Justiça do Trabalho suspende demissões da Estácio em todo o Brasil

A decisão da juíza Tallita Massucci Toledo Foresti, da 21ª Vara do Trabalho do RJ é liminar, portanto o grupo ainda pode recorrer 

Júlia Miozzo

Fachada da Estácio, uma das empresas da Yduqs (Divulgação)

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SÃO PAULO – A Justiça do Trabalho suspendeu nesta sexta-feira (15) as demissões de 1.200 professores anunciadas pelo Grupo Estácio na semana passada, em ação do MPT-RJ (Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro).

A decisão da juíza Tallita Massucci Toledo Foresti, da 21ª Vara do Trabalho do RJ é liminar, portanto o grupo ainda pode recorrer. Ela determinou que todas as demissões já realizadas e as que ainda serão feitas sejam suspensas por 30 dias, sob punição com multa diária de R$ 400 por trabalhador demitido. Ela determinou também que nas próximas 72 horas o grupo encaminhe à justiça as fichas funcionais de todos os demitidos.

No entendimento da magistrada, os 30 dias de suspensão são para que o MPT investigue se houve ou não discriminação nas demissões. Em sua decisão, a juíza destacou: “Recentemente a ordem trabalhista sofreu alteração legislativa pela Lei 13.467/2017 para instituir, dentre outros, a comissão de representantes dos empregados, que possui dentre suas atribuições a de ‘assegurar tratamento justo e imparcial aos empregados, impedindo qualquer forma de discriminação por motivo de sexo, idade, religião, opinião política ou atuação sindical;’ (artigo 511-B, V da CLT)”.

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Responsável por entrar com a ação na Justiça do Trabalho, o MPT também vê indícios de discriminação nas demissões: em comunicado, ele afirma que “teve acesso a uma lista de demitidos e encontrou indícios de que a empresa estava fazendo dispensa discriminatória por idade”, afirmando que dos 104 demitidos da lista, 81 possuem entre 50 e 81 anos de idade.

Procurado pelo InfoMoney o grupo Estácio enviou o seguinte comunicado:

“A Estácio confia no Poder Judiciário e está atuando para reverter essa decisão do Ministério Público do Trabalho”.

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Na semana passada, a Justiça do Trabalho havia concedido uma liminar em ação protocolada pelo Sinpro-RJ (Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região) que também suspendia as demissões, mas somente do Estado do Rio de Janeiro. O Grupo Estácio, entretanto, conseguiu derrubá-la nesta semana.