uma carteira, maior é a chance de você não vir a alcançar o objetivo de retorno pré-estabelecido.

É por isso que os administradores de fundo trabalham com medidas de retorno ajustado para risco. Na verdade, o termo otimização de carteira reflete o conceito de retorno ajustado para risco. Quando um administrador de fundo diz que otimizou a carteira de um fundo, isso equivale a dizer que para um certo objetivo de rentabilidade ele minimiza o risco dessa carteira (ou seja, sua volatilidade).

6. Sempre use mais de uma estratégia!

A menos que você só esteja interessado em estratégias de pouquíssimo risco, você deve adotar mais de uma estratégia de investimento, e alocar partes da sua carteira para cada uma delas. Quanto da sua carteira você aloca para cada uma depende do seu perfil de risco.

Caso você tenha um perfil mais conservador, você pode montar sua estratégia baseada em uma carteira de “yield” ou de dividendos. A maioria dos ativos de uma carteira de yield (ou dividendos) é composta por empresas com uma política de dividendos agressiva. Ou seja, empresas que distribuem boa parte de seus lucros sob a forma de dividendos ou outros proventos. Por adotarem essa política, em geral as ações dessas empresas são menos voláteis, ou seja, variam menos do que as demais. Ações como estas são recomendadas para investidores que querem participar diretamente do mercado, mas que não querem correr muitos riscos.

Um investidor de perfil mais agressivo, por outro lado, deve olhar para ações com perfil de crescimento mais acelerado. Bons exemplos são aquelas de setores como tecnologia e telecomunicações, que apresentam maior potencial de valorização, mas que refletem um risco associado também mais alto (mais voláteis). A maioria dessas empresas reinveste seus lucros (quando existentes!) diretamente na empresa, sem distribuir dividendos aos acionistas.

7. Só invista com quem tem uma estratégia!

Se você não tem tempo, ou não se sente confortável, para montar uma carteira de investimento então você deve optar por fundos de investimento. Nesse caso, só compre fundos em que os administradores sejam capazes de demonstrar que sua estratégia de investimento apresentou resultados consistentes.

Muitos administradores de fundo não são capazes de seguir uma estratégia e determinam a alocação de sua carteira mais com base em intuição do que em experiência. Fuja deles! Afinal, você tem que saber como ele está administrando o seu dinheiro.

8. Investir em ações não é um cassino!

Inúmeras análises estatísticas do desempenho do mercado de ações comprovam que o desempenho do mercado não é caótico ou aleatório. Ele segue padrões que podem ser identificados. A análise técnica, discutida mais detalhadamente na seção “Como Analisar o Mercado”, que se encontra dentro do “Guia de Ações”, segue essa linha de raciocínio. O princípio básico por trás dessa metodologia é o de que a tendência do preço de uma ação no passado é um importante determinante do preço da mesma no futuro.

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