Com estrutura semelhante a de um Private Banking, assessoria de investimentos atrai profissionais da área

De funcionário público no Banco do Brasil a empreendedor e sócio de um escritório de assessoria de investimentos com cerca de R$ 1 bilhão em investimentos sob custódia. A trajetória de Pier Mattei, sócio da Monte Bravo, tem se tornado uma história cada vez mais comum no mercado financeiro.

Com a evolução do próprio mercado financeiro e das instituições, os profissionais da área também têm ganhado novas alternativas de carreira. O segmento de Private Banking, destinado a clientes de alta renda – em geral, com investimentos superiores a R$ 1 milhão – é um dos que tem visto esse movimento de transição ganhar força recentemente. Segundo números da Anbima, a base de profissionais de atendimento diminuiu 4% no ano passado.

O sócio da Monte Bravo conta que desde o início do ano conseguiu recrutar mais três profissionais do segmento de Private Banking para atuar no escritório. “Essa migração é um movimento irreversível”, afirma Mattei. A profissão do assessor de investimentos é regulada pela CVM, de acordo com a Instrução nº 497, autorizando-o a prospectar e captar clientes e auxiliar na tomada de decisão ao prestar informações sobre as diferentes modalidades do mercado financeiro.

Os escritórios têm se destacado por oferecer grande variedade de produtos de investimento, e isso permite aos profissionais da área mais flexibilidade para trabalhar as melhores estratégias com os clientes. A estrutura da Monte Bravo está conectada à XP Investimentos, instituição financeira que tem a maior diversidade de produtos e marcas do mercado – para também se tornar um assessor credenciado à XP, clique aqui.

Sônia Silvério é um dos exemplos de profissionais que estão trocando o banco pelo escritório de investimentos. “Optei por mudar ao perceber o quanto esse modelo tem a agregar para o cliente, não só em relação à diversificação de produtos, mas também por melhorar a performance e descomplicar a vida bancária do cliente”, afirma. Ela acabou de sair de um grande banco, e agora está buscando a certificação da Ancord, necessária para atuar como assessora de investimentos. Após essa etapa, ela fará parte da equipe da Monte Bravo.

Mattei conta que quando começou a atuar na área, em 2008, essa foi uma transição bastante difícil, porque naquela época o foco ainda estava muito voltado para a renda variável. “Nunca quis ser um corretor de ações ou um operador de bolsa para o meu cliente, entendia que o meu papel ia muito além disso”, diz.

Por isso, estruturou a Monte Bravo em 2010, juntamente com o sócio Filipe Portela, que também vem do segmento bancário. A ideia era oferecer uma estrutura integrada, para atender o cliente em diversas áreas da vida financeira.

Nos primeiros anos, o escritório contava com um modelo conhecido como “dupla assessoria”, em que havia um profissional especializado em renda fixa e outro em renda variável à disposição de cada cliente. Isso mudou a partir de 2012, quando a Monte Bravo passou a trabalhar com os produtos da XP Investimentos. Foi a partir daí que o modo de operar se transformou e passou a se assemelhar mais a um Private Banking.

O escritório, agora, está montado com outras grandes vertentes de atuação. Além da renda fixa, há profissionais especializados em áreas como fundos de investimento nas mais diferentes categorias. “O nosso trabalho passou a ser não apenas ajudar a investir em ações, mas ajudar o cliente a gerenciar melhor o patrimônio, os investimentos e quaisquer outros objetivos financeiros que ele tiver.”

Para manter o foco do atendimento mais especializado, a Monte Bravo também aprofundou a segmentação, tendo como principal objetivo investidores com R$ 1 milhão ou mais. Até carteiras de R$ 300 mil, os clientes são atendidos pela Mesa Digital, e ganham um atendimento mais próximo a partir desse montante.

Presença no Sul e em São Paulo

Com escritórios em Porto Alegre, Caxias do Sul e Santa Maria, a equipe conta com 25 profissionais na região Sul. A Monte Bravo também dá os primeiros passos em Belo Horizonte, e no final de 2016 inaugurou a estrutura em São Paulo, onde há outros sete profissionais atuando. O escritório totaliza cerca de R$ 900 milhões sob custódia. “O momento é muito oportuno para a profissão, então quem chegar primeiro vai conseguir captar as melhores oportunidades, o mercado é muito grande e ainda inexplorado”, afirma.

A estratégia para atrair talentos passa por tornar a transição de carreira a mais tranquila possível. São oferecidos treinamentos internos da Monte Bravo e pela XP, e nos meses iniciais de trabalho um assessor mais experiente acompanha os novos profissionais nas visitas de prospecção. “Partindo do pressuposto de que é alguém da área fazendo essa transição, em 90 dias ele completa o programa e já tem condições de seguir caminhando sozinho”, afirma. “O movimento de desbancarização não se aplica somente ao cliente, também se aplica aos profissionais da área”, complementa Mattei.

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