Panama Papers: os bilionários já expostos no maior vazamento de corrupção do mundo

De acordo com as informações relatadas, 29 nomes da lista de 500 bilionários da Forbes têm informações documentadas na lista

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – No último domingo, foi divulgado o maior vazamento de documentos ligados a atos corruptos do mundo: os chamados Panama Papers. Nas listas há nomes que abrangem desde políticos, como Vladimir Putin, Xi Jinping e Eduardo Cunha, até celebridades como Jackie Chan, passando por executivos conectados à FIFA.

Dentre os documentos, que vieram dos arquivos do escritório panamenho de advocacia Mossak Fonseca, havia diversas provas de que pessoas de alto escalão estão ou já estiveram envolvidas na abertura de empresas ‘offshore’, o que, apesar de não ser crime necessariamente, muitas vezes está ligado a esquemas de lavagem de dinheiro ou atividades ilegais no geral.

Além dos nomes políticos, constam nestas listas, de acordo com a página do grupo de jornalistas que divulgou as informações (ICIJ – The International Consrortium of Investigative Journalists), os nomes de 29 dos 500 bilionários listados pela Forbes como as pessoas mais ricas do mundo. Nem todos estes nomes foram divulgados por jornalistas até o momento – o site diz que em meados de maio as documentações serão liberadas na íntegra -, mas já é possível saber alguns deles.

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Confira quem são os nomes que estão ou já estiveram na lista dos 500 e que hoje completam os papeis panamenhos, separados pela própria Forbes:

Dmitry Rybolovlev

O bilionário russo há muitos anos está no radar por supostas atividades ilegais, havendo suspeitas de que escondia dinheiro de sua ex-esposa Elena. Em 2012, Elena o processou: um apartamento de US$ 88 milhões em Manhattan, comprado para a filha dos dois usando ativos de uma empresa “offshore”, teria sido uma maneira de esconder ativos no processo de divórcio. Agora, os detalhes desta compra estariam nos documentos vazados, juntamente com outras peças de valor que teriam sido movidas para paraísos fiscais.

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Bidzina Ivanishvili

Eleito primeiro ministro da Georgia em 2012, Ivanishvili renunciou 13 meses depois, quando seu partido venceu as eleições presidenciais. Depois de fazer fortuna na Rússia, ele tornou-se a pessoa mais rica da Geórgia. Os documentos da Mossack Fonseca teriam ligado seu nome a uma empresa chamada Lynden Management. Advogados disseram que Ivanishvili está disposto a oferecer as informações a respeito das atividades da firma offshore.

Boris e Arkady Rotenberg

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Os irmãos, que não estão mais entre os 500 mais ricos, também estariam listados nos documentos, por supostas atividades ilícitas envolvendo firmas offshore representadas pela Mossack Fonseca. Eles são donos do banco SMP e do SGM Group, fornecedor de serviços de construção para a gigante russa de gás natural Gazprom.

Suleiman Kerimov

Mais um na lista de russos, o dono do time de futebol FC Anzhi Makhachkala, conhecido por investir altas quantias em jogadores mundialmente famosos, também aparece nas listas da Mossack Fonseca.

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Alexei Mordashov

Amigo pessoal do presidente russo, Vladimir Putin, Mordashov é quem poderia levar as investigações da ICIJ ao político. Ele está diretamente ligado a companhias offshore que teriam recebido dinheiro das empresas de todos os outros bilionários russos já listados, além de outros russos de alto escalão.

O genro de Putin, Kirill Shamalov, que foi retirado da lista de bilionários da Forbes neste ano, também foi mencionado na lista de nomes.

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Petro Poroshenko

O presidente da Ucrânia, de acordo com a ICIJ, teria se tornado acionista da Prime Asset Partners Limited, nas Ilhas Virgens, outra empresa offshore aberta pela Mossack. A abertura teria ocorrido em 2014, concomitantemente aos piores ataques russos ao país. Antes conhecido como rei do chocolate no país, Poroshenko teria associado a abertura da empresa ao seu negócio de doces, como parte de um plano de reestruturação.

Beny Steinmetz

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O magnata israelita dos diamantes teria aberto uma companhia no Chipre com a ajuda da firma. Ele detinha controle da refinaria Rafo Onesti em 2006.

Thomas Kwok

Preso desde 2014 por um esquema de propina, o bilionário de Hong Kong teria sido citado em conversas eletrônicas da Mossack a respeito de sua empresa Sung Hung Kai Properties, a maior empreiteira da Ásia. Os e-mails trocados internamente teriam discutido se ela deveria ou não ser reportada às autoridades criminais nas Ilhas Virgens por tentar fechar uma empresa controlada por outro executivo – Thomas Chan Kui-yuen, também preso pelo esquema de propinas.

Li Ka-shing

Homem mais rico de Hong Kong, Li é um dos donos da Cheung Kong Investment Companhy Limited. O nome de Thomas Chan Kui-yuen constava como sendo um dos diretores de uma empresa detida pela firma de Li, a qual aparece nos documentos da Mossack: a Moricrown Limited.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney