Nômades digitais contam por que e como ganhar dinheiro viajando pelo mundo

O casal, criador de três sites, não tem uma residência fixa: eles mantêm os trabalhos de produção de conteúdo enquanto viajam e moram em qualquer lugar que queiram

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Jaque Barbosa e Eme Viegas ficaram famosos, principalmente na internet, por seu estilo de vida invejado por muitos. São donos de três sites grandes na internet: Hypeness, Casal Sem Vergonha e Nômades Digitais

O casal não tem uma residência fixa: eles mantêm os trabalhos de produção de conteúdo enquanto viajam e moram em qualquer lugar que queiram. “Não é que a gente precisa estar viajando, a gente só não tem que ir ao escritório, então não precisa morar em nenhum lugar específico”, explica Jaque, na palestra “Como Ganhar Dinheiro Viajando Pelo Mundo”, feita nesta quinta-feira, 28, na Campus Party Brasil.

O glamour é notável: há tantos interessados na palestra quanto havia em diversas apresentações de celebridades do universo “nerd”. “Nós vivemos do jeito que as pessoas gostam de passar férias, mas há muito trabalho também”, avisa Eme.

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Nem sempre foi “fácil”.

“As pessoas acham que somos ‘filhinhos de papai’, mas eu trabalho desde os 13 anos, a Jaque começou como garçonete”, conta Eme. “O segredo, a gente sempre fala, é deixar de achar que vai ser impossível”, emenda, motivando. “E eu acho que todo mundo deveria ser nômade digital”, evangeliza.

Para o casal, o nomadismo digital é a melhor, se não única, maneira de fugir do que chamam de “corrida dos ratos”. “Nas cidades, você terceiriza a sua vida. Trabalha o dia inteiro, para os outros, e contrata pessoas para cuidar dos seus filhos, limpar a sua casa, fazer a sua comida. O que você mesmo está fazendo, no fim? Só trabalhando?”, questiona Jaque.

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Este estilo de vida, para ambos, é o que gera doenças como stress, gastrite e depressão. “Ninguém quer trabalhar pelos sonhos dos outros, trabalhe pelos seus sonhos”, acrescenta a palestrante.

Para todos?

Embora os palestrantes garantam que o nômade digital pode escolher a maneira como quer ganhar dinheiro, eles também alertam que nem todas as funções podem ser exercidas remotamente. “Pensamos muito e descobrimos que há três áreas principais em que o nômade digital pode trabalhar”, listam:

1. Prestação de serviços: segundo eles, esta é maneira mais rápida de chegar ao objetivo de ser nômade digital – se o seu trabalho é realizado praticamente o tempo todo sozinho em frente ao computador, você já pode ser um nômade digital, explicam. Resta apenas conseguir clientes (ou mesmo um acordo com os chefes) para não precisar estar em um escritório. “Monte seu portfólio e venda seus serviços, mostrando que você é bom o suficiente”, explicam.

2. Autoria de livros e cursos: ambos são entusiastas do que chamam de infoprodutos digitais. A ideia é escrever ou gravar vídeos sobre temas que você tenha estudado e compreenda, e possa vender para os outros. Nesse caso, basta produzir uma vez, atualizar eventualmente e continuar vendendo “para sempre”.

O casal atua nesse sentido “fazemos cursos e palestras online, além de treinamentos ensinando justamente como praticar o nomadismo digital”, explica Eme. “As pessoas ainda exploram muito pouco essa possibilidade”, completa Jaque.

3. Blogs profissionais: segundo eles, a forma mais demorada de conseguir os recursos para viver em viagens, ainda que tenha sido justamente a maneira como começaram. A chave, explicam, é atrair marcas e patrocinadores que tenham a ver com o assunto do qual os blogs escrevam e, claro, um público cativo. “Uma vez que o público de vocês é fiel, a chance de ele diminuir é muito pequena. É só manter um bom trabalho e seguir atraindo pessoas”, complementa. Parece simples, mas é trabalhoso.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney