Bradesco BBI eleva recomendação para Cielo após derrocada: “grandes recompensas para quem tem estômago forte”

Os riscos grandes também parecem precificados, avalia o analista do banco

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A ação da Cielo (CIEL3) teve uma quinta-feira (15) para se esquecer, com queda de 5,9% após o anúncio das medidas econômicas do governo na tarde de ontem. O governo destacou medidas para o mercado de cartões que podem pesar sobre os resultados da maior empresa de meios eletrônicos de pagamentos do país e levou a uma derrocada dos papéis na reta final do pregão. 

Contudo, a forte queda dos papéis pode representar uma oportunidade para quem tem estômago forte, segundo o Bradesco BBI, que elevou a recomendação dos ativos CIEL3 de marketperform para outperform e preço-alvo de R$ 33,00. 

O banco fixou novo preço-alvo com base no fluxo de caixa descontado de R$ 33 para fim de 2017, prevendo recompensas grandes para aqueles com estômagos fortes diante de múltiplos baratos, segundo relatório assinado por Rafael Frade.

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Os riscos grandes também parecem precificados, avalia o analista. O banco considera positivo que governo e mercados vão trabalhar em proposta para reduzir o ciclo de pagamento de cartão de crédito e novo modelo pode compensar qualquer impacto negativo para o setor. 

Vale destacar que uma das medidas que mais impactou a Cielo foi o anúncio de uma redução do prazo para as bandeiras de cartão de crédito repassarem aos comerciantes os valores pagos dos atuais 30 dias para cerca de 2 dias de forma gradual. Com isso, a Cielo pode perder todo o faturamento com todos pré-pagamentos relacionados a transações à vista e sofrer com
duração menor das parcelas de pagamentos, levando a impacto
negativo de aproximadamente 11% no balanço de 2017 no pior cenário. 

Os analistas apontam que a Cielo é negociada a 13.8 vezes o preço sobre o lucro, abaixo da média histórica e ações podem voltar a ser negociadas em seus níveis históricos de 15/17 vezes , após alguma volatilidade de
curto prazo. “Um valuation barato, enquanto o maior risco já parece precificado: hora de comprar”. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.