Como investir seu dinheiro depois de ter se aposentado?

Conservadorismo deve prevalecer, mas quem conta com fontes alternativas de renda e acumulou um patrimônio maior pode correr mais riscos

Equipe InfoMoney

SÃO PAULO – Após anos de trabalho, você finalmente se aposentou. Com muito esforço conseguiu juntar o patrimônio que planejou, mas teme que, se não investir corretamente, este dinheiro não seja suficiente para garantir seu futuro.

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Sua preocupação é mais do que justificada. Afinal, os ganhos com a aplicação deste patrimônio provavelmente respondem por uma parcela significativa da sua renda após a aposentadoria. Talvez você não saiba, mas a forma como aplica seu patrimônio determina 90% do retorno que poderá obter, enquanto o momento do investimento responde por apenas 10% do retorno. Portanto, é preciso cuidado na hora de decidir onde investir.

Manter poder aquisitivo é prioridade

De um momento ao outro você sai da fase de acumulação, ou seja, de poupança para a aposentadoria, para a etapa de resgate, na qual precisa do dinheiro que acumulou para garantir seu sustento. Em outras palavras, você precisa ser capaz de manter seu poder aquisitivo após a aposentadoria.

Se você gosta de correr riscos, lembre-se que você depende da renda das aplicações para viver e não conta com tanto tempo para esperar a recuperação de possíveis perdas. Reveja periodicamente sua situação patrimonial e, se necessário, diminua a taxa de resgate mensal.

Preservar, sem esquecer da inflação

Sua prioridade agora é a preservação do patrimônio que juntou. Mas, em seu planejamento, você não pode se esquecer da inflação. Optar por uma estratégia excessivamente conservadora pode não garantir um retorno superior à inflação, o que compromete o seu patrimônio com o passar do tempo.

Portanto, mantenha entre 5 e 15% do seu patrimônio em aplicações com um perfil um pouco mais arriscado, que permitam um retorno médio dos investimentos maior. A parcela exata depende do quanto tiver acumulado, e das fontes alternativas de renda com as quais puder contar ao se aposentar.

Ações com perfil de renda fixa

Para quem optar por investir parte do patrimônio de forma mais arriscada, é preciso saber escolher bem suas aplicações. Uma opção mais conservadora do que investir em ações é optar pelos fundos multimercados, que podem ter ações e outros ativos financeiros. Você também pode optar pelos fundos de capital garantido, nos quais você pode abrir mão de parte do ganho com ações para garantir que não incorrerá em perdas.

Se você preferir investir direto em ações, opte pelas empresas cuja política de dividendos é agressiva. Na prática, estas empresas tendem a pagar uma percentagem fixa dos seus lucros em dividendos aos acionistas e, em certa medida, assemelham-se às aplicações em renda fixa.

Para identificar empresas de política agressiva de dividendos, basta checar alguns indicadores como o dividend pay-out ou o dividend yield da ação. Na seção Proventos do InfoMoney, você pode selecionar as empresas de melhor dividend yield da Bovespa.

Na renda fixa, muita opção

Não há dúvida que, nesta fase da vida, a maior parcela do seu patrimônio (entre 85% e 95%) deve ser direcionada para aplicações de renda fixa. Procure limitar a até 15% do seu patrimônio a verba destinada a aplicações mais arriscadas. Existem várias opções na renda fixa, como detalhamos abaixo:

• Fundos DI: tratam-se de fundos que aplicam preferencialmente em títulos pós-fixados, cuja rentabilidade está atrelada ao desempenho do CDI. Exatamente por isto, beneficiam-se de cenários incertos, com a inflação em alta e que sugerem a subida futura dos juros.

• Fundos de renda fixa: ao contrário dos fundos referenciados, cuja rentabilidade é pós-fixada, esses fundos também possuem em carteira papéis prefixados, indicados para momentos de queda nas taxas de juros. O risco destes fundos depende de como está alocada sua carteira de investimentos, entre títulos públicos (federais ou estaduais), títulos privados e derivativos. Vale lembrar que o uso de derivativos não necessariamente significa um maior perfil de risco, pois em alguns casos os derivativos somente são usados para hedge, isto é, como forma de diversificação de risco.

• Certificado de Depósito Bancários: os CDBs de bancos, que podem ser prefixados, pós-fixados ou indexados a índices de inflação. Alguns CDBs oferecem liquidez diária e em outros só é possível resgatar o dinheiro na data do vencimento do papel. Dentre eles os CDB-DI, que garantem liquidez diária, são os preferidos. Como se trata de investimento direto, não é cobrada taxa de administração sobre o investimento em CDB.

• Investimentos imobiliários: existem duas alternativas de investimento em imóveis: através da compra direta ou através dos fundos imobiliários. Ambos geram uma renda mensal com aluguéis e embutem uma possibilidade de ganho (ou perda) com a valorização do imóvel.

• Letras hipotecárias: neste caso os valores investidos são mais altos e o prazo de investimento mínimo, em geral, de pelo menos 180 dias. A rentabilidade deste tipo de aplicação está vinculada ao valor nominal do financiamento imobiliário, ajustado pela inflação ou variação do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). A grande vantagem reside no seu tratamento fiscal, pois você só é tributado sobre a parcela que exceder o retorno acordado em contrato. O prazo mínimo de aplicação é de 180 dias e o prazo máximo, apesar de não ser estipulado em geral, não ultrapassa 24 meses.