Índice de Confiança de Serviços cai para 93,7 pontos em novembro, o menor desde março, diz FGV

Indicador acumula perda de 8,0 pontos nos dois últimos meses; fatores políticos são citados como limitadores à melhoria dos negócios

Roberto de Lira

Confiança do setor teve recuperação, após a queda observada em fevereiro

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O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 5,4 pontos em novembro, para 93,7 pontos, menor nível desde março, quando atingiu 92,2 pontos, informou na manhã desta terça-feira (29) o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre). O indicador acumula perda de 8,0 pontos nos dois últimos meses. Em médias móveis trimestrais, o índice também recuou, desta vez, 2,3 pontos

Rodolpho Tobler, economista do FGV/Ibre, disse que a queda chama a atenção por seu comportamento disseminado nos dois horizontes temporais, entre os segmentos e pela magnitude da queda. “A desaceleração da atividade econômica no final do ano era esperada, mas não era clara no setor nos últimos meses principalmente pela resiliência dos serviços prestados às famílias, que agora pioraram fortemente”, afirmou em nota.

Além disso, Tobler comentou que, apesar do término do período eleitoral, fatores políticos passaram a ser muito citados como limitadores à melhoria dos negócios nos próximos meses, o que eleva a incerteza do cenário no curto prazo e aponta para um ambiente macroeconômico delicado em 2023.

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A queda do ICS no mês foi influenciada pela piora das avaliações das empresas sobre a situação corrente e, principalmente das expectativas nos próximos meses. O Índice de Situação Atual caiu 3,1 pontos, para 96,9 pontos, menor nível desde abril deste ano (96,0 pontos).

Este resultado foi influenciado pela deterioração de dois componentes do indicador de volume de demanda atual (ISA-S), que retraiu 2,9 pontos, para 96,6 pontos. O indicador que mede a situação atual dos negócios também recuou, 3,3 pontos, para 97,1 pontos.

O Índice de Expectativas (IE-S) caiu 7,5 pontos, para 90,7 pontos, menor nível desde abril de 2021 (88,7 pontos). Contribuiu para esse resultado a queda de dois componentes do índice: indicador que mede a demanda prevista nos próximos três meses, que caiu 6,3 pontos, para 91,5 pontos, e o indicador de tendências dos negócios nos próximos seis meses, que despencou 8,6 pontos, para 90,0 pontos, o menor desde abril de 2021 (89,6 pontos).

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Segundo a FGV/Ibre, a queda da confiança nos últimos dois meses é superior ao que o setor conseguiu acumular em 2022. Esse resultado também acontece em alguns dos principais segmentos, exceto no setor de informação e comunicação, que tem tido um desempenho mais positivo desde o início da pandemia, e do segmento outros. O segmento de serviços profissionais, prestados às famílias e de transportes puxaram a queda mais acentuada no último bimestre.