Quer trabalhar nos EUA? Saiba qual o seu tipo de visto e como consegui-lo

Para residir nos EUA, segundo Pedro Drummond, advogado licenciado no Brasil e EUA e sócio da Drummond Advisors, não existe um visto mais adequado ou mais fácil de tirar

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Morar fora do país já é uma vontade de boa parte dos brasileiros. No ano passado, uma pesquisa da Catho apontou que 8 em cada 10 brasileiros aceitariam uma vaga de emprego em outro país, mesmo que essas fossem menos favoráveis do que as condições de emprego que possuem no Brasil.

E um dos países favoritos dessas pessoas é os Estados Unidos, provavelmente o primeiro da lista de destinos. Morar nas terras do tio Sam, entretanto, não é tão simples assim: todos os estrangeiros precisam de um visto de entrada e residência no país.

Para residir nos EUA, segundo Pedro Drummond, advogado licenciado no Brasil e EUA e sócio da Drummond Advisors, não existe um visto mais adequado ou mais fácil de tirar. “Existem vistos que se encaixam melhor nos planos de cada pessoa, e não necessariamente ela vai se encaixar em todos os casos”, explicou, acrescentando que, basicamente, um tipo de visto é excludente do outro.

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O caso mais comum que garante vistos de residência norte-americano aos brasileiros é quando esse objetivo é o trabalho – e, ainda assim, existem diversas possibilidades de visto.

As modalides mais comuns entre brasileiros
“Os três tipos mais comuns de trabalho, pelo que observamos, é o L-1, H-1B e o EB-5”, contou o advogado. Todas essas modalidades de visto, com exceção da última, são employment-based, ou seja, dão aos estrangeiros a permissão de residência no país por conta do trabalho.

A modalidade L-1 é utilizada para transferência de executivos, gerentes ou funcionários com conhecimento especializado. Basicamente, ele é requisitado pela operação americana de uma empresa brasileira quando aquela deseja receber e contratar o funcionário nos EUA.

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Para o L-1, Pedro esclarece que o processo de abertura de uma empresa nos Estados Unidos não é burocrático, mas sim bem simples.

Ela é diferente da H-1B, que é a concedida quando um brasileiro com formação acadêmica recebe uma proposta de emprego em uma empresa norte-americana, tenha ela ou não operações no Brasil. “O H-1B é um visto que tem limite anual de 60 mil emissões para o mundo todo. Por conta desse limite, pode ser mais difícil obtê-lo”, explicou Pedro.

O último que o advogado citou, o EB-5, não é propriamente o visto, mas sim um pedido de greencard desde o início. Nessa modalidade, é preciso que um estrangeiro faça um investimento de US$ 500 mil ou US$ 1 milhão em um empreendimento do país. O valor do investimento vai variar conforme a localidade e da área investida e, para que o investidor obtenha o greencard, é preciso que o investimento crie 10 vagas de emprego no período de dois anos.

Greencard
A grande diferença entre os vistos de trabalho e o greencard é a duração dos mesmos: os de trabalho são válidos pelo período em que a pessoa exercer essa função. “Os vistos de trabalho são vinculados ao trabalho e à empresa. Se a pessoa perde o emprego, ela acaba perdendo o visto como consequência. Com o greencard, isso não acontece”, disse Pedro, reforçando que ele se trata de um visto permanente de imigração para os Estados Unidos.

Não é incomum que pessoas com um visto de trabalho acabem solicitando um greencard após um tempo com o mesmo. “Obviamente o processo de concessão dele é mais rigoroso, mesmo que ele em conta alguns critérios semelhantes ao dos vistos temporários. Ele vai levar em conta os requisitos básicos da categoria e um check-up do passado da pessoa, como antecedentes criminais, processo imigratório, etc”, explicou o advogado.

Uma maneira de conseguir o visto permanente, além do visto E-B5 é por meios familiares, como casando-se com um norte-americano, ser filho de um ou ser membro da família de alguém que possua o greencard.

Trabalho temporário
É possível conseguir o visto temporário de trabalho nos Estados Unidos também através de trabalhos temporários de intercâmbio, como algumas agências oferecem. No caso dos brasileiros, é comum que sejam contratados como au pair, trabalhando como babá de crianças, ou em resorts e hotéis, como assistentes de limpeza, garçom, recepcionista, etc.

“Esses trabalhos, na maioria das vezes, se encaixam no visto J-1, destinado a intercâmbios profissionais”, disse Pedro.

Vale ressaltar que, para participar desses programas, é preciso fazer um investimento de, em média, R$ 7 mil.

Como dar entrada no processo migratório
Vistos de trabalho devem ser solicidados primeiro à agência governamental americana USCIS. Uma vez aprovados, podem ser solicitados juntos aos consulados americanos no Brasil.

Para solicitação de visto por conta de parentesco e família, o processo é diferente, mas também pode ser consultado no site do Consulado.

Recomendações
“Para quem deseja ter um visto de trabalho no longo prazo, o dever de casa é se qualificar academicamente e profissionalmente. Ter um mestrado ou doutorado no currículo aumenta e muito as chances de colocação no mercado de trabalho dos Estados Unidos”, explicou Drummond. “No caso de levar uma empresa para os EUA, é preciso trabalhar nessa expansão de uma maneira robusta e ter certeza de que esse é um negócio viável para a economia americana, que vá gerar empregos”, finalizou.