Como fugir do maior risco existente nos investimentos em renda fixa

Risco de crédito provavelmente é o mais importante e negligenciado da renda fixa

Equipe InfoMoney

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Autor:Glenda Ferreira, Economista e Planejadora Financeira da Levante!

Escolher o melhor investimento para você envolve uma série de fatores: retornos, taxas, prazos, tributação…

Mas talvez nenhum outro seja tão importante (e ainda negligenciado) quanto o risco de crédito.

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Risco de crédito

Ao emprestar um valor para um banco ou empresa, existe a possibilidade de não receber o dinheiro de volta. É o chamado risco de crédito, que é válido para todas as vezes que participamos de investimentos em crédito privado – aqui entram as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), debêntures, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs)…

É a mesma situação quando emprestamos para um conhecido.

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O problema é que, muitas vezes, não conhecemos a real condição financeira da pessoa. Da mesma forma que nem sempre é possível que você saiba como está aquela empresa que você comprou uma debênture.

Para facilitar a vida do investidor, as agências de rating analisam a solvência (saúde financeira) dos principais bancos, empresas e países, concedendo notas para cada um.

Agências de rating

A história das agências começou no século XIX, nos Estados Unidos, quando os investidores pagavam para receber avaliações independentes sobre investimentos.

Atualmente, as três primeiras ainda são as principais (chamadas de Big Three), Fitch, Moody’s e Standard & Poor’s, que controlam mais de três quartos do mercado global.

Os critérios de suas avaliações incluem análises de balanço, fluxo de caixa, até questões jurídicas e percepções sobre o emissor – com o foco na capacidade de pagamento das dívidas.

As notas começam com AAA/Aaa até no mínimo BBB-/Baa3, que variam conforme cada agência. As classificações mais altas afirmam grau de investimento, enquanto as mais baixas são consideradas grau especulativo.

Você encontrará a informação logo ao lado de cada título, na tela com a relação de investimentos em sua corretora, ou diretamente no site das agências.

Quanto melhor a classificação, menor a probabilidade de um calote.

Por outro lado, quanto menor a nota, maior é a taxa de juros esperada pelos investidores. Como um prêmio ao risco que estão correndo.

Se um rating menor implica em gastar mais para atrair investidores, faz todo sentido as empresas se esforçarem para melhorar suas condições de oferta.

Por essa razão, caso não atinjam o rating desejado, algumas instituições buscam maneiras de melhorá-lo. Podem, por exemplo, incluir garantias (para minimizar as perdas por inadimplência) para, assim, elevarem as suas notas.

Ótimo para as empresas, nem tanto para os investidores.

E pode parecer estranho, mas são as empresas que contratam o trabalho dessas agências para classificar a sua própria saúde financeira.

O resultado (você deve estar pensando) pode ser um tanto quanto parcial.

Diante disso, é interessante utilizar as avaliações para ter uma ideia da situação da empresa, mas não como o seu único critério.

Timing

Muitas vezes, as atualizações não ocorrem conforme a dinâmica (agitada) do mercado exige.

Um exemplo bem conhecido é do Banco Santos em 2004, você se lembra?

Até um dia após a intervenção do Banco Central, as notas ainda eram boas, permanecia com “A” pela Austin Ratings. Mesmo um banco próximo a falência – que foi decretada um ano depois – era considerado recomendável para investimento.

E essa situação não é restrita às terras tupiniquins.

A crise financeira de 2008 nos Estados Unidos foi um marco. As avaliações dos títulos imobiliários foram mantidas com grau de investimento, momentos antes da crise generalizada.

O mercado mundial sofreu as consequências e as agências de rating foram fortemente criticadas por governos e agentes econômicos.

Mas apesar da repercussão do momento, muitos investidores continuam a seguir apenas estas classificações para suas tomadas de decisão.

Portanto, o ideal na hora de escolher qual empresa ou banco, é considerar o rating, mas adicionar outros pontos importantes: a instituição tem dinheiro? Lucro? O fluxo de caixa é positivo? Quais são as dívidas além da sua?

Não existe almoço grátis.

Se a taxa oferecida estiver muito atrativa, verifique os porquês.

Se a instituição não tiver nota divulgada, desconfie também.

Tente sempre procurar uma análise independente das empresas para quem você vai emprestar seu dinheiro. É a melhor maneira para você elevar o nível de segurança do negócio.

Afinal, não dá para correr esse risco em investimentos considerados seguros, como em renda fixa.