Mesmo sem poder, 20% dos brasileiros vendem Vale Refeição

Pesquisa do SPC mostra que as classes C, D e E são mais adeptas deste comportamento, que não é permitido  

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Comportamento proibido, já que o dinheiro é exclusivo para alimentação, a venda do Vale Refeição destinado aos trabalhadores brasileiros é prática comum: 20% das pessoas que recebem, o vendem e usam o dinheiro arrecadado para complementar renda, de acordo com um levantamento realizado neste mês pelo SPC Brasil.

De acordo com o órgão que realizou o levantamento, a prática de venda de VR pode gerar “punições severas” por parte da empresa, inclusive a demissão do funcionário por justa causa. Decisões da justiça a respeito podem chegaram a acusar o vendedor do benefício do crime de estelionato.

Dados mais recentes do Ministério do Trabalho e da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador – ASSERT, levantados em 2015, dão conta o programa beneficiou 19,5 milhões de pessoas entre os que recebem ticket refeição e alimentação. Desse total, 62,7% da força formal de trabalho foram atendidos pelo sistema de convênio (vale-alimentação representa 38,8% e o refeição 23,9%).

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Insuficiente?

Outra descoberta da pesquisa foi que 27% das pessoas extrapolam os benefícios recebidos e precisam gastar de seus salários com alimentação. Ao mesmo tempo, 20% delas admitem não controlar os gastos com o benefício.

De acordo com dados da ASSERT utilizados pelo SPC, uma refeição completa fora de casa no Brasil custa, em média, R$ 30. Ou seja, considerando o salário médio de R$ 2.015,00 por trabalhador, apurado pelo IBGE, o gasto total com alimentação representa cerca de 30% do rendimento.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney