3 em cada 10 brasileiros aceitariam trabalhar no exterior com salário menor

Se pudessem escolher, 16% iriam para países da América do Norte e 15% para a Europa

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Levantamento sobre os desejos dos executivos brasileiros para sua carreira aponta que a parcela de profissionais que pensa em buscar trabalho no exterior caiu de 51%, em 2015, para 38% dos entrevistados neste ano pela consultoria Thomas Case & Associados.

Dos 62% dos profissionais que querem permanecer no Brasil, 32% preferem continuar na mesma cidade em que residem e trabalham atualmente, 16% aceitariam uma oportunidade em qualquer município dentro do mesmo estado e 15% topariam se mudar para qualquer estado da federação. “Essa é uma mudança de comportamento importante”, avalia Norberto Chadad, CEO da Thomas Case & Associados.

Entre os executivos que preferem partir para o exterior, 32% aceitariam ganhar menos para trabalhar em outro país e 44% dos entrevistados aceitariam trabalhar no exterior com cargos e funções iguais ou menores do que os ocupados atualmente ou no último emprego.

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Para Chadad, a comparação entre os dados obtidos nos dois estudos revela aspectos interessantes. “O primeiro ponto relevante é a queda no número de executivos que aceitariam vagas no exterior. Procuramos entender a motivação para essa mudança de percepção: talvez a esperança de retomada ou a situação econômica familiar, que não permitiria uma mudança do tipo neste momento”.

Os outros 68% só o fariam se salários e benefícios fossem superiores aos atuais (frente aos 90% que sinalizaram o mesmo em 2015) e 56% aceitariam uma oportunidade se cargo e função fossem melhores na comparação com a última vaga ocupada no Brasil.

“Mesmo diante da crise enfrentada pelo país e das ondas de demissão que afetaram milhares de pessoas, inclusive executivos, são poucos os profissionais de alto escalão que entenderam que seria interessante – ou uma estratégia – fazer um downgrade para só depois voltar a conquistar cargos e salários que existiam em um passado não muito distante”, afirma Chadad.

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 Vale ressaltar que 75% dos que se manifestaram favoráveis a uma vaga no exterior, consideram-se preparados para oportunidades de nível gerencial para cima. Na pesquisa de 2015, eram 56% que se julgavam aptos.

Se pudessem escolher, 16% iriam para países da América do Norte, 15% para a Europa, 5% para países da América do Sul e 2% para a Ásia.

Executivos acreditam menos nas empresas

Embora mais profissionais tenham a intenção de continuar no Brasil, dobrou o número de executivos que não acreditam mais no potencial das empresas, sejam nacionais ou multinacionais. Hoje esse percentual é de 11% ante 5% do primeiro levantamento.

Do mesmo modo, 9% entendem que a crise acabou com as possíveis oportunidades de mercado que existiam para eles próprios e 8% não acreditam em retomada da economia do país em período próximo. Outros 17% afirmaram não aceitar uma mudança para o exterior.

Em tempo, 76% dos executivos que responderam à pesquisa estão empregados atualmente. O levantamento contou com a participação de 100 executivos brasileiros em cargos de nível gerencial ou acima.

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