Ex-jogador da NBA perde US$ 100 milhões e vai trabalhar no Starbucks

Nove anos depois de sua última passagem por uma equipe da NBA, o Los Angeles Clippers, Baker perdeu tudo e hoje está treinando para assumir como gerente em uma franquia da Starbucks

Felipe Moreno

Boston Celtics Celtics Vs Seattle Supersonics 11/9/2001

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SÃO PAULO – Vin Baker era um bom jogador de basquete em uma das eras mais fortes da liga americana do esporte, a NBA. Campeão olímpico em 2000, o americano de 2,11 metros jogou profissionalmente por 13 anos – uma carreira que lhe rendeu US$ 100 milhões -, antes de abandonar a carreira por conta de um caso crônico de alcoolismo. 

Nove anos depois de sua última passagem por uma equipe da NBA, o Los Angeles Clippers, Baker perdeu tudo e hoje está treinando para assumir como gerente em uma franquia da Starbucks, em uma cidade no pequeno estado americano de Rhode Island. Depois de anos conturbados, Baker finalmente encontrou a paz que não tinha na época que jogava – e agradece muito Howard Shultz, CEO da Starbucks e ex-dono do Seattle SuperSonics, time onde o jogador viveu seu auge no basquete. 

Baker teve uma carreira de sucesso, sendo escolhido pelo Milwaukee Bucks em 1993 entre os 10 primeiros jogadores do draft – o processo em que os times da liga escolhem os jogadores das universidades. Depois disso foram 5 anos no Seattle SuperSonics e mais 2 no Boston Celtics, o maior campeão da história, até que seu problema com o alcoolismo viesse a tona – tragicamente, ocasionando a demissão do jogador. Embora tenha tentado, não se firmou em mais nenhum time, aposentando-se em 2006. 

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O seu vício no álcool combinado com aventuras financeiras e uma série de amigos de ocasião, que só estavam interessados na fama e dinheiro de Baker, o faliu. Porém, o ex-jogador de basquete resolveu dar a volta por cima e está sem álcool há quatro anos. E é com seu emprego no Starbucks que ele resolveu sustentar seus quatro filhos, fruto de um recente casamento. 

Mas ele não vê a perda da sua fortuna como algo ruim. Pelo contrário. Ele acredita que sua história é de redenção, conquista de desafios e busca por um novo sentido. “Eu preciso pegar a história e mostrar que eu posso me redimir. Se eu usar minha notoriedade da maneira certa, a maioria das pessoas vão apreciar que esse cara só quer se redimir na vida”, afirma Baker ao Providence Journal.  

Baker não quer ficar apenas na Starbucks – e recentemente aceitou um convite para participar de um campo de treinamento do seu primeiro time, o Milwaukee Bucks, em Las Vegas. Lá sua experiência é muito apreciada para impedir que os jovens jogadores de hoje cometam os erros de Baker. “Hoje eu vejo jogadores que são as quartas opções em suas equipes com contratos de US$ 60 milhões. Eu me pergunto se alguém na direção dos times consideram os desafios que isso traz”, diz. 

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“Em muitos casos é quanto mais dinheiro, mais problemas. Os times profissionais precisam pensar nos desafios de pagar essa quantia extraordinária para homens jovens. Para mim foi um problema”, salienta. Depois de se aposentar das quadras, Baker perdeu sua casa, um restaurante e um negócio que ele era sócio. Em 2012, já sóbrio, processou seu contador. 

Ele insiste que os jovens jogadores tenham as pessoas confiáveis por perto, que possam dar conselhos financeiros para impedir e que eles deveriam ter noção de cada centavo que recebem, como se fossem um operador de caixa no Starbucks. “Meu salário aqui eu sei exatamente para onde vai”, destaca. 

E se diz muito feliz de poder trabalhar no Starbucks. “O mais provável é que minha história terminasse em cadeia ou morte. Encontrar forças para andar para cá e ficar animado sobre vendas na Starbucks para prover para minha família, eu acho mais heróico que ser um jogador de 2,11 metros que faz movimentos complicados. Eu tiro energia quando acordo de manhã e, primeiro, sei que não dependo do álcool, e não tenho vergonha de assumir que eu tenho uma família para cuidar. O show precisa continuar”, termina o ex-jogador.

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