Assessor administrativo ganha R$ 120 mil na Bolsa e dá entrada em apartamento

Com um salário de R$ 2 mil por mês, Rafael Boos Gonçalves provou que, para começar a operar, não é preciso ser milionário

Paula Barra

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SÃO PAULO – Diferente do que muitos pensam – que Bolsa é negócio apenas para milionários -, quem tem um disciplina, objetivos bem definidos e conhecimento pode ir bem longe nesse mercado. Foi o que provou o administrador de empresas Rafael Boos Gonçalves, que, com um salário R$ 2 mil por mês, conseguiu dar entrada em um apartamento após realizar um belo lucro com a compra e venda de ações na Bolsa.

Sua história no mercado financeiro começou em 2010, por influência do seu cunhado que já investia. Naquela época, a ideia era usar a Bolsa como uma alternativa à poupança. “Sempre gostei de guardar o pouco que ganhava. Aprendi isso com os meus pais. Comecei a guardar na poupança, mas percebi que lá não estava rendendo quase nada. Foi quando comecei a estudar sobre Bolsa. Não conhecia praticamente nada. Comprei livros (de análise técnica e fundamentalista), li o livro do Alexander Elder, ‘Manual de Análise Técnica’, do Marcos Abe, e ‘O Investidor Inteligente’, de Benjamin Graham”, lembra.

Mas a euforia durou pouco e um ano depois acabou abandonando as operações e focando em outras atividades. Entrou para a PMESP (Polícia Militar do Estado de São Paulo) como soldado temporário (um contrato de dois anos) e, quando saiu, já conseguiu um emprego como assistente administrativo onde ganhava R$ 2 mil.

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Como sempre teve a disciplina de poupar, aos 27 anos, ele conseguiu acumular, com o salário que ganhava mais participação nos lucros da empresa, um capital de aproximadamente R$ 40 mil, quando decidiu dar uma nova chance ao mercado de ações.

“Estava insatisfeito ao ver que meu dinheiro não estava rendendo quase nada e decidi começar a estudar para valer sobre o mercado. Fiz cursos, comecei a pesquisar sobre ebooks e vídeos sobre a Bolsa e foi quando encontrei uma série do André Moraes (analista da Clear Corretora) ‘Se Afastando da Manada’. Era o que faltava para ganhar mais confiança no mercado e migrar de vez meu dinheiro do banco para corretora”, conta.

Em um primeiro momento, ele montou uma pequena carteira de ações com Petrobras (PETR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Usiminas (USIM5), mas não durou muito tempo. Sem ter o retorno que esperava e vendo uma boa oportunidade nas ações da Gol (GOLL4) – naquela época, começou a ganhar destaque no noticiário a possibilidade de abertura da aviação nacional ao capital estrangeiro -, ele decidiu encerrar suas posições e apostar todas as fichas nos papéis da aérea.

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“Comprei 14.000 ações da Gol perto dos R$ 2,76 em junho de 2016 e resolvi ‘esquecer’ por um tempo. Foi arriscado mas deu muito certo. Ela chegou na minha mão a R$ 7,00, mas corrigiu um pouco e nos R$ 5,80 (um ganho de 110%) decidi realizar o lucro”, lembra. A venda, feita em novembro daquele ano, totalizou um montante de mais de R$ 80 mil.

Por mais que as ações tenham subido depois disso (chegaram a R$ 24 no começo de abril deste ano, uma alta de 770% em relação ao patamar que comprou), ele diz que não se arrepende de ter encerrado a posição. “Estava cansado de pagar aluguel e vi ali uma oportunidade de realizar meu sonho e da minha esposa dando entrada em um apartamento”.

Mas poucos meses depois a vida lhe pregou uma peça e ele foi mandado embora da empresa que trabalhava. Foi um baque mas também uma janela que se abriu ao perceber que – como as operações na Bolsa estavam indo bem – poderia viver do mercado.

“Comecei praticamente uma outra vida porque, quando você tem um emprego fixo, tem a sensação de segurança do salário todo mês e mudar para alguma coisa que você tem que fazer praticamente na raça é complicado. Então, precisei fazer um planejamento financeiro, estratégico, porque, até ali, estava investindo sem medo nem prudência. Precisei colocar o pé no chão e começar a trabalhar com mais com giro. Mas hoje posso dizer que consigo viver muito bem disso”, diz.

O apartamento, que fica pronto em junho de 2020, está metade quitado. Ele conseguiu levantar mais R$ 20 mil com o lucro das operações no ano passado (totalizando R$ 120 mil até agora). “O dinheiro que ganho na Bolsa tento usar para quitar o máximo possível o financiamento e junto um pouco para a reforma”.

Além das ações, ele começou a operar com minicontratos futuros da Bolsa, que dão a liquidez diária necessária para levar sua vida, e colocou uma pequena parcela do seu capital também em criptomoedas, que deram um lucro de mais de R$ 2 mil no mês passado.

Segundo ele, atualmente, não faz mais swing trade para conseguir ter esse giro nas operações, mas tem uma reserva disponível para possíveis entradas em Cemig (CMIG4) e Direcional (DIRR3), que foram recomendações do André Moraes no Estudo de Domingo desta semana.