Tesouro Direto permite ganhos de dois dígitos com estratégia de venda antecipada

Leitura correta do cenário macroeconômico pode levar a fortes ganhos no Tesouro Direto

Equipe InfoMoney

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O Tesouro Direto é uma das plataformas de renda fixa mais seguras e rentáveis do mercado, isso porque os ganhos costumam superar a poupança e alguns fundos de investimentos e o pagamento é feito pelo Tesouro Nacional. Mas, ainda que seja um investimento de renda fixa, também há a possibilidade de operar aplicando a lógica da renda variável. Isso é possível porque o investidor pode vender um título público antes da data de vencimento. Ao fazer isso, ele aceita abrir mão da rentabilidade contratada e fica sujeito às variações diárias nos preços desses papéis.

Essa estratégia pode render ganhos de dois dígitos aos investidores em questão de meses, assim como também pode significar prejuízos, mesmo se tratando de um ativo de renda fixa. Tudo depende da leitura correta na hora de comprar os títulos e aguardar o melhor momento de realizar a venda.

Para ilustrar com exemplos práticos, há disponíveis no mercado títulos públicos que renderam 36,3% somente no primeiro semestre deste ano – segundo o último balanço do Tesouro Nacional, esse foi o rendimento do Tesouro IPCA+ 2035. Já o Tesouro Selic 2021 apresenta rentabilidade de apenas 6,3%, perdendo para outras aplicações do mercado financeiro.

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O principal fator para entender a trajetória dos preços é analisar a perspectiva de subida ou queda nas taxas de juros, uma vez que há uma relação inversamente proporcional entre os valores dos títulos públicos e os juros no mercado futuro. Isso quer dizer que, quando os juros praticados no mercado caem, o preço dos papéis, recomprados diariamente pelo Tesouro Nacional, sobe.

Portanto, para o caso dos títulos prefixados ou com uma parcela prefixada, no cenário de uma perspectiva de queda na taxa de juros, o mais recomendável é que o investidor carregue o título por mais tempo, porque se esse cenário se consolidar, o preço do papel irá subir. No caso contrário, de perspectiva de aumento nos juros, o investidor tem a opção de manter o papel até o vencimento ou então, se não puder aguardar, vender o quanto antes para evitar perdas maiores mais à frente.

As taxas de juros de mercado são definidas de acordo com as expectativas dos agentes e, por isso, incorporam uma série de fatores relacionados às expectativas macroeconômicas. Somado a isso, o preço de entrada no papel é um fator importante, e quanto maior o prazo de vencimento, maior a volatilidade nos preços dos ativos.

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O mercado enxerga, no momento, um cenário de redução dos juros. Segundo o relatório Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central, a mediana dos economistas consultados pela autoridade monetária estima a retração da Taxa Selic de 14,25% ao ano para 11,25% ao ano no fim de 2017. Ou seja, a tendência é de, no curto ao médio prazo, observarmos variações nos preços dos títulos públicos.

Conheça os títulos e suas variações

Há cinco títulos públicos disponíveis no mercado, sendo dois deles prefixados – Tesouro Prefixado (LTN) e Tesouro Prefixado com juros semestrais (NTN-F) – e três deles pós-fixados – Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal), Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B) e Tesouro Selic (LFT).

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De todos eles, o Tesouro Selic é o que apresenta a menor volatilidade nos preços, porque eles variam de acordo com a taxa básica de juros da economia, cuja meta é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A última variação na meta da Taxa Selic ocorreu em julho de 2015, quando foi decidido por um aumento de 13,75% ao ano para 14,25% ao ano. Todos os outros títulos públicos sofrem flutuações mais intensas e inversamente proporcionais às taxas de juros praticadas no mercado.

O título público mais popular do Tesouro Direto é o Tesouro IPCA+. São R$ 15,3 bilhões aplicados nesse papel, o que representa 46,5% do estoque dos títulos públicos adquiridos, segundo informações do Tesouro Nacional. Levando em conta o cenário de melhora macroeconômica, com perspectiva de queda da inflação nos próximos meses, o mercado entende que o Banco Central dará início a um período de redução nas taxas de juros. Portanto, para quem comprou esse título no começo do ano, ele ainda pode gerar bons resultados no mercado secundário, assim como os prefixados. A expectativa de redução nas taxas de juros já fez desse o melhor investimento do primeiro semestre, com rentabilidade de 36,3%. Mas, se houver uma deterioração das perspectivas, podem ser registradas perdas.

Custos envolvidos na venda antecipada

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Um ponto importante a se levar em conta quando consideramos a venda antecipada são os custos envolvidos, dado que esse investimento é tributado conforme a tabela regressiva do Imposto de Renda. Ou seja, quanto mais cedo vender o título público, maior será o tributo pago ao Governo, chegando ao máximo de 22,5% nas operações em até 180 dias.

O investimento no curtíssimo prazo é desaconselhado, porque há a incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no rendimento das operações inferiores a 30 dias após a data de compra. O IOF incide a uma taxa de 96% no primeiro dia, reduzindo gradativamente ao longo do mês, até à isenção do imposto no 30º dia.

Também é importante se atentar para o fato de que, mesmo embolsando uma rentabilidade um pouco maior com a venda antecipada, nem sempre será possível encontrar um outro título público com a mesma rentabilidade. Nesse caso, ainda que com um ganho maior no curto prazo, no médio ao longo prazo a operação pode não ser tão interessante, por isso é importante consultar as taxas que estão sendo praticadas pelos outros títulos públicos antes de realizar a venda.

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