Universidade gratuita sem professores é inaugurada no Vale do Silício

Criada por bilionário francês, a instituição trabalha sem livros e aposta em colaboração

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Uma universidade sem professores, livros ou mensalidade acaba de ser inaugurada no Vale do Silício para formar estudantes interessados em programação e desenvolvimento de software. Trata-se da segunda unidade da 42, projetada pelo bilionário francês Xavier Niel e que saiu do papel na França em 2013.

O nome da universidade é uma referência ao livro Guia do Mochileiro das Galáxias, segundo o qual “42” é a resposta para a questão da vida, do universo e tudo mais.

Sem fins lucrativos, a instituição pretende resolver um buraco no mercado de computação previsto para daqui alguns anos: o escritório de estatística dos EUA acredita que, em 2020, haverá 1.4 milhões de novas vagas em ciências da computação, mas apenas 400.000 graduandos qualificados na área.

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Com investimento de US$ 100 milhões de seu próprio dinheiro, Niel adquiriu um campus de 18.500 metros quadrados em frente à sede do Facebook em Menlo Park. Além dessas instalações, a 42 oferecerá dormitórios gratuitos para aqueles que precisarem do auxílio, em outra estrutura de 7.800 metros quadrados.

Uma vez dentro da instituição, os alunos aprendem por meio de ensino colaborativo e projetos que simulam o dia a dia em empresas de tecnologia – como a criação de sites. As atividades são desenvolvidas em grupo, e o desenvolvimento é em níveis ou fases, como se estivessem em um jogo. 

Público alvo

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Qualquer pessoa com idade entre 18 e 30 anos pode estudar na 42. Para graduar-se, é preciso cumprir um currículo entre 3 e 5 anos, de acordo com a Forbes. São 21 níveis de aprendizagem.

Em uma entrevista para a Venture Beat em junho, Niel afirmou que pretende fazer com que todas as pessoas iniciem a universidade com os mesmos parâmetros. “Descobrimos que na França, assim como nos EUA, os estudantes das melhores universidades vêm dos círculos sociais mais altos”, explicou.

Para ele, cultura geral não é uma necessidade de quem estuda computação. “Apenas duas coisas são levadas em conta: lógica e a vontade de desenvolver”, afirma. Por isso, ele diz não questionar nada a respeito dos candidatos, mas apenas pedir o preenchimento de um teste de “pura lógica”. “Você pode ser absolutamente terrível em matemática e ainda assim passar. É bastante engraçado, esses jogos em que não explicamos as regras, mas você precisa encontrar a chave”, explica.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney